A Justiça de Marília, no interior de São Paulo, indeferiu o pedido de revogação da prisão preventiva de Rafael Pascon dos Santos, psiquiatra acusado por diversas mulheres de importunação sexual e estupro de vulnerável. A decisão foi proferida nesta terça-feira (4), mantendo o médico detido na penitenciária de Gália.
O inquérito policial, concluído em 31 de outubro, formalizou o indiciamento do psiquiatra pelos crimes de importunação sexual e estupro de vulnerável. No mesmo dia, Rafael foi interrogado pela delegada responsável pela investigação, mas optou por permanecer em silêncio. A oitiva estava inicialmente agendada para o dia anterior, por videoconferência, mas foi impossibilitada por uma falha no fornecimento de energia na unidade prisional onde o acusado está custodiado.
A prisão preventiva de Rafael Pascon dos Santos foi decretada e cumprida em 22 de outubro, em Marília, após buscas da Polícia Civil em sua residência e consultório. O médico se apresentou às autoridades acompanhado de seus advogados.
Rafael Pascon dos Santos atuava em uma clínica particular em Marília e também no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Garça. Até o momento, foram registradas ao menos 29 denúncias contra ele nas delegacias especializadas de Marília, Garça e Lins.
As investigações revelaram 18 boletins de ocorrência em Marília, 10 em Garça e um em Lins. As vítimas têm idades entre 17 e 65 anos, e as denúncias abrangem casos de importunação sexual e estupro de vulnerável, alguns datando de 2018.
Em Marília, uma das vítimas relatou ter sido estuprada pelo psiquiatra durante uma consulta em seu consultório particular em agosto de 2024. A vítima, que preferiu não se identificar, alegou que o médico a chamou de “gostosa” no início da consulta e, em seguida, cometeu o abuso.
Em Garça, uma mulher de 65 anos relatou que os abusos ocorreram em 2018, durante consultas no Caps do município. Ela afirmou que o médico tinha comportamentos inapropriados, como abraços e gestos de intimidade, e que, em uma das consultas, chegou a segurá-la contra o corpo e a encostar a boca em seu pescoço para “inalar o seu perfume”. Outra vítima, de 43 anos, contou ter sido beijada à força pelo mesmo profissional durante uma consulta em 2022, interrompendo o acompanhamento médico após o ocorrido.
Outro caso em Garça envolve uma jovem que, atualmente com 24 anos, relatou ter sido importunada sexualmente pelo médico em 2018, quando tinha 17 anos. Ela descreveu que, em uma consulta sem a presença de sua mãe, o médico fez perguntas íntimas e, ao final, a puxou pelo punho e beijou o canto de sua boca.
Outra vítima, de 41 anos, registrou um boletim de ocorrência após assistir a reportagens sobre outros casos. Segundo seu relato, o médico fez comentários inapropriados sobre sua aparência durante uma consulta no Caps, a segurou contra a mesa, tentou beijá-la, passou a mão por baixo de sua saia e mexeu em seu cinto. Ela conseguiu se desvencilhar, mas seu estado psicológico se agravou, resultando em crises intensas e um episódio de surto psicótico no trabalho.
Fonte: g1.globo.com
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