Novembro Azul Pet: O papel da obesidade na saúde dos machos

Como a alimentação natural pode ajudar a prevenir desequilíbrios hormonais e o câncer de próstata

Assim como acontece com os humanos, o excesso de peso também traz sérias consequências para a saúde dos cães machos. A obesidade provoca desequilíbrios hormonais e inflamações crônicas que podem afetar a função reprodutiva e favorecer o surgimento de doenças como a hiperplasia prostática e o câncer de próstata.
Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária, o câncer de próstata acomete cerca de 4% dos cães com mais de sete anos, número que pode chegar a 80% entre os não castrados. O alerta é importante especialmente durante o Novembro Azul Pet, mês dedicado à conscientização sobre os cuidados com a saúde masculina dos animais.
De acordo com a nutricionista veterinária da foodtech de alimentação natural A Quinta Pet, Gabriela Corte Real, a alimentação tem papel direto na prevenção desses problemas. “O tecido adiposo funciona como um órgão endócrino ativo, produzindo substâncias inflamatórias que interferem na produção e no equilíbrio dos hormônios sexuais. Manter o peso ideal ajuda a preservar a testosterona e reduzir inflamações que impactam a próstata”, explica.
A especialista destaca que a incorporação de uma dieta natural contribui para prevenir desequilíbrios hormonais e reduzir riscos associados, como o câncer de próstata. Segundo ela, a ingestão de ingredientes frescos favorece a absorção de proteínas e gorduras de qualidade, além de um menor teor de carboidratos simples, evitando a alta carga de amido, conservantes e subprodutos de outros tipos de dietas, especialmente industrializadas.
“Tal mudança na dieta favorece o controle do metabolismo energético ao melhorar a sensibilidade à insulina; a produção equilibrada de hormônios sexuais – tanto a função ovariana das fêmeas quanto testicular dos machos, uma menor inflamação sistêmica e, consequentemente, o risco de distúrbios endócrinos e reprodutivos; além da adequação do peso corporal.
Outro ponto enfatizado pela especialista é a atuação do ômega-3, fibras funcionais, antioxidantes, zinco e selênio — nutrientes presentes na alimentação natura e que possuem efeitos anti-inflamatório, auxiliando na regulação do eixo endócrino e na prevenção de distúrbios reprodutivos.
A seguir, Gabriela lista alguns nutrientes e grupos de alimentos que podem integrar a alimentação dos pets e que se destacam na prevenção da obesidade e de doenças hormonais — além de sinais que podem indicar a necessidade de reavaliação da dieta atual, com possível incorporação de ingredientes naturais, sempre com acompanhamento veterinário.
Nutrientes e grupos de alimentos que merecem destaque na prevenção da obesidade e de doenças hormonais:

• Ácidos graxos ômega-3 (EPA e DHA) → efeito anti-inflamatório e regulador do eixo endócrino;
• Fibras funcionais (psyllium, abóbora, cenoura) → aumentam saciedade e reduzem picos glicêmicos;
• Proteínas magras (peixe, frango, carne vermelha magra, ovos) → mantêm massa magra e metabolismo ativo;
• Antioxidantes naturais (mirtilo, cúrcuma, espinafre) → combatem o estresse oxidativo hormonal;
• Zinco e selênio → essenciais para síntese de hormônios sexuais e defesa antioxidante.

Alguns sinais que podem indicar a necessidade de reavaliação da dieta atual:

• Escore corporal > 6/9;
• Ganho de peso sem mudança de dieta;
• Diminuição da libido (machos), com menor interesse por fêmeas no cio e ausência de marcação urinária típica neste comportamento.
• Alterações dermatológicas (oleosidade, seborreia, etc);
• Queda de pelo, alopecia bilateral simétrica;
• Letargia, apatia ou agressividade repentina
• Infecções de repetição (otites, dermatites, piometras);
• Fêmea castrada com ganho rápido de peso após o procedimento.

Fonte: Assessoria A Quinta