O médico Gabriel da Silva Almeida, alvo da Operação Slim da Polícia Federal, é investigado por supostamente ser um dos sócios ocultos da LCA Farmacêutica Ltda., também conhecida como Unikka Pharma, empresa proprietária da aeronave apreendida durante a operação. A Unikka Pharma, que tem o jogador Neymar Júnior como garoto-propaganda, está sob suspeita de importar ilegalmente o princípio ativo da Mounjaro (tirzepatida) da China e do Canadá, sem a devida autorização da farmacêutica Lilly do Brasil, detentora da patente do medicamento.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou que a Unikka Pharma não possui autorização para importar tirzepatida para o Brasil. As investigações apontam que a empresa mantinha uma estrutura de fabricação em condições sanitárias inadequadas, realizando o envase, rotulagem e distribuição do produto de forma irregular. A Polícia Federal identificou indícios de produção em série em escala industrial, uma prática não permitida para a manipulação magistral autorizada pela legislação vigente.
As autoridades suspeitam que a Unikka Pharma importou mais de 48 kg de tirzepatida para manipulação no Brasil. Essa quantidade seria suficiente para produzir aproximadamente 9,6 milhões de doses do produto para emagrecimento, um volume superior à importação do produto acabado Mounjaro pela Lilly, a detentora da patente.
A ligação entre Gabriel Almeida e a LCA Farmacêutica levantou suspeitas após a identificação de movimentações financeiras superiores a R$ 3,4 milhões entre a Almeida Cursos e Treinamento Profissional Ltda., empresa de cursos do médico, e a farmacêutica. A Almeida Cursos, também conhecida como Academia GA, oferece cursos para prescrição e aplicação de terapias injetáveis, incluindo terapias de emagrecimento com tirzepatida. A clínica de Almeida, localizada em uma mansão no bairro Jardim Europa, em São Paulo, possui um setor exclusivo de terapias injetáveis que chamou a atenção dos investigadores. Tanto a clínica quanto uma residência do médico em Feira de Santana, na Bahia, foram alvos de mandados de busca e apreensão autorizados pela Justiça Federal.
A defesa de Gabriel Almeida, em nota divulgada após a operação, negou que o médico seja fabricante ou manipulador do princípio ativo tirzepatida. Afirmou que sua atuação profissional se restringe à medicina clínica e à docência, e que sua relação com a substância é estritamente científica e acadêmica.
Em julho de 2025, Gabriel Almeida foi punido pelo Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) por infrações ao Código de Ética Médica, relacionadas à responsabilidade profissional e documentos médicos. O médico afirmou que a punição foi resultado de uma falsificação de sua assinatura e que a sanção aplicada é injusta.
Fonte: g1.globo.com
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