Um novo levantamento revela uma disparidade significativa no acesso à arborização entre moradores de favelas e aqueles que residem fora dessas áreas. No ano em que o Brasil sediou a COP30, conferência climática que destacou a importância da preservação ambiental, dados do Censo indicam que 64,6% dos habitantes de favelas vivem em trechos de vias públicas desprovidos de árvores com pelo menos 1,70 metro de altura.
A pesquisa aponta para uma desigualdade territorial marcante, já que, em áreas fora das favelas, a proporção de moradores em ruas sem árvores cai para 31%. Os dados foram coletados durante o Censo 2022 e consideram árvores em vias públicas, excluindo vegetação em áreas privadas como quintais. O levantamento abrange os 656 municípios brasileiros com registro de favelas.
Em números absolutos, dos 16,4 milhões de brasileiros que residem em favelas, conforme revelado em novembro do ano passado, 10,4 milhões não possuem árvores nas proximidades de suas residências.
Belém, cidade que sediou a COP30, apresenta um cenário semelhante, com 65,2% dos moradores de favelas vivendo em áreas sem arborização, um índice superior à média nacional.
Especialistas destacam a relevância da arborização urbana para a qualidade de vida, especialmente em um contexto de aquecimento global, proporcionando conforto térmico e melhorando as condições ambientais.
O estudo revela ainda que 35,4% dos moradores de favelas, o que corresponde a 5,7 milhões de pessoas, têm alguma árvore em frente à sua casa. Desses, 17,8% têm entre uma e duas árvores, 7,1% têm entre três e quatro, e 10,5% têm cinco ou mais árvores. Em comparação, fora das favelas, 33,5% dos moradores têm cinco ou mais árvores próximas às suas casas.
A pesquisa identificou uma correlação entre o tamanho da favela e o acesso à arborização. Em favelas menores, com até 250 habitantes, 45,9% dos moradores vivem perto de árvores. Já em favelas maiores, com mais de 10 mil habitantes, essa proporção cai para 31,8%.
Entre as 20 maiores favelas do país, Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, apresenta a situação mais crítica, com apenas 3,5% de seus quase 56 mil moradores tendo árvores próximas. Em contrapartida, Sol Nascente, em Brasília, registra um índice de 70,7% de moradores com árvores em frente ao domicílio.
O levantamento também analisou a presença de bueiros, infraestrutura essencial para o escoamento de água da chuva. Em favelas, 45,4% dos moradores têm bueiros próximos às suas casas, enquanto fora das favelas essa porcentagem sobe para 61,8%. A presença de bueiros também aumenta conforme a população da favela cresce.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
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