Lideranças e especialistas se reuniram nesta quarta-feira, em um evento paralelo à COP30 dedicado ao “Dia do Gênero”, para discutir a centralidade da questão de gênero nas negociações sobre soluções para a crise climática. O evento, intitulado “Agenda de Ação: Mulheres, vozes que guiam o futuro”, compartilhou relatos de diferentes partes do mundo, destacando o papel fundamental das mulheres no enfrentamento dos impactos climáticos.
Durante o encontro, o governo brasileiro apresentou os avanços do “Protocolo Nacional para Mulheres e Meninas em Emergências Climáticas”, reafirmando o compromisso com a igualdade de gênero como um elemento crucial para a resiliência. A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, marcou presença no evento.
A primeira-dama, Janja da Silva, enviada especial para as mulheres na COP30, exibiu um vídeo com as “vozes” de mulheres de diversos biomas brasileiros, fruto de um trabalho realizado nos últimos meses. Em sua participação, Janja cobrou maior representatividade das mulheres dos territórios nas mesas de negociação da Conferência do Clima. “O que vimos nos territórios foram mulheres fortes, resilientes, com soluções e propostas para enfrentar a crise climática. Precisamos conectar o que apresentamos aqui no vídeo com as mesas de negociação, que não chegam aos territórios”, declarou.
A socióloga Elida Nascimento compartilhou sua experiência pessoal e profissional. Originária de Itacoã-Miri, no Pará, ela retornou à sua comunidade após a formação e atualmente coordena 125 mulheres quilombolas. Juntas, elas desenvolvem atividades como produção de biojoias, cultivo de frutos e gestão financeira, integrando economia, gênero e preservação ambiental. Elida expressou o desejo de que sua trajetória inspire outras mulheres a lutar por seus direitos e por um futuro mais justo. Ela mencionou os desafios enfrentados, incluindo a violência de gênero e a escolha entre a educação e o relacionamento pessoal, enfatizando a importância do acesso às políticas públicas e à universidade.
Luciana Leite, bióloga, trouxe à tona a experiência da recente crise de incêndios no Pantanal, agravada pela crise hídrica. Ela destacou o papel essencial de diversas mulheres na linha de frente do combate ao fogo e na proteção do meio ambiente, atuando como veterinárias, cientistas e em muitas outras funções. “Quando questionamos o papel da mulher na construção desse futuro possível, eu poderia citar centenas, milhares de mulheres. Nos territórios, vemos que são as mulheres que estão protagonizando a mudança, encontrando as soluções”, afirmou Luciana. Ela compartilhou uma frase marcante do Pantanal: “Mulheres são como água, porque crescem quando se juntam”, ressaltando a força da união feminina na busca por um futuro sustentável.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
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