O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) têm como prioridade intensificar as internações de dependentes químicos da cracolândia, ponto de concentração de uso aberto de drogas na região central da capital.
A iniciativa faz parte de um projeto conjunto entre município e estado para recuperar o centro da cidade, a ser lançado no próximo dia 23. Integrantes das áreas técnicas vão se reunir nas próximas semanas.
Entre as primeiras ações a serem desencadeadas está a instalação de uma unidade do Cratod (Centro de Referência de Álcool Tabaco e Outras Drogas) próximo à cracolândia para facilitar o encaminhamento para internações.
A avaliação dos governantes é de que é preciso intensificar os serviços já disponíveis na região em vez de criar novas estratégias de abordagem e tratamento.
Tarcísio tem priorizado o tema em reuniões com membros da prefeitura e designou o vice-governador, Felicio Ramuth (PSD), para fazer a interlocução com a prefeitura. O governador também se comprometeu a aumentar vagas em comunidades terapêuticas para tratar dependentes químicos.
Um convênio entre governo e prefeitura disponibiliza desde o início de 2022 cerca de 1.400 vagas para dependentes químicos em comunidades terapêuticas. Em um ano, quatro pessoas foram encaminhadas para as instituições conveniadas, e o tempo médio de permanência foi de 66 dias, segundo a administração municipal.
A iniciativa de encaminhar dependentes químicos para comunidades terapêuticas condiz com o programa federal que instituiu esse tipo de tratamento na política nacional de combate às drogas. A maior parte das comunidades terapêuticas é gerida por instituições evangélicas e católicas.
Além das comunidades terapêuticas, o município encaminha usuários de drogas para hospitais para que passem pelo período de desintoxicação. De acordo com a prefeitura, ao longo de 2022, 333 usuários de drogas da cracolândia foram internados em instituições de saúde, dos quais três foram levados de forma involuntária para o Hospital Cantareira. A gestão Nunes foi questionada pela reportagem, mas não informou o tempo de permanência dessas internações.
A atual estratégia de levar usuários de drogas para serem fichados na delegacia e de lá encaminhados para unidades de saúde, vigente desde o início de setembro do ano passado, tem gerado majoritariamente internações curtas, que variam de sete a dez dias, segundo confirmou à Folha de S.Paulo Sérgio Tamai, diretor-técnico do Hospital Cantareira, no fim de outubro.
Cerca de dois meses após a intensificação das internações, entre setembro e outubro, das 359 pessoas levadas pela polícia aos equipamentos de saúde, 122 foram internadas, duas delas de forma involuntária. Do total, 28 pessoas continuavam internadas um mês após terem dado entrada nas instituições de saúde.
A cracolândia é alvo de uma série de ações policiais desde junho de 2021. Atualmente, a concentração de usuários de drogas é itinerante pelas ruas do centro, o que tem levado ao aumento da violência na região.
Segundo registros de ocorrência do 3º DP (Campos Elíseos) e do 77º DP (Santa Cecília), delegacias responsáveis pela área da cracolândia, houve aumento na quantidade de roubos entre janeiro e outubro de 2022. Os números são superiores ao visto em duas décadas, quando teve início a série histórica. O governo e a prefeitura negam que a alta dos crimes patrimoniais tenha relação com a dispersão de usuários ocorrida nos últimos meses.
O fluxo itinerante passou a se deslocar com mais frequência uma semana antes do Natal, quando uma das principais aglomerações da cracolândia, na rua Helvétia, foi desfeita. A debandada do local teve início depois que usuários foram flagrados espancando e roubando um comerciante na avenida São João.
A nova dinâmica de peregrinação tem levado também a registros de ataques com pedras contra policiais militares.
Fonte: MSN
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