8 de março: Força e superação da mulher que não desistiu de seus sonhos

A aposentada, atleta e estudante universitária Neyde Corrêa da Silva lembra das suas superações e avanços como mulher ao longo dessas décadas. Ela, que sempre quis estudar e não teve o incentivo do pai e do marido, só conseguiu realizar o sonho de voltar à escola na terceira idade. Hoje, sente-se mais feliz e realizada em fazer o que gosta. 

Aos 80 anos de idade, dona Neyde conta que só conseguiu concluir o ensino médio, por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA), após frequentar o Parque da Maturidade José Dias da Silva, de Barueri. Em seguida, fez a Faculdade Aberta para a Terceira Idade (Fati), em Osasco, que promove a troca de experiências e o aprendizado em diversas áreas aos adultos com idade superior a 60 anos.

Mas ela queria mais. Como o intuito era ter um diploma superior, incentivou a neta a estudar também e as duas prestaram o vestibular, mas só ela conseguiu uma vaga em uma faculdade pública federal. Em 2019, iniciou o curso de Gestão Ambiental no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (Ifesp).

Com a pandemia da Covid-19 e a descoberta de um diabetes que acabou prejudicando um pouco a sua saúde na época, o sonho de se formar precisou ser adiado. Tentou trancar a matrícula na faculdade, mas recebeu o incentivo para retomar o curso.

Nunca deixou de acreditar

Moradora do Engenho Novo, dona Neyde leva duas horas para chegar ao campus da faculdade. Um esforço que para ela é pequeno diante da satisfação de receber o seu diploma. Ao falar sobre a formatura prevista para acontecer em julho deste ano, não consegue conter a alegria. 

“Eu sempre quis ter um diploma e se Deus quiser me formo. Casei aos 24 anos e tive dois filhos. Só voltei a estudar quando eu estava aposentada, com meus filhos adultos e avó de dois netos. Estudar para mim é tudo e concluir minha faculdade será meu grande sonho realizado”, conta ela, que durante a adolescência ouvia seu pai dizer que mulher não precisava estudar e, ao se casar, o marido pensava da mesma forma. O sonho está perto de se tornar realidade, já que em julho deste ano ela estará formada.

 

Colecionadora de vitórias

Ao superar tais imposições, dona Neyde coleciona vitórias. Além de estudar, passou a fazer o que mais gosta, como ter hobbies e praticar esportes. Dentre as modalidades de vôlei, natação, corrida, basquete e dança de salão já coleciona 160 medalhas.  

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, ressalta a sua admiração pelas mulheres devido a força, determinação, coragem e competência em assumir diversas áreas ao mesmo tempo como mães, esposas, donas de casa e trabalhadoras.

“As mulheres são maravilhosas e podem tanto quanto os homens. Elas merecem todo louvor e tudo que quiserem ser. Fico encantada em vê-las em cargos que antes eram mais ocupados pelos homens. Eu sempre trabalhei a vida inteira. Agora, quero fazer o que mais gosto, como dançar e jogar vôlei, sobretudo, curtir os meus dias até quando Deus quiser”, conclui. 

 

 

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