© Divulgação/Polícia Federal

Operação prende advogados ligados ao comando vermelho em manaus

Uma operação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/AM) resultou na prisão de quatro advogados em Manaus, sob a acusação de ligação com o Comando Vermelho (CV). A ação, denominada Operação Roque, foi deflagrada nesta quinta-feira, com o objetivo de desarticular a comunicação entre líderes da facção criminosa que estão detidos e seus membros em liberdade.

Além das prisões, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em residências e escritórios dos suspeitos. O foco da operação é o suposto papel dos advogados em facilitar a articulação do CV dentro do sistema prisional do Amazonas, auxiliando na continuidade de ordens criminosas que transcendem as fronteiras estaduais e até mesmo nacionais.

A Polícia Federal detalhou que a Operação Roque é um desdobramento da Operação Xeque-Mate, desencadeada no início de outubro. A Xeque-Mate investigava um esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho, que contava com a participação de contadores. Um dos mandados de busca da Operação Roque foi executado no escritório de um desses contadores, reforçando a ligação entre as duas investigações.

A FICCO/AM é composta por diversos órgãos de segurança pública, incluindo a Polícia Rodoviária Federal, as secretarias estaduais e municipais de segurança pública, inteligência, administração penitenciária, além das polícias Civil e Militar do Amazonas.

Segundo a Polícia Federal, as investigações apontam que o grupo investigado é acusado de intermediar comunicações ilícitas entre membros do CV dentro e fora dos presídios, facilitando a continuidade de suas atividades criminosas.

Durante a operação, foram apreendidos equipamentos eletrônicos, mídias digitais, documentos e dinheiro em espécie, que serão analisados pela perícia.

A Polícia Federal informou que os advogados, aproveitando-se do acesso privilegiado ao sistema prisional, replicavam ordens e deliberações estratégicas da facção, simulando atos de advocacia para ocultar comunicações ilícitas e repasses financeiros.

Os investigadores apontam que as prerrogativas profissionais dos advogados estavam sendo utilizadas de forma indevida para manter a hierarquia da organização criminosa dentro e fora do sistema prisional, viabilizando a coordenação de represálias, pactos interestaduais e repasses de recursos ilícitos.

A Operação Xeque-Mate, por sua vez, é uma continuação da Operação Torre, que identificou o proprietário de parte de um carregamento de mais de duas toneladas de drogas apreendido em setembro de 2024 em Manaus. A Polícia Federal informou que, para disfarçar os lucros ilícitos, o grupo utilizava terceiros e um complexo esquema financeiro envolvendo fintechs, empresas de fachada e estruturas paralelas de pagamento.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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