Assembleia dos Metroviários de SP decide manter greve após catracas não serem liberadas

Em uma assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (23), os metroviários de São Paulo decidiram continuar com a greve que começou nesta madrugada. O sindicato argumenta que as demandas da categoria não foram atendidas pelo Metrô.

A entidade alegou que a decisão de manter a greve ocorre porque foram enganados pelo governo. Os metroviários tinham informado ao Metrô e ao governo do estado que voltariam aos postos de trabalho, se as catracas fossem liberadas para a população, o que, inicialmente, o governo aceitou, mas conseguiu uma liminar na Justiça contra.

Em entrevista ao SP1, Milton Goia Jr, diretor de operações do Metrô, disse que o “Metrô pagou exatamente tudo que era devido, nós cumprimos o contrato de trabalho. Nós pagamos, por exemplo, um reajuste de 20% nos últimos dois anos face a uma inflação de 17%. O sindicato sabe disso. Nós pagamos o anuênio, pagamos tudo que era necessário, tudo que está em contrato de trabalho. O abono é um plus, é uma reivindicação a mais”.

Milton informou ainda que a companhia não tem condições financeiras de arcar com os pedidos do sindicato. “Nós temos, a recomendação nossa do nosso comitê de política salarial que é não discutir isso agora, mas nós estamos abertos a negociação”.

  • Pela manhã, por volta de 8h30, o Metrô chegou a anunciar que aceitava, pela primeira vez na história, conceder a liberação das catracas para que a greve fosse encerrada;
  • E condicionou a medida ao retorno de 100% dos funcionários da operação e manutenção;
  • No entanto, o Metrô acionou a Justiça para tentar acabar com a greve;
  • Em decisão liminar, às 10h18, a Justiça do Trabalho vetou a liberação das catracas sob a alegação de riscos à segurança;
  • Diante da determinação da justiça trabalhista, o sindicato afirma que foi enganado pelo governo e manterá a greve;
  • Não é a primeira vez que grevistas colocam na mesa de negociações a proposta de liberação das catracas;
  • A medida já foi sugerida em outras paralisações, mas nunca chegou a ser aceita.

 

Em nota, o governo de São Paulo informou que a “Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), diante da continuidade da paralisação por parte do Sindicato dos Metroviários mesmo com a liberação das catracas, obteve na manhã desta quinta-feira (23) liminar que determina o funcionamento de 80% do serviço do Metrô nos horários de pico (entre 6h e 10h e entre 16h e 20h) e com 60% nos demais horários, durante todo o período de paralisação, com cobrança de tarifa”.

Disse ainda que a “liminar foi concedida a pedido do Metrô. Em caso de descumprimento, pode ser aplicada multa ao sindicato dos metroviários no valor de R$ 500 mil por dia. A decisão é do desembargador Ricardo Apostólico Silva”.

O que diz o sindicato

 

Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários, informou que após a realização da assembleia de quarta-feira, uma juíza autorizou a realização da catraca livre.

“O desafio catraca livre é algo que a nossa categoria sempre faz, o Metrô nunca aceitou, nem o governo do estado. Mediante a decisão da juíza Elaine a gente votou na assembleia e decidiu fazer o desafio catraca livre. Se o governo aceitasse não teria grave”.

Camila informou que por volta de 8h o Metrô enviou uma carta informando que aceitaria o desafio.

“Nós fizemos uma ‘live’ logo depois [do anúncio do governo] orientando que todos os funcionários voltassem aos seus postos de trabalho. Eles voltaram e estavam prontos para começar a operação, estávamos apenas aguardando o sistema operacional do Metrô. Era quase 12h30 e não vinha a autorização operacional. Durante esse período, fomos surpreendidos com um mandado de segurança pedido pelo governo Tarcísio proibindo a liberação das catracas”.

A diretoria do sindicato convocou uma assembleia de emergência por volta de 13h e decidiu por manter a greve. Cerca de 2 mil metroviários votaram pela continuidade. Às 17h desta quinta o sindicato irá participar de uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

“Por volta de 12h30 quando os trabalhadores já estavam nos seus postos ainda não havia tido a autorização para iniciar a operação. O governador Tarcísio mentiu para a imprensa, mentiu para a população e para os metroviários. Como queremos seguir tendo um instrumento para reivindicar os nossos direitos a nossa grave continua, nós seguimos abertos para negociar, lamentamos que o governo Tarcísio utilizou o seu dia para fazer um drible na população, na imprensa e nos metroviários. Se a cidade está um Caos, isso é culpa de Tarcísio de Freitas”, afirmou Camila.

 

Em nota, o TRT informou que “há uma audiência marcada para às 17h de hoje. Vamos divulgar novas informações quando estiverem disponíveis. Por enquanto, não houve acordo. Como deve ter acompanhado, ontem teve o indeferimento de uma liminar para estabelecer o modo de operação do metrô, uma vez que os trabalhadores estavam dispostos a trabalhar com catracas livres. Mais tarde, em uma audiência o TRT-2 recomendou cláusula de paz e retomada das negociações. Com a greve deflagrada, uma liminar foi concedida para estabelecer funcionamento mínimo. As discussões sobre abertura ou não de catracas é decisão executiva, não faz parte das decisões do TRT-2”.

 

 

Fonte: G1

 

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