A polícia de São Paulo disse nesta quarta-feira (29) que está investigando a participação de outros dois alunos no ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, Zona Oeste da capital paulista.
Quatro professoras e um estudante foram esfaqueados dentro da sala de aula, na hora da chamada, na segunda-feira (27). Uma das professoras, Elisabete Tenreiro, de 71 anos, teve uma parada cardíaca e morreu no Hospital Universitário da USP.
“Verificamos que um aluno da escola esteve com o adolescente infrator minutos antes da ocorrência dos fatos, eles conversam e adentram no banheiro. O aluno da escola sai um pouco antes e, em seguida, o agressor já sai utilizando a máscara, o boné e toda a vestimenta”, afirmou o delegado Marcos Vinicius Reis, responsável pela apuração do ataque.
Segundo o delegado, o adolescente foi ouvido e nega que tenha participado do ataque. “Disse que apenas conversou com ele, mas o temos como suspeito. Ele não estava no nosso radar, mas passa a ser suspeito de ter participado ou auxiliado de alguma forma.”
Um outro aluno, que era da mesma sala do agressor, também passou a ser suspeito. De acordo com o delegado, ele teria incentivado o autor do ataque nas redes sociais.
“Temos como suspeito de ter participado, ou até mesmo um viés de induzimento, instigação, porque existem algumas postagens desse aluno no objetivo de incentivar o adolescente infrator”, disse o delegado.
O estudante que atacou as professoras e os alunos na escola foi representado pelos atos infracionais equiparados aos crimes de:
- Injúria racial;
- Agressão;
- Homicídio qualificado consumado;
- Três tentativas de homicídio.
Professora não reconheceu aluno
As professoras Sandra Pereira e Cinthia Barbosa, da Escola Estadual Thomazia Montoro, relataram à TV Globo como conseguiram agir para conter o aluno de 13 anos que matou uma educadora.
Sandra foi quem retirou a faca da mão do estudante após ele ser imobilizado. Sandra conta que incialmente, não conseguiu reconhecer o estudante. Ele estava com o rosto coberto por uma máscara e foi imobilizado por Cinthia.
“Eu não reconheci, na minha cabeça, não era possível ser um aluno nosso. O meu instinto foi tirar a máscara. Eu puxei a máscara e assim que eu vi, eu disse o nome dele e perguntei ‘Por que você fez isso?”, recorda.
Ela ainda afirma que as duas se arriscaram para proteger os demais alunos e evitar que a tragédia fosse ainda maior.
“Eu acho que a gente agiu porque além de ensinar, a escola tem o papel de proteger. Isso que eu pensava.”
“Quando eu consegui olhar as professoras e pedir o socorro, a minha preocupação era com todos os alunos, como eles estavam, onde eles estavam, se eles estavam numa sala com os professores, se tinham alunos machucados. Parece que a gente está anestesiado ainda. Vai ser um processo de reconstrução, de apoio mútuo, de grupo, de fortalecimento.”
Responsável por conter o agressor, Cinthia Barbosa revela que ouviu gritos e correria, então subiu até o andar da sala para ver o que estava acontecendo.
“Foi o momento em que eu entrei na sala, segurei a mão direita dele e tentei imobilizá-lo por trás. Na sequência, minha coordenadora entrou e conseguiu retirar a faca da mão dele. Eu senti que em algum momento, de alguma forma, eu teria que parar aquilo, e tentar resolver ou minimizar o que estava acontecendo”.
Durante o velório da professora Elisabete Tenreiro, assassinada durante o ataque, ela falou sobre a dificuldade de lidar com os sentimentos após o ocorrido.
Fonte: G1
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