O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, apresentou detalhes do programa “Governo na Rua”, uma iniciativa que visa aproximar as políticas públicas da população. O anúncio foi feito durante entrevista, na qual Boulos também abordou a necessidade de regulamentar o trabalho de motoristas e entregadores por aplicativo, além de defender a revisão da escala 6×1 para trabalhadores.
Segundo o ministro, o “Governo na Rua” tem como objetivo promover a escuta ativa, o diálogo social e a divulgação direta de programas sociais. A meta é ampliar a presença do governo federal em diferentes localidades, facilitando o acesso da população às iniciativas e fortalecendo a participação democrática.
“A democracia tem que ser exercida permanentemente. Não se limita ao voto a cada quatro anos. É fundamental escutar as pessoas e convidá-las a participar das decisões, não apenas no período eleitoral, mas através da criação de processos participativos e da atenção às demandas populares para convertê-las em ações governamentais”, afirmou Boulos.
O programa terá início já em dezembro, abrangendo todas as unidades da federação. A primeira ação está prevista para ocorrer no Distrito Federal, no Sol Nascente, uma das maiores favelas do Brasil, localizada na região de Ceilândia. “Não será apenas um processo de escuta. Vamos aproximar os programas do governo do presidente Lula das pessoas, levando os diversos programas de cada ministério aos territórios, dialogando com a população e criando processos participativos de decisão”, explicou o ministro.
Durante a entrevista, Boulos também destacou a importância de revisar a escala 6×1, que concede apenas um dia de descanso por semana aos trabalhadores. “Estamos falando de milhões de trabalhadores que ficam seis dias por semana trabalhando e têm um único dia de descanso, que nem sempre é no fim de semana. Isso é um tema importante”, ressaltou.
O ministro compartilhou o relato de um garçom que trabalha nessa escala, exemplificando o impacto na vida familiar: “O único dia de folga dele é na terça, dia em que a esposa está no trabalho e os filhos na escola. ‘O único dia que posso ficar em casa, não vejo minha família’, disse o garçom”. Boulos defendeu que a revisão da escala é um tema de interesse nacional e deve ser tratado como uma defesa do direito da maioria da população, não como um embate ideológico.
Em relação aos aplicativos de transporte e entrega, o ministro informou que o presidente Lula designou a Secretaria-Geral da Presidência para tratar como prioridade a regulamentação do trabalho nesse setor. “São 3 milhões que trabalham por aplicativo, às vezes 10 horas por dia em cima de uma moto, uma profissão que é de risco, porque tem muitos acidentes. Será que é justo que só pelo papel de intermediação tecnológica as empresas de aplicativos abocanhem uma fatia gigantesca de cada viagem? Eu não acho que é justo, o presidente Lula também não acha justo”, declarou.
A medida defendida pelo governo busca garantir maior segurança jurídica e condições mais transparentes para os trabalhadores de aplicativos. Boulos defende a necessidade de um piso salarial, seguro e previdência para garantir condições mínimas, além de transparência no funcionamento dos algoritmos. Um grupo de trabalho será criado na Secretaria-Geral para acompanhar o tema, em conjunto com a Comissão Especial na Câmara dos Deputados e o Ministério do Trabalho e Emprego.
Fonte: jornaldigitaldaregiaooeste.com.br
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