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Sabores do norte: chefs exaltam a cultura alimentar paraense

Tucupi, tacacá, maniçoba, açaí: mais que palavras, portais para a ancestralidade e os sabores únicos da Amazônia.

Belém, no coração da Amazônia, se prepara para sediar a COP30, a Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas. O evento será uma oportunidade singular para os participantes experimentarem a riqueza da culinária local, valorizando ingredientes frescos e minimizando o impacto ambiental associado ao transporte e conservação de alimentos.

Para a chef paraense Esther Weyl, do restaurante Celeste, a proximidade com os produtos é fundamental. Após anos trabalhando em restaurantes renomados, inclusive no exterior, ela retornou a Belém para se dedicar à culinária regional. “Eu sempre imaginei que queria fazer comida paraense”, afirma, ressaltando a importância de conhecer os produtores, os melhores ingredientes e a época de cada erva. Sua cozinha, embora inspirada em pratos tradicionais, busca novas interpretações, como um peixe no pirão de tomate e tucupi, releitura da clássica caldeirada.

A caldeirada, aliás, é o prato que Esther considera essencial para quem visita Belém, destacando a versão da chef Lúcia Torres, do Box Bar e do Ver-o-Peso. Lúcia, com mais de 40 anos de experiência, prioriza ingredientes naturais e receitas do dia a dia paraense, como o peixe frito e o camarão empanado com uma massa especial temperada com ervas locais. Sua dedicação à culinária popular lhe rendeu o prêmio de melhor comida da cidade por oito anos. Entre seus pratos de destaque, estão o filhote grelhado com arroz de tucupi, jambu e camarão, e a mariscada paraense, uma combinação elaborada de frutos do mar.

Lidar com ingredientes frescos impõe desafios, como a sazonalidade. Esther explica que mudanças nas estações afetam o cardápio, com pratos sendo substituídos conforme a disponibilidade dos produtos. No entanto, ela acredita que o futuro da gastronomia passa por respeitar os ciclos da natureza, consumir produtos locais e priorizar o regional.

Nesse contexto, em que o mundo volta seus olhos para a Amazônia, valorizar os sabores do Norte significa também promover alimentos que contribuem para a preservação da floresta. Cacau nativo, castanha-do-pará, babaçu, açaí, cupuaçu, bacuri, buriti, murici, andiroba e copaíba representam não apenas ingredientes, mas um compromisso com a sustentabilidade e a manutenção da floresta em pé.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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