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Ato pró-anistia a Bolsonaro reúne manifestantes na Avenida Paulista

Uma significativa mobilização de apoiadores do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) tomou a Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo, 7 de dezembro de 2025. O evento, intitulado “2ª Caminhada pela Anistia”, teve como principal objetivo reivindicar a anistia para o ex-mandatário e a liberdade para os indivíduos condenados em decorrência dos eventos de 8 de janeiro. A manifestação, que atraiu milhares de pessoas, ressaltou a persistência de certas pautas políticas e a capacidade de mobilização da base de apoio do ex-presidente. Com uma concentração inicial em frente à Gazeta, o grupo marchou em direção à histórica Catedral da Sé, em um percurso carregado de simbolismo e mensagens políticas. A caminhada pela anistia demonstrou a força e a organização de setores da sociedade civil engajados nessas causas específicas, gerando debates e análises sobre o cenário político atual e a polarização no país.

A mobilização na Avenida Paulista e suas pautas centrais

A 2ª Caminhada pela Anistia, ocorrida no último domingo (7), representou um capítulo contínuo na série de manifestações pró-Bolsonaro. O evento, planejado meticulosamente por seus organizadores, teve início pontualmente às 13h, com a concentração dos participantes em frente à Gazeta, um ponto de referência icônico na Avenida Paulista. Dali, a multidão seguiu em marcha organizada em direção à Catedral da Sé, no centro da capital paulista. O percurso da caminhada, embora simbólico, foi estratégico para garantir visibilidade e reverberar as mensagens dos manifestantes.

O pedido por anistia e o contexto do 8 de janeiro

As demandas centrais do ato foram expressas de forma clara e enfática: anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro e liberdade para os condenados pelos eventos de 8 de janeiro de 2023. O conceito de anistia, neste contexto, refere-se a um perdão legal para infrações penais ou políticas que teriam sido cometidas, uma medida que permitiria a Bolsonaro, caso concedida, a superação de eventuais restrições legais ou a anulação de processos judiciais em andamento. Essa pauta é vista por seus apoiadores como essencial para a “pacificação” e a “justiça política”.

Paralelamente, a exigência de liberdade para os indivíduos condenados pelo 8 de janeiro adiciona uma camada de complexidade às reivindicações. Os eventos de 8 de janeiro, que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília, levaram à prisão e condenação de centenas de pessoas por crimes como associação criminosa, dano qualificado, golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Para os organizadores e participantes da caminhada, essas condenações seriam “injustas” ou “excessivas”, e a concessão de anistia a esses indivíduos representaria um ato de reparação e o reconhecimento de que suas ações teriam sido motivadas por convicções políticas, e não por intenção criminosa.

A organização do ato esteve a cargo de figuras conhecidas do cenário político e de movimentos conservadores. O Padre Kelmon, que ganhou notoriedade por sua participação em pleitos eleitorais, foi um dos principais articuladores do evento. Ao seu lado, o Coronel Mello Araújo, vice-prefeito de São Paulo, também desempenhou um papel fundamental na organização, emprestando seu peso político e experiência. A presença dessas lideranças demonstra a coesão e a estruturação por trás da mobilização, que não se limita a um movimento espontâneo, mas é fruto de uma articulação política e ideológica mais ampla. A escolha da Avenida Paulista, palco tradicional de grandes manifestações em São Paulo, reforçou a intenção de projetar a força e a representatividade do movimento em âmbito nacional.

A análise da participação e as medidas de segurança

A dimensão de qualquer manifestação é um fator crucial para avaliar seu impacto e sua representatividade. No caso da 2ª Caminhada pela Anistia, a contagem de participantes foi realizada com uma metodologia avançada, buscando objetividade e precisão. Além disso, a segurança pública desempenhou um papel essencial para garantir o bom andamento do evento.

Contagem independente e o panorama do público

A estimativa do número de participantes foi conduzida pelo Monitor do Debate Político do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), em parceria com a ONG More in Common. Essa colaboração trouxe uma metodologia robusta e tecnologicamente avançada para a análise. Segundo os dados coletados, aproximadamente 1,4 mil pessoas participaram do ato.

A metodologia utilizada baseou-se na análise de fotos aéreas, processadas por um software de inteligência artificial. Para assegurar a precisão, foram tiradas fotos em dois momentos distintos da manifestação: às 13h40 e às 15h08. Foram feitas quatro imagens no total, cobrindo toda a extensão do percurso da manifestação. Duas dessas fotos, tiradas às 15h08, foram selecionadas por corresponderem ao momento de pico do evento, quando a concentração de pessoas era máxima. A análise dessas imagens permitiu calcular uma margem de erro de 12%, o que aponta para um público de pico variando entre 1,2 mil e 1,5 mil participantes. Essa abordagem baseada em dados e tecnologia visa oferecer uma estimativa mais imparcial e técnica, evitando as tradicionais divergências entre números de organizadores e da polícia. O detalhamento da metodologia utilizada reforça a credibilidade da contagem, fornecendo um panorama claro sobre a dimensão da adesão à caminhada.

O esquema de segurança para o evento

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, ciente da magnitude e do caráter político da manifestação, mobilizou um robusto esquema de segurança para acompanhar o evento. Em nota emitida na quinta-feira (5), antecipando a caminhada, a secretaria informou sobre o planejamento e a alocação de recursos. A Polícia Militar foi encarregada da operação, deslocando equipes especializadas para garantir a ordem e a segurança dos participantes e da população em geral.

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Entre as unidades mobilizadas, destacam-se o BAEP (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), responsável por operações de maior complexidade e controle de distúrbios, o CPAM-1 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana-1), que coordena o policiamento ostensivo na região central de São Paulo, e o CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito), fundamental para a gestão do fluxo de veículos e pedestres na Avenida Paulista e nas vias adjacentes. A presença dessas forças policiais teve como objetivo principal prevenir incidentes, garantir a fluidez do trânsito — que sempre é um desafio em grandes atos na Paulista — e assegurar que a manifestação transcorresse de forma pacífica e dentro da legalidade. A atuação coordenada dessas equipes é vital para eventos de grande porte, demonstrando o compromisso das autoridades com a manutenção da ordem pública e o direito à manifestação.

Repercussões e o cenário político

A 2ª Caminhada pela Anistia na Avenida Paulista, realizada no domingo, 7 de dezembro de 2025, transcende a simples reunião de apoiadores e se insere em um contexto político e social mais amplo. A repetição desses atos, com pautas focadas na anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro e na liberdade para os condenados pelos eventos de 8 de janeiro, sinaliza a persistência de um segmento da população em manter vivas certas reivindicações e em questionar decisões judiciais e políticas. Essas manifestações não apenas servem como termômetro da mobilização da base bolsonarista, mas também como um lembrete constante das profundas divisões ideológicas que ainda marcam o cenário político brasileiro.

A insistência nas pautas de anistia reflete uma estratégia de defesa política e busca por reabilitação de figuras e ideologias ligadas ao governo anterior. O pedido de liberdade para os envolvidos no 8 de janeiro, por sua vez, ecoa um sentimento de injustiça percebida por parte desses apoiadores, que interpretam as condenações como atos de perseguição política, e não como aplicação da lei. Este ato, portanto, reforça a narrativa de que existe uma parcela significativa da sociedade que não se sente representada pelas atuais decisões políticas e judiciais, e que busca, através da manifestação pública, influenciar o debate e o curso dos acontecimentos.

A Avenida Paulista, novamente palco de um evento de grande visibilidade, reitera seu papel como um dos principais espaços de expressão política do país. A capacidade de organizar e atrair um público considerável, mesmo que modesto se comparado a outras grandes manifestações, demonstra a resiliência e a organização de certos grupos políticos. A discussão em torno da anistia, seja ela política ou judicial, é um tema de alta sensibilidade e relevância democrática, que continuará a gerar debates acalorados e a moldar a dinâmica política nos próximos anos.

Perguntas frequentes (FAQ)

O que é a Caminhada pela Anistia?
A Caminhada pela Anistia é um ato público, organizado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que busca a concessão de anistia para o ex-mandatário e a liberdade para os condenados pelos eventos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.

Quem organizou o ato na Avenida Paulista?
O ato foi organizado pelo Padre Kelmon e pelo Coronel Mello Araújo, vice-prefeito de São Paulo, figuras conhecidas por seu engajamento em movimentos políticos conservadores e de apoio ao ex-presidente.

Qual a estimativa de público do evento?
Segundo a metodologia do Monitor do Debate Político do Cebrap, em parceria com a ONG More in Common, a estimativa de público no momento de pico do evento foi de aproximadamente 1,4 mil pessoas, com uma margem de erro entre 1,2 mil e 1,5 mil participantes.

Por que a anistia é uma pauta central para os manifestantes?
A anistia é uma pauta central porque os manifestantes consideram que as restrições e condenações enfrentadas pelo ex-presidente Bolsonaro e pelos envolvidos no 8 de janeiro são injustas ou excessivas, buscando um perdão legal que permitiria a eles retomar suas vidas políticas e pessoais sem impedimentos.

Mantenha-se informado sobre os desdobramentos desses e outros eventos políticos que moldam o futuro do Brasil, acompanhando fontes de notícias confiáveis e participando ativamente do debate público.

Fonte: https://g1.globo.com

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