© Rafael Cardoso/Agência Brasil

Voz indígena urgente: txai suruí clama por espaço na cop30

A ativista indígena Txai Suruí, uma liderança reconhecida por sua atuação em fóruns internacionais, demandou maior participação e poder de decisão para os povos originários nos espaços oficiais da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). A declaração ocorreu durante sua participação na Marcha Mundial pelo Clima, um evento que movimentou as ruas de Belém com reivindicações de diversos movimentos sociais.

Txai Suruí destacou que as recentes manifestações indígenas ocorridas na Zona Azul da COP30 refletem o sentimento de que os povos tradicionais não estão sendo representados adequadamente. “Imagina ter um evento na sua casa e você não poder entrar lá, enquanto eles decidem sobre a sua vida, enquanto o seu território segue ameaçado, segue sofrendo violações, as suas pessoas seguem morrendo”, questionou a ativista.

A líder indígena enfatizou a determinação dos povos originários em fazerem suas vozes serem ouvidas. “Os povos indígenas jamais permitirão que um evento como esse aconteça sem que as vozes deles sejam ouvidas, sem que grito seja dado, sem que as denúncias sejam feitas e sem que as pressões aconteçam. Nós precisamos ter espaços de decisão”, complementou.

A ativista do povo Paiter Suruí, cujos territórios se localizam nos estados de Rondônia e Mato Grosso, também celebrou a participação dos movimentos sociais e dos povos tradicionais na Marcha Mundial pelo Clima. “Um momento importantíssimo no qual se juntam movimentos sociais, povos indígenas, quilombolas, extrativistas, população da floresta, população da Amazônia para dizer ao mundo o que queremos”, afirmou.

Txai Suruí também reforçou a oposição à exploração de petróleo na Foz do Amazonas e a urgência da demarcação dos territórios indígenas. “Dizemos ao mundo que não aceitamos mais a exploração de óleo na Foz do Amazonas e que a demarcação dos territórios é um direito dos povos indígenas, que a demarcação é uma das principais soluções que o Brasil e o mundo podem tomar no combate às emergências climáticas. Se a COP não consegue nos dar respostas para a crise, a gente está aqui dizendo que a resposta somos nós”, concluiu.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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