Um estudo abrangente revela que gestantes residentes em áreas de maior vulnerabilidade social enfrentam um risco significativamente maior de perder seus bebês. A pesquisa, fruto de uma colaboração entre especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade de São Paulo (USP) e de universidades da Inglaterra e do Canadá, aponta para uma disparidade alarmante nas taxas de natimortalidade em diferentes regiões do país.
A análise de dados de nascimentos ocorridos no Brasil entre os anos de 2000 e 2018 demonstrou uma forte correlação entre a privação socioeconômica de um município e o risco de natimortalidade, definida como a morte do bebê antes do nascimento a partir da 20ª semana de gestação.
Em 2018, o Brasil registrou um total de 28 mil natimortos, o que equivale a uma taxa de 9 mortes por mil nascimentos. Embora esse número se mantenha dentro da meta global estabelecida, que visa um máximo de 12 mortes por mil, a pesquisa evidencia que essa média nacional esconde profundas desigualdades regionais. Em municípios com melhores indicadores socioeconômicos, a taxa de natimortalidade foi de 7,5 por mil, enquanto nos municípios mais carentes, esse número saltou para 11,8 por mil.
A discrepância se torna ainda mais evidente ao comparar regiões com diferentes realidades socioeconômicas. Em 2012, a Região Nordeste apresentou a maior taxa de natimortalidade, com 12,1 óbitos por mil nascimentos, enquanto a Região Sul registrou a menor prevalência, com 7,7 por mil.
A pesquisa também revelou uma tendência de queda na taxa nacional de natimortalidade, com uma redução de aproximadamente 1,1% ao ano entre 2000 e 2018. No entanto, os autores destacam que cerca de 90% das mortes fetais ocorreram antes do parto, o que pode indicar falhas no acompanhamento pré-natal e no monitoramento da saúde da gestante.
Embora menos frequentes, as mortes durante o parto, que representam 4,3% dos natimortos, também se concentram nas áreas mais vulneráveis, onde a infraestrutura hospitalar é precária e há falta de profissionais qualificados.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
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