A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Ministério de Portos e Aeroportos vão investigar a morte do cachorro Joca. O anúncio foi feito pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), e o deputado federal Fernando Marangoni (União-SP) na noite desta terça-feira (23).
“O ministro e a Anac garantiram que vão abrir processo para apurar responsabilidades e, dependendo do que acontecer no processo, aplicar penalidades cabíveis”, disse Marangoni, em vídeo publicado nas redes sociais do deputado estadual de São Paulo, Rafael Saraiva (União-SP), que também participou da reunião.
Costa Filho anunciou a criação de um grupo de trabalho no ministério para rever as regras de transporte de animais. O objetivo, segundo o ministro, é pensar ao lado da Anac políticas públicas para o transporte de animais domésticos em aviões.
O cão Joca tinha 4 anos e viajaria do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop, em Mato Grosso, junto do seu dono, João Fantazzini.
Por ser um cachorro de grande porte, não pode ir junto aos assentos da aeronave e precisou ser despachado numa caixa de transporte, viajando no porão com as malas dos passageiros.
Ao chegar em Mato Grosso, a Gol informou o erro à João. O cachorro não havia viajado no mesmo voo e estava em Fortaleza, cidade 2.082 km distante. O tutor recebeu imagens e vídeos do cachorro no Ceará, com água sendo fornecida pelos funcionários da companhia aérea. Como Joca passaria por Guarulhos antes de ser enviado para Sinop, João decidiu voltar para São Paulo para encontrar o animal. Ao chegar ao aeroporto de Guarulhos, João notou que Joca estava sem sinais vitais.
A morte do cão foi constatada por uma veterinária, que deu laudo de “parada cardiorrespiratória com causa ainda a ser esclarecida”. O vídeo gravado pela mãe de João viralizou nas redes sociais e mostra o tutor ao lado do cachorro, já falecido, no terminal de cargas de Guarulhos. A Gol lamentou o ocorrido, atribuiu o desvio de rota do animal a uma falha operacional e disse que foi surpreendida pelo falecimento do animal.
“A Companhia está oferecendo todo o suporte necessário ao tutor e a apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com prioridade total pelo nosso time. Nos solidarizamos com o sofrimento do tutor do Joca. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação”, diz em nota.
Devido ao caso, a Gol Linhas Aéreas suspendeu por 30 dias a venda do serviço e o transporte de cães e gatos nos porões de aeronaves. Não é o primeiro caso de problemas da Gol com cachorros despachados em suas aeronaves. Em 2021 a cachorra Pandora sumiu numa conexão no Aeroporto de Guarulhos, sendo encontrada apenas 40 dias depois. Por causa disso, a companhia aérea chegou a suspender o embarque de animais no porão, que foi retomado vários meses depois.
(LUCAS MARCHESINI/Folhapress)
Fonte: O TEMPO
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