Ministério Público defende que Élcio Queiroz e Ronnie Lessa sejam condenados a 84 anos de prisão por morte da vereadora e do motorista Anderson Gomes
Ministério Público defende que Élcio Queiroz e Ronnie Lessa sejam condenados a 84 anos de prisão por morte da vereadora e do motorista Anderson Gomes

‘Que arrependimento é esse?’, questiona promotor em julgamento de assassinos de Marielle Franco

O julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de matar a vereadora Marielle Franco (Psol) e o motorista Anderson Gomes, continua nesta quinta-feira (31). O júri começou às 10h30 de quarta-feira (30) e já ouviu 11 pessoas, incluindo os dois réus, familiares das vítimas e Fernanda Chaves, assessora da parlamentar e sobrevivente do atentado.

O Ministério Público defende que cada um deles seja condenado à pena máxima, que chega a 84 anos de prisão.

Em depoimento, Ronnie detalhou como o crime foi planejado, disse que Marielle havia se tornado uma “pedra no sapato” dos mandantes – apontados pela Polícia Federal como os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão -, e pediu desculpas à família.

“Eu gostaria de aproveitar a oportunidade e com absoluta sinceridade e arrependimento pedir perdão às famílias do Anderson, da Marielle e a minha própria, a dona Fernanda e a toda sociedade pelos fatídicos atos que nos trazem aqui”, disse.

Já Élcio Queiroz disse que não sabia quem era a vereadora e que só soube do planejamento do crime ao entrar no carro com o comparsa.

‘Que arrependimento é esse?’, questiona promotor

Na sessão desta quinta, o promotor Eduardo Martins questionou o arrependimento dos autores, que só começaram a dar detalhes do crime através da delação premiada. “Que arrependimento é esse com algo em troca? Eles pediram algo em troca para falar o que falaram. Até outro dia eles estavam negando todas as imputações”, disse o promotor.

Martins afirmou que Élcio e Lessa só firmaram o acordo de colaboração premiada quando souberam que o Ministério Público tinha novas provas contra eles. “Quando eles fizeram a colaboração, eles estavam encurralados. Já sabiam que a condenação era certa. Para esse julgamento, nós não precisávamos dele”, declarou.

O promotor também mostrou imagens da perícia policial e disse que os réus não queriam matar todos os ocupantes do carro: a vereadora Marielle Franco, o seu motorista Anderson Gomes, e sua assessora Fernanda Chagas. Apenas Fernanda sobreviveu ao ataque.

A tese do Ministério Público desmente a versão de Élcio Queiroz, que disse que não sabia do crime até minutos antes. Em depoimento, ele afirmou que foi contratado para dirigir um carro durante um “trabalho”, mas que não sabia o que se tratava. Ele diz que só soube que seria para matar a vereadora quando já estava dentro do veículo com Lessa.

Martins afirmou que os ângulos, intensidade dos tiros e histórico dos assassinos demonstram que eles queriam matar Anderson e Fernanda. Élcio e Lessa queriam evitar que os dois testemunhassem o assassinato da vereadora. De acordo com a defesa dos réus, Anderson e Fernanda não eram alvos.

 

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia

Imagem: ITATIAIA

Fonte: ITATIAIA

 

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