© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Museu abre exposição imersiva sobre a história e a cultura do funk

O Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, inaugura neste sábado uma exposição dedicada ao funk, intitulada “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade”. A mostra, que já passou pelo Museu de Arte do Rio (MAR), onde ficou em cartaz por um ano e meio, busca explorar a influência do funk na língua, nas artes visuais e na moda, com um acréscimo de conteúdo sobre o funk paulista.

Composta por 473 obras e itens de acervo, incluindo pinturas, fotografias e registros audiovisuais, a exposição tem como objetivo apresentar a história do funk para além da sua sonoridade, destacando suas origens urbanas e periféricas, bem como seus desdobramentos estéticos, sociais e políticos. A mostra ficará disponível para visitação até agosto de 2026.

Segundo Renata Prado, curadora da exposição em São Paulo e pesquisadora da cultura funk e relações étnico-raciais, a mostra é destinada a todos, “sejam funkeiros ou não”, e oferece uma perspectiva do funk enquanto cultura, mostrando as diversas linguagens de arte presentes no movimento.

A exposição aborda a presença do funk em várias dimensões culturais, com ênfase nas artes visuais contemporâneas, ressaltando a importância do funk como referência de visualidade e alteridade.

Entre os artistas brasileiros contemporâneos presentes na mostra estão Panmela Castro, Rafa Bqueer, Marcela Cantuária, Maxwell Alexandre e Rafa Black. As obras de Tiago Furtado exploram a relação entre o rap e o funk na capital paulista, tendo como pano de fundo prédios do centro histórico. Markus CZA, por sua vez, destaca movimentos negros no contexto paulista em suas obras.

Markus CZA enfatiza a importância de espaços institucionais reconhecerem e abraçarem a cultura funk, um espaço que, segundo ele, foi negado por muitos anos. A exposição no Museu da Língua Portuguesa representa um marco para que movimentos contemporâneos ocupem os grandes museus.

Renata Prado destaca que o funk tem origem na cultura da juventude periférica, que por muito tempo teve dificuldades para se manifestar. A exposição permite que essa juventude ocupe museus através de sua arte.

A exposição também traça um panorama histórico do funk, desde suas raízes nos bailes black do Rio de Janeiro e São Paulo no final dos anos 1960, influenciados pela cultura Soul e Black Music. A mostra relembra eventos marcantes, como o show de James Brown na festa Chic Show, em 1978, que reuniu cerca de 22 mil pessoas. Fotografias de acervos pessoais de dançarinos, músicos e outros profissionais envolvidos no movimento musical também integram a exposição, incluindo imagens de nomes como Jair Rodrigues com os Originais do Samba, Nelson Triunfo, Gerson King Combo e Lady Zu.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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