Uma vereadora de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, denunciou ter sido vítima de violência política de gênero durante uma sessão plenária na Câmara Municipal. Helen Cabral, do Partido dos Trabalhadores (PT), relatou que a agressão ocorreu enquanto ela discursava sobre a possível falta de transparência do Executivo e defendia os direitos dos servidores públicos em relação a um projeto de parcelamento do 13º salário.
De acordo com a vereadora, o ataque partiu do vereador Tony Oliveira, da base governista. Em nota, Helen afirmou que Oliveira abandonou o debate democrático e a atacou de forma violenta, numa clara tentativa de intimidação. Ela classificou o ato como misógino e o mais grave episódio de violência política de gênero que já sofreu na Câmara.
Helen Cabral acredita que a agressão não foi motivada por divergências de ideias, mas sim pelo fato de ser mulher e ocupar um cargo de poder. Ela ressaltou que o incidente aconteceu durante a Semana Municipal de Não Violência Contra a Mulher, uma lei de sua autoria. A vereadora também participa do Festival Movimento Mulheres em Luta (MEL), que neste ano aborda a violência política de gênero contra mulheres parlamentares.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais, Helen questionou qual atitude a presidência da Câmara tomaria em relação à violência sofrida. Ela enfatizou que a violência de gênero é crime e que não admite continuar sendo vítima desse tipo de agressão no parlamento.
A equipe da vereadora informou que todas as medidas institucionais e legais estão sendo tomadas, incluindo comunicação à Mesa Diretora, exigindo providências, e registro de um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher, para que o agressor seja responsabilizado e para que situações como essa não se repitam.
Até o momento, a Câmara Municipal de Santa Maria não se pronunciou sobre o caso.
O vereador Tony Oliveira, por sua vez, gravou um vídeo em que pede desculpas pelo que chamou de “exaltação firme” na Câmara. Ele alega que os partidos de esquerda estão espalhando narrativas mentirosas e o acusando de agressão sem fundamento. Oliveira nega ter ameaçado ou agredido fisicamente alguém. Segundo ele, a discussão começou durante um debate sobre a votação de um projeto, e ele se defendeu após ser xingado. O vereador garantiu que entrará com um pedido de cassação contra Helen Cabral e outros vereadores no Conselho de Ética, além de seus assessores que também o teriam ofendido.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
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