Adilson Amadeu, do União Brasil, ex-vereador com duas condenações por antissemitismo, reassumiu temporariamente uma cadeira na Câmara Municipal de São Paulo. A volta de Amadeu ao Legislativo se dá em razão da licença da vereadora Pastora Sandra Alves, também do União Brasil, que se afastou por “interesses particulares” até 15 de dezembro, totalizando um período de 31 dias.
Amadeu, que não conseguiu se reeleger nas últimas eleições municipais, obtendo votos suficientes apenas para a suplência, havia sido nomeado para um cargo de confiança na Secretaria Especial de Relações Institucionais da prefeitura de São Paulo. No entanto, menos de um mês após a nomeação, ele foi exonerado para poder reassumir o cargo de vereador.
Em suas redes sociais, Amadeu celebrou o retorno ao parlamento municipal, prometendo “honrar o compromisso de muito trabalho em defesa de todos os cidadãos paulistanos”. Ele também destacou a importância do período em que estará na Câmara, mencionando que haverá uma série de votações importantes para a cidade.
A nomeação de Amadeu para o cargo na prefeitura já havia gerado críticas por parte de entidades da comunidade judaica, devido às suas condenações anteriores por antissemitismo. O ex-parlamentar foi indicado ao cargo pelo secretário Alexandre Leite.
Este retorno de Amadeu ao Legislativo ocorre em um momento considerado estratégico, com a proximidade da votação do orçamento para o próximo ano e a decisão sobre a composição da Mesa Diretora da Câmara, considerada uma das decisões mais importantes do ano.
O gabinete da vereadora Pastora Sandra Alves informou que o afastamento se deve a “interesses particulares”, mas não forneceu detalhes adicionais. A prefeitura também não informou a duração da permanência de Amadeu na vaga.
Em 2023, Amadeu foi condenado por propagar mensagens de ódio, intolerância e antissemitismo contra judeus em um grupo de WhatsApp, após denúncias da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp). A Justiça considerou que Amadeu cometeu racismo contra a comunidade judaica, estabelecendo uma pena de 2 anos e 6 meses de reclusão, em regime inicial aberto, além da perda de função pública.
Em 2022, Amadeu já havia sido condenado a um ano e quatro meses de prisão após insultar o vereador Daniel Annenberg, chamando-o de “judeu filho da puta” e “judeu bosta” durante uma discussão na Câmara Municipal em 2019. A pena foi substituída por prestação de serviços à comunidade e pagamento de indenização por danos morais. Na época, Amadeu pediu desculpas à comunidade judaica e se retratou com o vereador Annenberg. A juíza Ana Helena Rodrigues Mellim considerou que Amadeu “teve a intenção de ofender a vítima, invocando aspectos relativos à sua religião” e cometeu o crime de injúria racial.
Fonte: g1.globo.com
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