© Bruno Peres/Agência Brasil

Primeira semana da cop30 em belém sinaliza avanços promissores

As negociações da COP30, sediada em Belém, no Pará, encerraram sua primeira semana neste sábado (15) com sinais promissores para o avanço das ações globais contra as mudanças climáticas. Observadores da sociedade civil presentes no evento expressaram otimismo, antevendo progressos significativos nas discussões. A partir da próxima semana, as negociações serão conduzidas por ministros de diversos países, com a expectativa de que acordos concretos sejam firmados.

Florence Laloë, diretora da Conservação Internacional, destacou o processo de sistematização dos textos em discussão, crucial para a tomada de decisões por cada nação participante. Segundo ela, a COP30 teve um início mais ágil em comparação com edições anteriores, com uma rápida adoção da agenda. Os textos estão sendo preparados para a fase final da primeira semana, permitindo que os ministros tomem decisões na semana seguinte. Ela apontou que diversos textos já estão em análise, refletindo as diferentes posições dos países em temas como adaptação, financiamento, mercados de carbono (especificamente no âmbito do Artigo 64), e as sinergias entre clima e biodiversidade.

Natalie Unterstell, do Instituto Talanoa, relatou ter sido surpreendida pela articulação entre países na busca por uma transição energética que diminua o uso de combustíveis fósseis globalmente. Uma nova coalizão de países surgiu, promovendo a ideia de sinalização política e roteiros para a transição. Unterstell destacou o potencial desse movimento, especialmente com a adesão de países em desenvolvimento. Ela ressaltou que, se essa iniciativa ganhar força, representará um sinal positivo. O Presidente Lula mencionou essa ideia na semana anterior, mas o cenário agora é diferente.

Apesar dos avanços, Unterstell observou que as pautas de adaptação climática e financiamento para a transição dos países mais pobres não tiveram o mesmo progresso.

André Guimarães, diretor executivo do IPAM – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, salientou que temas como a integridade da informação e a relação entre saúde e mudanças climáticas ganharam relevância durante a semana. Ele mencionou a incorporação da questão da integridade da informação no debate, reconhecendo o impacto negativo das notícias falsas. O princípio da convenção na COP30 é garantir a integridade da informação, validando os dados antes de utilizá-los. Houve um importante debate sobre a relação entre saúde e clima, trazendo à tona os impactos das mudanças climáticas na saúde. Atualmente, as delegações dos países estão consultando seus respectivos governos para avançar nas negociações, gerando grande expectativa para a próxima semana.

A COP30 prossegue até o dia 21 de novembro, com o desafio central de implementar medidas para conter o aumento da temperatura global, conforme estabelecido pela presidência da Conferência sobre as Mudanças do Clima da ONU.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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