Jovem de 16 anos pode ser primeira morte por intoxicação de K9 no ano

A Secretaria Municipal de Saúde investiga uma morte suspeita por intoxicação de K9 em 2023 na capital. De acordo com a pasta, o óbito é de um adolescente de 16 anos que ocorreu no dia 22 de março. O sexo da vítima não foi informado e as autoridades de saúde aguardam o resultado laboratorial do IML (Instituto Médico Legal) para confirmar se a morte tem relação com a K9 ou outras drogas similares, como a K2 e a K4. A secretaria se refere aos casos como “intoxicação exógena por canabinoides sintéticos em geral”.

Segundo dados da pasta, a capital paulista já registrou 352 notificações de casos suspeitos de intoxicação pelas drogas – cerca de dois por dia, em média, nos primeiros cinco meses do ano. O número já é 259% maior do que o registrado nos 12 meses de 2022, quando 98 casos foram notificados. O sinal de alerta fica ainda mais preocupante porque 43% dos 352 casos de 2023 ocorreram nas unidades de saúde públicas e privadas nos últimos 25 dias, entre 5 e 30 de maio. Dois óbitos foram confirmados em 2022.

 

Também chamada de “maconha sintética”, a droga ficou amplamente conhecida recentemente por causar um “efeito zumbi” em quem a utiliza. O usuário fica desorientado e parece estar “em transe”. As cenas costumam acontecer na Cracolândia, no centro de São Paulo, foco do tráfico e uso da K9.

A secretaria lançou em abril uma nota técnica sobre o tema. “A maconha sintética é uma substância manipulada e produzida em laboratório, sem qualquer controle de qualidade. Seus efeitos incidem de forma muito mais intensa e nociva sobre o organismo. Além disso, outros fatores como seu baixo custo, fácil acesso, variedade nas formas de apresentação, surgimento sucessivo de novas gerações, uso combinado com outras substâncias e a dificuldade de realizar exames de detecção tem configurado um grande desafio na formulação de estratégias de prevenção e cuidado”, diz o documento.

A pasta também afirmou que, no dia 11 de maio, foi realizada uma reunião entre a pasta e a Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas. “Foram iniciadas as tratativas para a cooperação técnica entre ambas as instituições, com o foco no monitoramento e identificação dos compostos contidos nas amostras de indivíduos intoxicados por canabinoides sintéticos”, diz trecho da nota.

Uma cartilha com orientações para identificar uma pessoa intoxicada e como agir diante da situação foi lançada em março. Veja detalhes abaixo:

Sinais e sintomas que podem indicar intoxicação:

  • Vômito e salivação excessiva;
  • Sonolência, desorientação;
  • Dificuldade de respirar;
  • Desmaios, convulsão;
  • Sinais evidentes na boca ou na pele decorrentes de contato ou ingestão de substâncias químicas ou plantas tóxicas;
  • Lesões, queimaduras ou vermelhidão na pele, boca e lábios;
  • Cheiro característico de algum produto na pele, roupa ou objetos ao redor;
  • Alterações súbitas do comportamento ou estado de consciência.

O que fazer se a pessoa estiver intoxicada:

  • Entre em contato imediatamente com o Centro de Controle de Intoxicações pelos telefones 0800-7713733 ou 11 5012-5311;
  • Identifique o agente tóxico e a quantidade que a vítima foi exposta;
  • Nunca ofereça leite, água, qualquer outro alimento ou medicamentos;
  • Nunca provoque vômitos;
  • Nos casos de contato com pele ou olhos, lave o local com água em abundância;
  • Encaminhe o paciente ao serviço de saúde mais próximo;
  • Retire roupas impregnadas com o agente tóxico;
  • Leve ao serviço de saúde a embalagem, o rótulo ou a bula do produto que a vítima foi exposta.

 

Fonte: Orbi Band UOL

 

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