© Nunah Alle/Mídia NINJA/Flickr

Marielle franco homenageada com medalha da universidade de harvard

A vereadora e ativista Marielle Franco será a primeira personalidade brasileira a receber a Medalha W.E.B. Du Bois, a mais alta honraria concedida pela Universidade de Harvard na área de Estudos Africanos e Afro-Americanos. A homenagem póstuma será realizada nesta terça-feira, 4 de junho.

Marielle é a segunda latino-americana a receber a premiação, sucedendo a vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, homenageada no ano anterior.

A medalha é concedida pelo Instituto de Pesquisas Afrolatino-Americanas a indivíduos que se destacam por suas contribuições ao fortalecimento cultural e intelectual de populações africanas e afrodescendentes ao redor do mundo. A honraria leva o nome de W.E.B. Du Bois, sociólogo, historiador e ativista, figura proeminente do movimento negro nos Estados Unidos e o primeiro homem negro a obter um doutorado em Harvard.

Nascida no Complexo de Favelas da Maré, em 1979, Marielle Franco emergiu como um dos nomes mais emblemáticos na luta pelos direitos civis, denunciando a violência estatal em áreas marginalizadas. Sua atuação também se estendeu às pautas da comunidade LGBTQIAPN+ e das mulheres negras.

Luyara Franco, filha da vereadora e atual diretora executiva da Central de Movimentos Populares do Instituto Marielle Franco, organização criada após o assassinato de sua mãe, enfatiza a importância deste reconhecimento.

“Quando uma instituição de renome mundial reconhece essa trajetória, ela também reconhece a potência de uma produção intelectual que nasce da favela e que, ainda assim, tem impacto global”, declara Luyara. “O legado da minha mãe ultrapassa fronteiras e continua inspirando o mundo inteiro a lutar por justiça, democracia e igualdade. E, acima de tudo, reafirma o quanto é urgente valorizarmos a intelectualidade de mulheres negras e de pessoas que, como minha mãe, Marielle, ousaram pensar em outro futuro possível.”

A trajetória de Marielle Franco ascendeu das comunidades para a cena política em 2016, quando foi eleita vereadora no Rio de Janeiro. Seu trabalho alcançou reconhecimento internacional, e ela chegou a ser convidada para um simpósio em Harvard, em abril de 2018, evento do qual não pôde participar.

Em 14 de março de 2018, seis semanas antes do simpósio, Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados. O crime gerou comoção e a questão “QUEM MATOU MARIELLE” ressoou internacionalmente.

Após uma extensa investigação, os executores foram identificados. Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados a 78 e 59 anos de prisão, respectivamente.

Já os acusados de serem os mandantes, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, figuras tradicionais na política, e o ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, respondem a uma ação penal no Supremo Tribunal Federal, que ainda está em fase de instrução e não tem data prevista para julgamento.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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