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Mp investiga show de kanye west em sp por risco de apologia ao nazismo

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu um inquérito civil com o objetivo de impedir que o rapper Kanye West, conhecido como “Ye”, promova discursos de ódio, execute músicas ou exiba símbolos relacionados ao nazismo durante um show programado para o dia 29 de novembro.

A apresentação estava inicialmente prevista para o Autódromo de Interlagos, porém, a empresa organizadora anunciou que o local precisará ser alterado após a proibição imposta pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). A realização do show e seu novo local permanecem incertos.

A investigação, conduzida pela Promotoria de Justiça de Direitos Humanos, aponta para a “alta probabilidade de futura discriminação que pode ser bastante disseminada, causando dano social e moral coletivo”. A promotora Ana Beatriz Pereira de Souza Frontini, responsável pela portaria datada de 13 de outubro, determinou que os produtores do evento sejam notificados para impedir qualquer manifestação de cunho antissemita.

Segundo a promotora, a liberdade de expressão, embora garantida pela Constituição, não é um direito absoluto e deve ser exercida dentro dos limites legais e éticos. Ela enfatiza que “o discurso discriminatório contra judeus excede os limites da liberdade de expressão”. A promotoria considera que músicas como “Heil Hitler”, o uso de camisetas com a suástica ou qualquer outro símbolo nazista, direcionados ao grande público, em mídias sociais ou qualquer outro veículo de comunicação, seriam tipificados como crimes resultantes de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

O trabalho de Kanye West que motivou a ação do MP foi lançado em maio deste ano, após uma série de postagens antissemitas e elogios ao líder nazista Adolf Hitler.

O MP determinou que a Polícia Militar mantenha uma equipe de prontidão durante o show para prender em flagrante o artista e os produtores, caso haja apologia ao nazismo. Adicionalmente, os responsáveis pelo evento poderão responder a uma ação civil pública por danos morais coletivos, com indenização proporcional ao valor da promoção do espetáculo.

Foram notificados o empresário Guilherme Cavalcante e o agente Jean Fabrício Ramos, conhecido como Fabulouz Fabz, identificados como responsáveis pela produção do evento “Urban Movement Festival 2025”.

Ricardo Nunes (MDB) declarou que a cidade não autorizará atividades em equipamentos públicos que envolvam artistas que façam apologia ao nazismo, referindo-se ao show de Kanye West. Ele afirmou que “ninguém que faça apologia ao nazismo vai tocar ou cantar nem uma palavra” em equipamentos públicos da prefeitura.

Kanye West tem sido alvo de críticas desde 2022, quando repetiu declarações antissemitas, elogiou Adolf Hitler em entrevistas e foi banido temporariamente de plataformas digitais, resultando em rompimentos comerciais de grandes marcas com o artista.

A Prefeitura de São Paulo comunicou oficialmente aos organizadores a revogação da autorização para o evento em 8 de outubro, reiterando que não permitirá em equipamentos municipais eventos com conotação racista ou que façam apologia ao nazismo ou qualquer outra conduta criminosa. A administração do Autódromo de Interlagos informou que a taxa paga pela organização do evento será ressarcida.

Fonte: g1.globo.com

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