Mês de maio, mês das mães e tem coisa mais afetiva que comida de mãe. Olha vou confessar uma coisa pra vocês, a minha mãe não eram lá essas cozinheiras espetaculares não, acho que a demanda com os filhos (eu tenho mais 6 irmãos) não deixavam muito tempo para a cozinha. Mas se tem uma coisa que me lembro de muito e tenho na minha memória até hoje era o doce de leite que ela fazia sabor e textura únicos, sempre que vejo um doce de leite em calda me lembro do doce dela e de como ela gostava de fazer para esperar a gente ir comer.
Essa é minha comida afetiva da infância relacionada à minha mãe, é a comida que traz boas lembranças, que me faz reviver uma época feliz, um momento em família de cuidado e carinho.
“Nós não comemos carboidrato, proteína, lipídio, você não chega à padaria e diz “me dá um carboidrato,, ”por favor,” ou chega à lanchonete e diz” me dá um lipídio e uma proteína, por favor,” como está descrito no Guia Alimentar para a População Brasileira, a alimentação é definida como “mais que ingestão de nutrientes (carboidrato, proteína, lipídio ) ”, Comida envolve aspectos culturais, memória, afeto, bem estar, conforto, prazer e todos nós temos histórias relacionadas a comida. As memórias relacionadas a comida são construídas desde a infância e vai por toda vida.
Com certeza você também tem uma memória relacionada a comida afetiva. Você pode se recordar do aroma do bolo da avo ainda no forno, dos momentos em volta da mesa do almoço de domingo, do pudim que sua mãe fazia e essas memórias afetivas te trazem conforto e bons sentimentos.
Por mais comidas afetivas na nossa vida!
Sobre Cátia Maciel:
Cátia Maciel, Baiana, Assistente Social, Nutricionista Especializada em Transtornos Alimentares pela USP. Descobriu um câncer de mama em 2021 aos 47 anos, e atualmente atende de forma gratuita pacientes em tratamento do câncer de mama dando orientações sobre alimentação especialmente na fase da quimioterapia, além de dividir com essas pacientes sua história.