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Cordão de girassol: empatia visível para deficiências invisíveis

Um discreto cordão verde adornado com girassóis tem se tornado um símbolo crescente de compreensão e paciência, alertando para a presença de deficiências ocultas. Seja em aeroportos, hospitais ou supermercados, o acessório sinaliza uma necessidade de atenção especial, muitas vezes imperceptível ao primeiro olhar.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% da população global convive com alguma forma de deficiência, somando aproximadamente um bilhão de pessoas. Destas, estima-se que 80% sejam deficiências não aparentes.

Formalizado como símbolo nacional pela Lei 14.624, sancionada em julho de 2023, o cordão de girassol tem o objetivo de identificar pessoas com deficiências que não são imediatamente visíveis. O uso do cordão é opcional, não substituindo a necessidade de documentos ou laudos comprobatórios quando exigidos.

A escolha do girassol como símbolo tem raízes em um movimento global iniciado no Reino Unido em 2016, buscando dar visibilidade às limitações não evidentes. Os girassóis, que “olham para a luz”, representam calor, acolhimento e visibilidade para aqueles que frequentemente se sentem invisíveis.

O cordão visa promover a empatia e o respeito, facilitando o atendimento e evitando constrangimentos para pessoas com condições como a Síndrome de Irlen, que causa sensibilidade extrema à luz e a outros estímulos sensoriais. O uso do cordão, muitas vezes acompanhado de um cartão de identificação, permite a solicitação de ajustes em ambientes sensoriais sem a necessidade de explicações exaustivas.

Mais do que uma lei, o cordão de girassol é um convite à empatia. Ele lembra aos atendentes que nem todas as necessidades são óbvias e que a paciência e o respeito são essenciais para um atendimento digno.

Apesar do seu potencial, a adoção do cordão enfrenta desafios. O desconhecimento generalizado sobre o seu significado, o possível uso indevido por pessoas sem deficiência e a falta de treinamento adequado para funcionários de serviços públicos e privados podem limitar sua eficácia.

Em um mundo onde muitas lutas são travadas silenciosamente, o cordão de girassol surge como um lembrete constante de que a empatia é uma escolha diária. Reconhecer que nem toda dificuldade é visível nos convida a olhar para o próximo com mais atenção, respeito e abertura.

Fonte: g1.globo.com

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