Ana Carolina Coutinho

A importância da participação feminina na política – (10 anos de aniversário, muitos anos de luta)

Por Ana Carolina Coutinho*

Este mês o nosso jornal faz 10 anos! Uma década a ser comemorada! A nossa fundadora e publisher, Adriana Teodoro dos Santos, merece todos os louros pela sua dedicação e compromisso para nos atualizar sobre a política em nossa região e ser um dos expoentes que levam a força feminina ao setor. Inclusive, importa lembrar que, no Brasil, a mulher só alcançou seu direito a voto em fevereiro de 1932, tendo como uma das responsáveis também uma jornalista, quase um século antes, com a fundação do Jornal da Senhora, feito exclusivamente por mulheres e idealizado por Violante Bivas e Velascos.

Em nossa Constituição de 1890 houve tentativa de uma emenda para permitir o voto feminino, sendo, contudo, rejeitada. Posteriormente, outras tentativas sem sucesso, mas com novas forças. Em 1910, a professora Deolinda Dalto funda o Partido Republicano Feminino, mais tarde, seus membros ficando conhecidas como ‘sufraguetes’, organizando passeatas e dando novos impulsos à luta feminina.

Como vimos, o direito a voto só veio em 1932, e a primeira mulher a ter uma cadeira no legislativo foi Carlota Pereira de Queiróz, em 1934, eleita Deputada Federal por São Paulo. Já no Senado, a primeira representante feminina foi Eunice Michiles, em 1979, como suplente amazonense, assumindo após o falecimento do titular. “Na época, foi uma pequena revolução, porque era um local só de homens. Imagine, não tinha nem banheiro feminino”, contou em entrevista à rede britânica BBC, em outubro de 2013.

A primeira ministra do Brasil foi na pasta da Educação, com a advogada Esther de Figueiredo Ferraz, assumindo em 1982, no governo do general João Baptista Figueiredo. No Supremo Tribunal Federal, apenas em 2000, Ellen Gracie se torna Ministra da suprema corte. E, em 2010, Dilma Roussef é eleita nossa primeira presidente. São apenas alguns nomes, porém, mesmo a soma de todos eles deixam claro que ainda há muito a se conquistar, tendo em vista que as mulheres são a maior parte do eleitorado brasileiro, com 52,65%, segundo o Superior Tribunal Eleitoral.

A luta ainda permanece. Acredita que precisou de uma lei para que os partidos políticos tivessem mais candidatas femininas em seus quadros? Pois, em 2022, foi promulgada a Emenda Constitucional 117, oriunda da PEC 18/21, obrigando partidos a destinarem o mínimo de 30% de recursos públicos de campanhas eleitorais às candidatas mulheres, mesma cota nas propagandas televisivas eleitorais. Hoje, para se ter uma ideia, na Câmara dos Deputados, 85,19% das vagas é ocupada por homens e apenas 14,81%, por mulheres! Lembrando que neste ano, teremos as eleições municipais e ainda há muito a se conquistar. Celebremos, mas continuemos a buscar nossa verdadeira representação!

*Ana Carolina Coutinho é jornalista há mais de 25 anos, período em que atuou como assessora de imprensa e dirigiu diversas revistas especializadas, desde espiritualistas até de indústria química e de instrumentos musicais. Leitora e estudante voraz; atualmente explora novos caminhos no Direito, advogando na área cível, ajudando pessoas a ter reparação por um direito violado. E-mail: anacarolinacouttinho@gmail.com

Fontes:
As pioneiras da política brasileira: www.poder360.com.br/brasil/conheca-as-pioneiras-da-politica-brasileira/
Eficácia/ineficácia do sistema de cotas para as mulheres: https://apps.tre-sc.jus.br/site/resenha-eleitoral/revista-tecnica/edicoes-impressas/integra/2012/06/eficaciaineficacia-do-sistema-de-cotas-para-as-mulheres/indexecf1.html%3Fno_cache=1&cHash=41fd54251934e987a6a5aab11920f90c.html

 

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