Catia Maciel

Autocompaixão, porque você não pode viver sem ela?

Autocompaixão foi uma das minhas melhores descobertas de 2020 e nem imaginava o quanto ia precisar dela no ano seguinte (descobri um câncer de mama em 2021) depois disso não larguei mais a autocompaixão.

A professora americana Kristin Neff é pioneira na área da pesquisa da autocompaixão e define como uma prática na qual aprendemos a ser um bom amigo para nós mesmos quando mais precisamos, que possamos nos amar de verdade e sermos bons para nós como somos para os nossos melhores amigos quando estão em dificuldade.

A regra de ouro diz: “Faça para os outros aquilo que gostaria que eles fizessem para você”. No entanto, você não vai querer fazer para os outros aquilo que faz para si mesmo, pois somos duras com nós mesmas, exigimos demais, somos rudes , imparciais, impiedosas com nossos próprios erros. Ao contrário do que somos para os nossos próprios amigos.

Imagine que um amigo seu chega e fala com você “estou me sentindo péssimo hoje, fui em uma entrevista de emprego e fui duramente rejeitada” , você certamente vai consolar essa amiga, vai dizer: “Sinto muito. Você está bem? Deve estar muito chateada. Lembre-se de que eu estou sempre aqui e que gosto muito de você. Há alguma coisa que eu possa fazer para ajudar?”. Agora imagina que seja você essa pessoa, certamente vai ser dura com você mesma, vai ser achar um lixo, incompetente, que jamais achará um emprego novamente.

A proposta da pesquisadora Kristin Neff é que possamos fazer por nós o que fazemos por nossos amigos, essa prática se chama autocompaixão. Seja mais compassivo com você, amorosa, carinhosa. No livro manual de mindfulness e autocompaixão, a autora diz “a autocompaixão é uma fonte confiável de força interna que confere coragem e estimula resiliência quando nos defrontamos com dificuldades.”

Por fim, será que autoestima é a mesma coisa que autocompaixão?

Autoestima requer sentir-se melhor do que os outros. Autocompaixão requer reconhecer que todos nós somos imperfeitos.

A autoestima tende a ser uma amiga nas horas boas, está conosco quando temos sucesso, mas nos abandona justamente quando mais precisamos dela – quando falhamos ou fazemos papel de bobo para nós mesmos.

A autocompaixão está sempre presente para nós, uma fonte confiável de apoio mesmo quando nosso estoque mundano ruiu. Ainda dói quando nosso orgulho é ferido, mas podemos ser gentis com nós mesmos porque dói. “Uau, isso foi muito humilhante. Lamento muito. Mas tudo bem; essas coisas acontecem.” Kristin Neff

Sobre Cátia Maciel:
Cátia Maciel, Baiana, Assistente Social, Nutricionista Especializada em Transtornos Alimentares pela USP. Descobriu um câncer de mama em 2021 aos 47 anos, e atualmente atende de forma gratuita pacientes em tratamento do câncer de mama dando orientações sobre alimentação especialmente na fase da quimioterapia, além de dividir com essas pacientes sua história.

Contato:
Instaram: @catiarmaciel
E-mail: catiamaciel@gmail.com

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