A cidade de São Paulo vive um cenário de caos e transtornos significativos com a persistência da falta de energia elétrica, afetando mais de 134 mil imóveis pela Enel pelo quinto dia consecutivo. O serviço foi abruptamente interrompido após a passagem de uma forte ventania que castigou a capital paulista no início da semana, desencadeando uma crise energética sem precedentes recentes. A situação, que já alcançou 2,2 milhões de clientes no auge do problema na quarta-feira, reflete não apenas a severidade do fenômeno meteorológico, mas também levanta questionamentos sobre a resiliência da infraestrutura de distribuição de energia na metrópole. As consequências da interrupção prolongada são sentidas em todos os setores, desde a economia local até o cotidiano dos moradores.
São Paulo enfrenta quinto dia de apagão com mais de 134 mil imóveis sem luz
Vendaval sem precedentes causa caos e interrupções prolongadas
Na manhã deste domingo, a concessionária Enel confirmou que ainda restam mais de 134 mil clientes na capital paulista sem acesso à energia elétrica, configurando o quinto dia consecutivo de interrupção para muitas dessas residências e estabelecimentos comerciais. A crise teve início na quarta-feira, dia 10 de dezembro de 2025, quando uma intensa ventania, com rajadas de vento que superaram as expectativas, varreu a cidade de São Paulo. Os ventos fortes não apenas derrubaram centenas de árvores, mas também causaram o cancelamento de dezenas de voos nos aeroportos da região e provocaram o desligamento de semáforos por toda a metrópole, transformando o trânsito em um desafio ainda maior.
No pico do vendaval, mais de 2,2 milhões de clientes da Enel foram atingidos pelo blecaute generalizado, sendo forçados a recorrer a velas e geradores improvisados para iluminar suas casas e manter minimamente suas rotinas. A região do Sacomã, na Zona Sul, ilustra bem a dimensão do problema, com ruas inteiras permanecendo às escuras por dias. A abrangência do problema se estendeu por diversas zonas da cidade e impactou também a região metropolitana, evidenciando a vulnerabilidade da rede de distribuição diante de eventos climáticos extremos. A demora no restabelecimento do serviço tem gerado crescente insatisfação e um clima de exasperação entre os moradores e comerciantes afetados, que veem seus direitos básicos comprometidos.
Reação da concessionária e intervenção judicial
Promessas de restabelecimento e sanções legais
Diante da dimensão e da persistência da falta de energia, a concessionária Enel tem enfrentado uma pressão crescente. Inicialmente, a empresa divulgou que a normalidade no fornecimento de energia seria retomada até o final deste domingo. No entanto, a demora na execução dos reparos e a lentidão no atendimento às demandas dos consumidores culminaram em uma forte reação por parte das autoridades e do Ministério Público. Na noite da última sexta-feira, a Justiça de São Paulo agiu, ordenando à Enel o restabelecimento imediato dos serviços para todos os consumidores afetados pelo apagão que atinge a capital e a região metropolitana.
A decisão judicial veio acompanhada de uma severa sanção: uma multa diária de R$ 200 mil por hora em caso de descumprimento da ordem. Essa medida drástica reflete a gravidade da situação e a percepção de que a concessionária não estava agindo com a celeridade necessária para resolver a crise. A ação judicial foi impetrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e pela Defensoria Pública do Estado, que ingressaram com a petição na sexta-feira, argumentando os prejuízos e transtornos causados à população pelo apagão. A intervenção legal sublinha a responsabilidade da Enel em garantir a continuidade e a qualidade do serviço essencial, mesmo diante de intempéries, e estabelece um precedente importante para a fiscalização de serviços públicos.
Prejuízos milionários e impacto na vida dos paulistanos
Descartar alimentos e remédios: a dura realidade
A prolongada falta de energia elétrica resultou em prejuízos financeiros de milhões de reais para o comércio da cidade de São Paulo. Pequenos e médios negócios, que dependem diretamente da eletricidade para operar – desde padarias e restaurantes até salões de beleza e escritórios –, viram suas atividades paralisadas, gerando perdas significativas de faturamento em um período já desafiador. Além das perdas comerciais, o impacto na vida dos consumidores tem sido imenso e, em muitos casos, irreparável. Relatos de medicamentos que necessitam de refrigeração sendo descartados e de estoques inteiros de alimentos estragando em geladeiras e freezers sem funcionar se multiplicam por toda a cidade.
O descarte prematuro de produtos essenciais representa um golpe financeiro direto para as famílias e um desperdício incalculável. Além disso, a ausência de luz impacta a segurança pública, com o desligamento de semáforos e a escuridão em ruas e avenidas favorecendo a criminalidade. A rotina de milhares de paulistanos foi completamente alterada, com a dificuldade de realizar tarefas básicas, a falta de acesso à internet para trabalho ou estudo e a interrupção de sistemas de segurança e comunicação. O estresse e a exaustão emocional se tornaram uma realidade para muitos, que se veem sem perspectivas de uma solução rápida e eficiente para o problema.
Perspectivas de normalização e o clamor por respostas
O que esperar após o apagão histórico
Enquanto a Enel promete o restabelecimento total da energia até o fim deste domingo, a experiência dos últimos dias deixa um rastro de frustração e questionamentos na população paulistana. A urgência na resolução dos problemas é evidente, mas a lentidão no processo e a comunicação considerada insatisfatória pela empresa têm sido alvo de críticas contundentes. Além da expectativa pelo retorno da normalidade, surge um clamor por respostas e por um plano de ação robusto para o futuro. Os eventos climáticos extremos estão se tornando mais frequentes, e a cidade de São Paulo, com sua vasta infraestrutura e densidade populacional, precisa de redes de energia mais resilientes e sistemas de contingência eficientes.
A questão da infraestrutura se torna central: seriam necessários investimentos em modernização e em novas tecnologias para evitar que um vendaval, por mais forte que seja, cause um colapso tão abrangente e duradouro? A fiscalização sobre as concessionárias e a aplicação de multas severas, como a imposta pela Justiça, são passos importantes, mas a prevenção é a chave para evitar que situações como esta se repitam. A população espera não apenas que a luz volte, mas que medidas concretas sejam tomadas para garantir a segurança e a continuidade de um serviço tão essencial em futuras ocasiões.
Perguntas frequentes sobre o apagão em São Paulo
Qual a causa do apagão na cidade de São Paulo?
O apagão foi causado por uma forte ventania que atingiu a capital paulista no dia 10 de dezembro de 2025, provocando a queda de árvores e danos à rede de distribuição de energia elétrica da Enel.
Quantos imóveis ainda estão sem energia elétrica?
Segundo balanço da Enel das 07h30 deste domingo, mais de 134 mil clientes na cidade de São Paulo ainda permanecem sem fornecimento de energia elétrica.
Quais foram as ações legais tomadas contra a Enel?
A Justiça de São Paulo ordenou que a Enel restabeleça imediatamente o serviço, sob pena de multa de R$ 200 mil por hora em caso de descumprimento, após uma ação movida pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública do Estado.
Para mais informações e atualizações sobre a situação da energia em São Paulo, acompanhe os comunicados oficiais da concessionária e das autoridades locais.
Fonte: https://g1.globo.com
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