Dezesseis detentos do Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, fugiram na noite de quinta-feira (12), após um grupo de homens armados invadir o local e trocar tiros com os seguranças. Até a tarde desta sexta-feira (13), nenhum dos presos havia sido recapturado.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), a fuga aconteceu por volta das 23h. Os internos estavam em duas celas, abertas pelos suspeitos.
De acordo com o coronel Luís Alberto Paraíso, comandante regional da PM na cidade, os internos perfuraram o teto de uma cela ao mesmo tempo em que um grupo armado invadiu o presídio, atirando nos agentes de plantão.
“O grupo criminoso veio de fora do presídio, cortou a grade e começou a atirar nas guaritas. Essa troca de tiro sustentou a fuga dos elementos que desceram por cordas e fugiram pelo matagal”.
Mais tarde, em contato com o g1, o coronel repetiu as informações. Os detalhes passados por ele, no entanto, não foram confirmadas pela Seap.
Em nota, a secretaria informou que um grupo de homens fortemente armado invadiu o Conjunto Penal e, “após intensa troca de tiros com a segurança da unidade, abriram duas celas e 16 internos conseguiram fugir”.
A pasta não soube informar qual a distância entre as celas abertas. A segurança do presídio é feita pela Reviver, empresa que atua na cogestão da unidade.
Na manhã desta sexta, um homem foi preso suspeito de participar da invasão. Ele confessou que receberia R$ 5 mil pelo envolvimento no crime.
Veja abaixo os nomes dos internos que fugiram do presídio:
- Ednaldo Pereira Souza, conhecido como Dada (chefe da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis);
- Sirlon Risério Dias Silva, conhecido como Saguin (sub líder da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis);
- Rubens Lourenço dos Santos, conhecido como Binho Zoião (da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis);
- Altieri Amaral de Araújo, conhecido como Leleu (sub líder da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis);
- Mateus de Amaral Oliveira;
- Geifson de Jesus Souza;
- Anderson de Oliveira Lima;
- Anailton Souza Santos;
- Fernandes Pereira Queiroz;
- Giliard da Silva Moura;
- Valtinei dos Santos Lima;
- Romildo Pereira dos Santos;
- Thiago Almeida Ribeiro;
- Idário Silva Dias;
- Isaac Silva Ferreira;
- William Ferreira Miranda.
Após a fuga, equipes da CIPE-Mata Atlântica iniciaram buscas na vegetação ao redor do presídio, mas não encontraram os suspeitos, nem os foragidos. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi acionado para realizar perícias no local.
Nesta sexta, equipes da Polícia Civil e Militar seguem nas buscas para recapturar os fugitivos.
‘Sem tempo hábil para intervenção’
Em nota, a Seap informou que a Reviver, empresa que atua na cogestão da unidade e também responsável pela segurança do acesso ao local, acionou a polícia, mas não houve tempo hábil para intervenção.
A secretaria afirmou que trabalha com a Polícia Civil para fornecer informações que ajudem nas investigações e apurar as circunstâncias da fuga.
Também por nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) confirmou que as forças policiais atuam de forma integrada com a Seap, compartilhando informações para recapturar os internos.
O Conjunto Penal de Eunápolis é uma unidade de segurança média destinada a presos do sexo masculino, provisórios e condenados, em regimes fechado e semiaberto. A unidade atende as comarcas de Belmonte, Eunápolis, Guaratinga, Itabela, Itagimirim, Itapebi, Itarantim, Potiraguá, Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, além de outras localidades, quando necessário por questões de segurança.
Atualmente, o presídio possui 554 internos, excedendo sua capacidade de 457 vagas. Antes da fuga, a população carcerária era composta por:
- 269 presos provisórios;
- 237 no regime fechado;
- 58 em regime semiaberto interno;
- Seis em regime semiaberto com trabalho externo.
Megaoperação prendeu mais de 600 pessoas na Bahia
Um dia antes da fuga de detentos no presídio de Eunápolis, a Polícia Civil prendeu mais de 625 pessoas em cidades da Bahia. As prisões — em flagrante e preventivas — ocorreram na 14ª fase da Operação Unum Corpus, que busca reduzir os índices de criminalidade, tirando de circulação indivíduos considerados de alta periculosidade. Entre os presos, há investigados por homicídios, tráfico de drogas, estupros e mais.
Fonte: G1
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