O corpo de Ana Alice Santos França, uma estudante de 11 anos, foi sepultado no cemitério municipal de Serrana, interior de São Paulo, no último sábado. A morte da menina, ocorrida na quinta-feira, é investigada como estupro de vulnerável, após a identificação de sinais de violência sexual.
Visivelmente abalado, o pai de Ana Alice, Flávio Antunes de França, vestiu uma camiseta confeccionada para o batismo da filha em homenagem. Emocionado, ele descreveu Ana Alice como uma menina doce, educada e meiga, lembrando os momentos em que ela o ensinava a rezar. “Era uma menina doce, educada, meiga, rezava comigo. Me ensinou uma oração, pegava na minha mão e quando eu esquecia, ela falava: ‘pai, cadê a mão’. Pegava na minha mão pra rezar. Isso aí eu nunca vou esquecer na minha vida. Tiraram o ouro de mim, a minha filha.”
Flávio clamou por justiça e pediu punição severa para o responsável pela morte da filha, defendendo a pena de morte para crimes de natureza sexual. “Violentaram minha filha, enforcaram minha filha, mataram minha filha, gente, pelo amor de Deus. Tem que ter lei nesse Brasil. Essa pessoa não tem Deus. Tem que ter uma pena mais vigorosa. Estupro, tem que ter pena de morte para esse tipo de pessoa.”
Inicialmente, o caso foi tratado como tentativa de suicídio, pois Ana Alice foi encontrada com o cordão de um brinquedo enroscado no queixo. No entanto, a equipe médica da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE) em Ribeirão Preto, onde a menina foi internada, identificou material semelhante a sêmen em seu corpo e comunicou a suspeita de abuso sexual às autoridades.
De acordo com o delegado Marcelo Melo Garcia de Lima, a vítima apresentava lesões na região genital e hematomas no pescoço. A Polícia Civil de Serrana assumiu a investigação.
As investigações apontam que, na terça-feira, Ana Alice foi deixada em casa pela mãe sob os cuidados do padrasto e dos irmãos, uma adolescente de 15 anos e um jovem de 19. O padrasto relatou à polícia que encontrou Ana Alice desacordada na sala por volta das 23h, momento em que se preparava para buscar a mãe da menina no trabalho. A irmã de Ana Alice, que retornava da igreja, auxiliou no socorro. A vítima foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, posteriormente, transferida para Ribeirão Preto. A polícia ainda apura se o irmão permaneceu na residência durante todo o período.
A Polícia Civil aguarda a conclusão de laudos periciais, incluindo o do Instituto Médico Legal (IML), para dar prosseguimento à investigação. Objetos pessoais do padrasto, além dos telefones celulares dele, da mãe e da vítima, foram apreendidos para análise.
Fonte: g1.globo.com
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