Professores de cursinhos preparatórios levantaram dúvidas sobre a correção de uma questão de matemática aplicada na primeira fase da Fuvest. A prova, realizada neste domingo (23), já era considerada desafiadora e interdisciplinar.
A polêmica gira em torno da questão número 3 da versão V1 da prova. Segundo Giuseppe Nobilioni, coordenador de matemática do Objetivo, nenhuma das cinco alternativas apresentadas garante uma resposta correta, levantando dúvidas sobre a formulação da questão.
A questão aborda uma eleição para um conselho composto por cinco membros, com sete candidatos e 35 eleitores. O enunciado menciona um candidato, Aleph, que perde em todos os critérios de desempate e analisa quantos votos necessita para garantir sua eleição. Victor Pompeo, professor de matemática do Curso Anglo, ecoa a opinião de Nobilioni, argumentando que, considerando a necessidade de Aleph “garantir” sua eleição, nenhum dos cenários propostos nas alternativas apresenta uma análise correta.
Pompeo exemplifica que a alternativa C, apontada inicialmente como a correta, afirma que Aleph precisaria de cinco votos caso dois eleitores não compareçam. No entanto, ele argumenta que Aleph poderia se eleger com apenas um voto, dependendo da distribuição dos demais votos entre os outros candidatos.
A Fuvest informou que só se pronunciará oficialmente sobre o caso caso algum candidato entre com recurso, o qual será analisado pela banca examinadora.
A prova deste ano, que ofereceu 8.147 vagas e atraiu 111.480 inscritos, com uma taxa de abstenção de 9,17%, destacou-se pela abordagem de temas contemporâneos, incluindo questões ambientais, sociais e econômicas. Assuntos como a precarização do trabalho, a politização do carnaval e tensões geopolíticas também foram abordados.
Professores elogiaram a prova como “impecável, inteligente e trabalhosa”, ressaltando sua interdisciplinaridade. Vera Lúcia Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo, enfatizou o uso da geografia, sociologia, filosofia e literatura como pontes entre as questões. Luiz Otávio Ciurcio Neto, diretor das unidades do Poliedro Curso, destacou a contextualização das questões com situações reais e aplicações práticas dos conceitos.
Viktor Lemos, diretor-geral do Curso Anglo, comentou sobre a exigência da prova e a interdisciplinaridade entre as disciplinas, indicando que poucas questões de interpretação de texto não se conectavam com outras áreas do conhecimento.
A organização do vestibular informou que, das leituras obrigatórias, apenas a obra “Nebulosas”, de Narcisa Amália, não foi utilizada nas questões da primeira fase. A segunda fase está agendada para 14 e 15 de dezembro de 2025.
Fonte: g1.globo.com
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