© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Lula pede ao Congresso aprovação da PEC da Segurança Pública

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo contundente ao Congresso Nacional para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública. A iniciativa presidencial surge em um momento crucial, às vésperas da votação da medida na Câmara dos Deputados, refletindo a urgência em definir estratégias para o combate ao crime organizado no país. Em sua fala, o chefe de Estado sublinhou a necessidade de priorizar investimentos em inteligência como a via mais eficiente para enfrentar a criminalidade, distanciando-se de abordagens que priorizam a violência. A PEC da Segurança Pública é vista como um pilar para reestruturar e fortalecer as ações de segurança, em linha com a visão do governo de uma resposta mais estratégica e menos confrontacional.

A estratégia de combate ao crime organizado

A proposta de emenda constitucional que visa aprimorar a segurança pública no Brasil ganhou destaque após o presidente Lula expressar seu veemente apoio. Sua defesa está ancorada na convicção de que o investimento em inteligência é o alicerce para um combate eficaz e duradouro contra as facções criminosas e a criminalidade organizada, em contraste com métodos que ele próprio classifica como “lógica da matança a todo custo”.

Inteligência sobre a violência

O cerne da argumentação presidencial reside na rejeição de uma estratégia pautada pela letalidade. Lula enfatizou que “investir em inteligência, nas pessoas certas no lugar certo, a gente não precisa de genocídio para enfrentar o banditismo”. Essa declaração ressalta uma mudança de paradigma na abordagem da segurança pública, buscando focar em ações coordenadas e informações estratégicas para desmantelar organizações criminosas, em vez de recorrer a confrontos diretos e, muitas vezes, indiscriminados. A visão do presidente sugere que a eficácia na luta contra o crime não se mede pelo número de mortes, mas pela capacidade de desestruturar redes criminosas, prender lideranças e interromper fluxos financeiros e logísticos ilegais, preservando vidas e garantindo direitos fundamentais. A inteligência, nesse contexto, envolve desde a coleta e análise de dados até a infiltração e o monitoramento, permitindo operações mais precisas e com menor risco de danos colaterais.

O papel da PEC no combate à criminalidade

A Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública, objeto do apelo presidencial, foi apresentada aos líderes da Câmara pelo relator, deputado Mendonça Filho (União-PE). A expectativa é que sua votação ocorra em breve na casa legislativa. Lula instou senadores e deputados a aprovarem a PEC, afirmando que ela é essencial para “saber se a gente tem uma definição do papel que hoje é problema mais grave do país”. Embora os detalhes específicos da PEC não tenham sido explicitados na fala do presidente, a menção a uma “definição do papel” sugere que a proposta busca clarificar ou redefinir competências, responsabilidades e diretrizes para os órgãos de segurança em nível federal e estadual. Tal medida poderia, por exemplo, institucionalizar a coordenação entre diferentes forças policiais, promover a modernização tecnológica, garantir o financiamento adequado de estratégias de inteligência ou estabelecer novas diretrizes para a atuação das Forças Armadas em contextos de segurança interna, visando a uma atuação mais coesa e eficiente contra o crime organizado.

O diálogo presidencial e o cenário político

Em um evento no Palácio do Planalto, o presidente Lula abordou abertamente os desafios da governabilidade e a necessidade imperativa de diálogo com um Congresso que ele descreveu como “totalmente adverso”. Sua abordagem reflete uma estratégia política baseada no convencimento e na negociação constante.

A busca por consenso no Congresso

O presidente não hesitou em expor a complexidade de governar sem uma maioria parlamentar sólida. Com apenas 69 deputados eleitos de um total de 513 na Câmara, e 9 senadores de 81, a aprovação de qualquer projeto de lei ou PEC exige um esforço monumental de articulação política. Para votar a maioria das propostas, são necessários, no mínimo, 247 votos na Câmara e 41 no Senado. Essa realidade numérica impõe uma estratégia de “fazer política” constantemente, que Lula define como “conversar, dialogar, tentar convencer, ser convencido, ceder”. Essa postura pragmática é vital para o andamento da agenda governamental, que inclui não apenas a segurança pública, mas uma série de outras reformas e programas sociais. O presidente sinaliza que a capacidade de construir pontes, negociar e encontrar pontos em comum com diferentes bancadas e partidos é a única via para a governabilidade e para a implementação de políticas públicas que atendam às necessidades do país.

Programas sociais e conquistas fiscais

Durante sua explanação, o presidente Lula também aproveitou a oportunidade para recordar importantes avanços e programas sociais implementados ou fortalecidos sob sua gestão. Ele mencionou a retomada e expansão de iniciativas como o programa Gás do Povo e a Nova Tarifa Social de Energia, que visam a reduzir o custo de vida e garantir acesso a serviços básicos para as famílias de baixa renda. A saída do Brasil do Mapa da Fome, um reconhecimento internacional de melhoria nas condições de segurança alimentar da população, foi outro ponto destacado como uma conquista significativa.

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Além disso, Lula agradeceu ao Congresso Nacional pela aprovação de uma importante proposta fiscal: a isenção do pagamento de Imposto de Renda para cidadãos que recebem até R$ 5 mil por mês. Essa medida, de grande impacto social e econômico, representa um alívio financeiro para milhões de trabalhadores brasileiros, aumentando seu poder de compra e promovendo maior justiça social. Ao concluir sua fala, o presidente reiterou a importância da tributação como ferramenta de equidade, afirmando que “é pelo tributo que a gente faz o país ser justo”. Esta declaração conecta a política fiscal à visão de um Estado que utiliza seus recursos para promover bem-estar e reduzir desigualdades, alinhando-se à sua proposta de governança inclusiva e socialmente responsável.

Conclusão

O apelo do presidente Lula pela aprovação da PEC da Segurança Pública ressalta a urgência em solidificar uma estratégia nacional eficaz contra o crime organizado, priorizando a inteligência e o planejamento sobre a violência indiscriminada. Sua visão de segurança pública se alinha a uma abordagem mais sofisticada e menos letal, buscando resultados duradouros e estruturais. Simultaneamente, o presidente demonstra uma notável flexibilidade política ao reconhecer a necessidade de diálogo e concessões para navegar um Congresso dividido, destacando o valor da articulação para a concretização de sua agenda. As menções a programas sociais e conquistas fiscais reforçam a interconexão entre as políticas de segurança, sociais e econômicas na busca por um país mais justo e seguro.

FAQ

Qual é o principal objetivo do apelo do presidente Lula?
O principal objetivo do apelo do presidente Lula é garantir a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, visando a estabelecer uma definição clara do papel do Estado no combate ao crime organizado.

Como Lula propõe combater o crime organizado?
Lula propõe combater o crime organizado por meio de investimentos em inteligência e na alocação de “pessoas certas no lugar certo”, em vez de adotar a “lógica da matança a todo custo”, buscando evitar o que ele chamou de “genocídio”.

Qual a estratégia do presidente para aprovar projetos no Congresso, dado que ele não possui maioria?
A estratégia do presidente é “fazer política”, que envolve conversar, dialogar, tentar convencer, ser convencido e ceder. Ele reconhece a necessidade de consenso e articulação, dada a composição do Congresso Nacional.

Quais conquistas recentes o presidente mencionou em sua fala?
O presidente mencionou o avanço de programas sociais como o Gás do Povo e a Nova Tarifa Social de Energia, a saída do Brasil do Mapa da Fome, e a aprovação, pelo Congresso, da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.

Para mais detalhes sobre os debates no Congresso e o futuro da segurança pública no Brasil, acompanhe as próximas atualizações.

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br

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