Entenda como polícia descobriu esquema de estelionato e chegou à mandante de morte de médico

A Polícia Civil divulgou detalhes da investigação acerca da morte do médico Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos, em Mato Grosso do Sul. Os investigadores apontam que a vítima fazia parte de um esquema de estelionato, assim como a suspeita de ser mandante do assassinato dele, Bruna Nathalia de Paiva. Ele teria sido morto após cobrar de Bruna cerca de R$ 500 mil movimentados no esquema. Quatro suspeitos foram presos.

O profissional da saúde foi encontrado morto em uma casa em Dourados (MS) no último dia 3. O corpo estava deitado em uma cama, com as mãos e os pés amarrados. Gabriel ainda vestia o jaleco que trajava na última vez em que foi visto, no Hospital da Cassems.

Ele estava desaparecido há uma semana, desde 26 de julho, depois de encerrar um dia de trabalho. Sua família registrou o desaparecimento, e a polícia fazia buscas.

A Polícia Militar disse que chegou até a localização de Gabriel depois que foi acionada via 190 com a informação de que havia um carro parado em frente à determinada residência desde o dia 26. Foi constatado que o veículo era do médico. Além disso, a denúncia dizia que era possível sentir um forte mau cheiro vindo da casa.

Imóvel onde médico foi encontrado morto em Dourados (MS)

Durante as investigações sobre o assassinato, os agentes ouviram amigos de Gabriel e também monitoraram o celular da vítima. Entenda como a Polícia Civil desvendou a morte do médico.

Como os policiais chegaram aos suspeitos?
Durante as investigações, policiais civis, sob o comando do delegado Erasmo Cubas, ouviram depoimentos de conhecidos do médico. Segundo informações obtidas pelo jornal O Globo, uma das pessoas que depôs afirmou à polícia que o profissional da saúde tinha amizade com uma moça de Minas Gerais, chamada “Bruna”, e que o relacionamento envolvia dinheiro.

Ainda durante a apuração do caso, os agentes identificaram que o celular do médico apontava para localização em Minas Gerais no dia 30, data em que ainda era considerado desaparecido. A partir de então, a polícia passou a trabalhar com a possibilidade de sequestro ou homicídio.

Conforme apurado pela Polícia Civil, era a suspeita, Bruna, que mediava a participação do médico no esquema de estelionato. Gabriel, realizando ações fraudulentas, seria o responsável por receber documentos, fazer saques e ter retorno financeiro.

“Ao que tudo indica, ele emprestava o nome dele para execução de clonagem de cartões e o rosto dele para que fosse montado ali documentos para saque de benefícios de pessoas que não existiam, que tinham morrido, que tinham benefício e não tinham conta. E ele sacava esse dinheiro nas agências e encaminhava para a Bruna, e recebia a parte dele através de cartões clonados”, disse o delegado ao MSTV 1ª Edição, telejornal afiliado à Rede Globo na região.

Ainda segundo as investigações, Gabriel teria se desentendido com Bruna durante uma das transações realizadas no esquema criminoso e que gerou uma alta quantia em dinheiro. Ela não teria aceito pagar o valor cobrado por ele, de cerca de R$ 500 mil, e ao ser cobrada decidiu planejar o assassinato do médico e contratar três pessoas para cometer o crime.

Polícia identificou imóveis alugados
A Polícia Civil identificou que Bruna, que morava em Minas Gerais, alugou dois imóveis em Dourados, para onde foi com os três comparsas pouco antes do desaparecimento do médico. Conforme o delegado informou ao jornal O Globo, os suspeitos receberam, cada um, cerca de R$ 50 mil para executar o profissional da saúde.

Dentre os locais alugados estava o imóvel em que Gabriel foi assassinado. O espaço foi locado para 15 dias. A outra residência, no entanto, foi reservada para apenas uma noite, entre os dias 26 e 27.

Segundo o jornal, os investigadores acreditam que a suspeita pretendia ficar na cidade por apenas dois dias, por isso teria alugado esse segundo imóvel com reserva para o dia 26 e 27. A ideia, conforme aponta a polícia, era que os homens contratados matassem Gabriel e deixassem o corpo dele no local da morte por mais tempo, propositalmente, até que fosse encontrado.

Médico agonizou por horas antes de morrer, diz exame
Os investigadores também concluíram que Bruna não esteve no imóvel em que Gabriel foi morto, apenas estiveram no local os três comparsas que contratou para cometerem o assassinato.

Segundo as investigações, Gabriel foi torturado e abandonado no imóvel, ainda vivo. Antes disso, os suspeitos inseriram um objeto pontiagudo em sua garganta. Além disso, segundo reportagem do jornal O Globo, um saco plástico foi encontrado na residência. A polícia acredita que o objeto também foi utilizado durante a tortura contra a vítima.

No local também foram localizados outros instrumentos de tortura. Exames necroscópicos apontam que o profissional da saúde agonizou por pelo menos 48 horas antes de morrer. Os suspeitos teriam achado que ele já havia morrido ao abandonar o local do crime.

Quem são os suspeitos presos pelo crime?
Os presos suspeitos crime são:

Bruna Nathalia de Paiva (acusada de ser a mandante)
Gustavo Kenedi Teixeira
Guilherme Augusto Santana
Keven Rangel Barbosa

Eles foram capturados em Minas Gerais, nesta segunda-feira, 7, e encaminhados para para Dourados, município em que o médico foi assassinado e onde ocorreram as investigações.

Causa da morte foi asfixia, segundo delegado
Ao jornal O Globo, o delegado à frente do caso afirmou que a causa morte foi por asfixia, causada provavelmente por um estrangulamento da vítima.

Suspeita teria usado celular da vítima
Segundo as investigações, Bruna mandou que os comparsas pegassem o celular de Gabriel após matá-lo e ela usou o aparelho da vítima depois do crime para abordar amigos dele e pedir dinheiro.

Ela também teria criado contas em nome do médico. “A Bruna tem expertise na questão de golpes e estelionato, ela leu todas as conversas dele, era amiga pessoal dele e criou diversos contextos com amigos para pedir dinheiro. Ela conseguiu esvaziar a conta dele e pedir dinheiro”, afirmou o delegado ao jornal O Globo.

 

Fonte: TERRA

 

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