Boas práticas de abordagem foi tema da Semana da Prevenção às Deficiências

Você sabe abordar uma pessoa com deficiência visual? E como você se comportaria ao encontrar uma pessoa com paralisia cerebral? Essas perguntas foram respondidas na palestra sobre “Boas práticas de abordagem à pessoa com deficiência” no dia 23 de agosto, promovida na Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SDPD). A ação integra a agenda da 26ª Semana de Prevenção às Deficiências (confira programação completa AQUI).

A assistente social Lilian Cascardo, que atua na SDPD e tem deficiência visual, deu dicas de convivência com a pessoa com deficiência visando combater estereótipos.

Termos corretos

Lilian explica que expressões como “portadores de necessidades especiais”, “deficiente”, “surdo-mudo”, “especial”, dentre outras, caíram (ou deveriam cair) em desuso. O objetivo é acabar com as associações negativas e que atenuam as diferenças. “A forma correta como devemos nos referir é ‘pessoa com deficiência’, simples assim”, disse.

Capacitismo

O  “capacitismo” também foi abordado. Trata-se de uma expressão dada à atitude de discriminar uma pessoa com deficiência, sugerindo que ela é incapaz. Isso ocorre quando são infantilizadas, quando não é dada a oportunidade dela se expressar e é afastada do convívio social.

“Ao acreditar que a pessoa com deficiência não tem capacidade para algo você está cerceando os seus direitos”, ressaltou.

Abordagens

Ao conversar com uma pessoa com deficiência visual é importante se identificar, e dependendo do contexto da conversa, descreva e apresente o espaço à pessoa. “Sempre comunique a sua saída e não disfarce a voz por brincadeira”, recomenda.

No caso da pessoa surda, “posicione-se de frente à pessoa de uma forma que ela possa fazer a leitura labial. Não precisa falar alto. Se preciso, utilize a escrita. O importante é que você encontre algum jeito de se comunicar”, disse Lilian. Ela lembra que a cidade de Barueri possui a plataforma ICOM Libras disponível em um QR Code em vários pontos da cidade para comunicação com surdos.

Pessoa com deficiência física

Lilian disse que o rótulo de “super-heroínas” dado para pessoas com deficiência física é equivocado. “Em muitos casos, uma pessoa que tem prótese precisa de medicamentos, sente dores e a adaptação pode demorar um longo tempo. Pergunte se pode ajudar e como. Sempre com empatia, sem deixar de acreditar na autonomia do sujeito”.

Pessoa com deficiência intelectual

“Trate a pessoa com deficiência intelectual de acordo com a idade cronológica”, reforça Lilian sobre o combate à infantilização da pessoa com deficiência.  “Eles podem demorar mais tempo para aprender, mas aprendem. A infantilização, superproteção e rótulos não ajudam na inclusão”, conta.

Pessoa com paralisia cerebral

Na interação com pessoas que têm paralisia cerebral é importante entender que esse tipo de deficiência nem sempre está associada à deficiência intelectual.

“Há pessoas com paralisia cerebral que cursam universidades, trabalham e produzem”, disse a assistente social sobre a necessidade de desmitificar a pessoa com deficiência.

TEA

O Transtorno do Espectro Autista é um tipo de deficiência que se enquadra como deficiência psicossocial e a abordagem deve envolver acolhimento, envolvimento e com base na construção de vínculos.

“Identifique os vínculos em torno da pessoa. Respeite o seu tempo e os seus limites, tenha empatia e acredite na sua autonomia. Como dizia Paulo Freire, ‘se aprende com as diferenças e não com as igualdades’”, conclui.

 

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