© Rafa Neddermeyer/COP30 Brasil Amazônia/PR

Presidência da cop30 aponta avanços e desafios em adaptação climática

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) encerrou com a presidência brasileira sinalizando progressos na agenda de adaptação, o desenvolvimento de novas ferramentas internacionais para a implementação de ações climáticas e a definição de estratégias para o debate sobre a superação da dependência de combustíveis fósseis.

Após o término das negociações, representantes da presidência brasileira detalharam os resultados em entrevista coletiva.

Um dos pontos destacados foi o pacote de adaptação, considerado um dos mais complexos da COP. Inicialmente, a discussão envolvia mais de 100 indicadores, mas o processo foi finalizado com 59. A presidência brasileira pretende continuar o debate sobre o tema, reunindo estudos e ações que possam indicar caminhos para que os países se afastem dos combustíveis fósseis, mesmo que não tenha havido consenso.

De acordo com os representantes, a COP30 alcançou “consensos em um tema tão difícil” e avançou rumo a uma agenda de implementação concreta, sem que nenhum país abandonasse os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris. Foram apresentados 120 planos de aceleração em combustíveis comerciais, carbono e indústria verde, além da aprovação de 29 documentos.

A presidência brasileira enfatizou que a adaptação foi elevada a um novo patamar, superando edições anteriores da COP, com um esforço concentrado em triplicar o financiamento internacional até 2035. Houve também a inclusão de mulheres e meninas afrodescendentes na agenda climática e o fortalecimento da agenda oceânica.

Os países considerados mais vulneráveis demonstraram união, resultando em um conjunto de indicadores que servirão como referência para medir o progresso e orientar as políticas. Foi anunciado o fortalecimento do Acelerador Global de Ação Climática, que atuará como um espaço permanente para impulsionar medidas concretas fora da formalidade das negociações.

Outro avanço foi a criação de um fórum internacional para abordar a relação entre comércio e clima, visando explorar o potencial do comércio como um catalisador da ação climática. Além disso, grupos afrodescendentes foram reconhecidos como vulneráveis, o papel das terras indígenas como protetoras de sumidouros de carbono foi reforçado, e representantes de comunidades locais foram incluídos no processo.

O posicionamento público do governo brasileiro fortaleceu a agenda de mitigação e permitiu integrá-la à adaptação. A criação de condições para que países pobres, em desenvolvimento ou dependentes de petróleo construam suas bases para superar a dependência do uso de combustíveis fósseis foi considerada crucial. O trabalho também envolve a transição para o fim do desmatamento.

A conferência contribuiu para ampliar a compreensão pública sobre as mudanças climáticas e valorizar o conhecimento e a experiência das populações amazônicas.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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