A Conferência do Clima em Belém se aproxima do encerramento, previsto para sexta-feira, 21 de novembro. Contudo, as negociações podem se estender, visto que as decisões e acordos dependem do consenso entre os 198 países signatários da convenção.
Nos últimos dias da COP30, os negociadores intensificaram os esforços para finalizar o chamado Pacote de Belém, que engloba temas como o Objetivo Global de Adaptação, transição justa, financiamento climático e diretrizes para o Fundo para Respostas a Perdas e Danos.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou avanços como o Fundo Floresta Tropical para Sempre, um mecanismo para a conservação de florestas remanescentes. Ela enfatizou a necessidade da COP30 apresentar soluções ou progressos no financiamento e nas ações para evitar o colapso climático, em consonância com as metas globais estabelecidas na COP29, em Baku.
O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, salientou que a transição energética é um processo contínuo e em andamento. Ele citou exemplos como a crescente adoção de veículos elétricos na China e na Noruega, indicando uma futura redução na demanda por petróleo.
O Brasil propôs um compromisso informal de abandono gradual dos combustíveis fósseis, que já conta com a adesão de pelo menos 80 países. Adicionalmente, 35 países e organizações internacionais firmaram a Declaração de Belém para a Industrialização Verde, visando um modelo de crescimento sustentável.
Pela primeira vez, povos originários e tradicionais tiveram espaço de fala oficial na COP, enfatizando seu papel na resposta às mudanças climáticas. O cacique Raoni Metuktire alertou para os potenciais problemas ambientais decorrentes da exploração de petróleo na Foz do Amazonas, defendendo a necessidade de consciência e cuidado com a terra.
Em relação à exploração de petróleo na margem equatorial, o Ibama autorizou estudos para avaliar o potencial exploratório da região, sem previsão para produção em escala comercial. Marina Silva reconheceu as contradições nesse tema, mas ressaltou a importância do petróleo para viabilizar a transição energética no Brasil.
A Petrobras informou que a perfuração experimental terá duração de cinco meses, em águas profundas do Amapá, para coletar informações geológicas sobre a região.
Espera-se que o rascunho da Declaração Final da COP30 dedique atenção especial aos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, reconhecendo suas contribuições para a preservação de florestas, proteção da biodiversidade e fortalecimento da resiliência climática.
Marina Silva encerrou citando cientistas do IPCC, alertando que a mudança do clima causa a perda de milhares de vidas, equiparando os impactos a “nanobombas” lançadas constantemente, com consequências devastadoras para a humanidade.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
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