© Ricardo Stuckert/PR

G20: lula defende domínio nacional sobre minerais essenciais

Em meio a discussões cruciais sobre o futuro da economia global, o Presidente Lula levantou uma questão central na Cúpula de Líderes do G20, realizada em Joanesburgo, África do Sul: a soberania dos países sobre o conhecimento e o valor agregado de seus minerais críticos. O debate, que ocorreu durante a última sessão temática do evento, enfatizou a necessidade de repensar a forma como as nações exploram e se beneficiam de seus recursos naturais.

A edição deste ano da cúpula também aborda temas como inteligência artificial e trabalho decente, em um cenário onde a transição energética se apresenta como uma janela de oportunidade para expandir as fronteiras tecnológicas e redefinir o papel da exploração de recursos naturais, em particular os minerais críticos.

“Os países com grande concentração de reservas de minerais não podem ser vistos como os meros fornecedores, enquanto seguem à margem da inovação tecnológica. O que está em jogo não é apenas quem detém esses recursos, mas quem controla o conhecimento e o valor agregado que deles derivam”, declarou o Presidente Lula, ressaltando a importância de que as nações detentoras de recursos naturais não sejam relegadas ao papel de meros exportadores de matéria-prima.

O Brasil, detentor de cerca de 10% das reservas mundiais de minerais críticos, como lítio, cobalto, níquel e terras raras, assume um papel de destaque nessa discussão. Esses elementos são cruciais para a produção de baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e semicondutores, componentes-chave para a transição energética e o desenvolvimento tecnológico.

Lula informou que o Brasil instituiu o Conselho Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos, com o objetivo de planejar políticas para a exploração sustentável desses minerais. Ele reafirmou o compromisso do país em não ser apenas um exportador, mas sim um parceiro estratégico na cadeia global de valor desses elementos, defendendo a soberania das nações como um elemento fundamental nesse debate.

“A soberania não é medida pela quantidade de depósitos naturais, mas pela habilidade de transformar recursos através de políticas que tragam benefícios para a população. Precisamos de investimentos ambientalmente e socialmente responsáveis que contribuam para fortalecer a base industrial e tecnológica dos países detentores de recursos”, enfatizou o presidente.

Ao término da reunião do G20, um documento oficial sobre minerais críticos será divulgado, reiterando a importância de que o beneficiamento desses produtos ocorra nos países de origem, fortalecendo suas economias e impulsionando o desenvolvimento tecnológico local.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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