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Marceneiro perde R$ 75 mil em golpe por compra online e invasão

ANUNCIO COTIA/LATERAL

Um marceneiro de 52 anos, residente em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, tornou-se mais uma vítima de um sofisticado golpe online, perdendo uma quantia alarmante de cerca de R$ 75 mil. A fraude teve início com a tentativa de adquirir uma máquina industrial para seu negócio, anunciada por uma suposta empresa na internet. O processo, que deveria ser uma simples transação comercial, transformou-se em um pesadelo financeiro quando os criminosos, após uma série de manipulações digitais, conseguiram acesso irrestrito às contas bancárias da vítima. O caso, que envolveu a compra de um equipamento, o download de um aplicativo malicioso e transferências bancárias fraudulentas, está sob investigação da Polícia Civil de São José do Rio Preto, alertando para os crescentes perigos das transações e interações digitais.

O início do pesadelo: a compra enganosa

A busca por otimização e produtividade levou o marceneiro a procurar por uma máquina dobradeira de chapas metálicas, um equipamento essencial para seu ofício. A oportunidade surgiu através de um anúncio online, veiculado por uma suposta empresa com sede no Paraná. Atraído pela oferta e pela aparente legitimidade do anúncio, a vítima realizou a compra, efetuando um pagamento inicial de R$ 4,6 mil pelo equipamento. Esta transação, feita com a expectativa de um bom negócio, marcaria o primeiro passo em uma elaborada armadilha de estelionato.

A oferta irrecusável e o primeiro pagamento

A etapa inicial da fraude foi construída sobre a ilusão de uma transação comercial legítima. Após o pagamento, a “empresa” informou o marceneiro sobre o processo de envio do equipamento e, para maior comodidade e transparência, forneceu um link de rastreamento de uma transportadora. Esta é uma tática comum em golpes online, onde a promessa de acompanhamento da entrega cria uma falsa sensação de segurança e profissionalismo, induzindo a vítima a interagir ainda mais com os golpistas em um ambiente controlado por eles. A confiança do comprador foi sistematicamente minada à medida que a fraude avançava para as etapas mais críticas.

A armadilha digital e a invasão de privacidade

Ao acessar o link de rastreamento fornecido, o marceneiro foi instruído a baixar um aplicativo em seu telefone celular. Este foi o ponto de virada crucial da trama. Sem desconfiar da verdadeira intenção por trás da solicitação, o homem procedeu com o download. No exato momento em que o aplicativo era instalado, a vítima recebeu uma inesperada chamada de vídeo. Durante essa chamada, os golpistas, de forma sorrateira e sem o consentimento do marceneiro, realizaram capturas de imagem. A combinação do download de um aplicativo desconhecido e a chamada de vídeo com captura de imagens sugere uma complexa operação de engenharia social e instalação de software malicioso.

Do aplicativo ao acesso indevido

O aplicativo baixado provavelmente tratava-se de um software de acesso remoto ou malware, que permitiu aos criminosos obter controle ou acesso sigiloso ao dispositivo móvel da vítima. As capturas de imagem durante a chamada de vídeo podem ter tido múltiplos propósitos: desde a coleta de dados para futura engenharia social, passando por tentativas de burlar sistemas de reconhecimento facial ou apenas para distrair a vítima enquanto o acesso aos dados bancários era consolidado. Rapidamente após esses eventos, os criminosos conseguiram invadir os aplicativos bancários do marceneiro, obtendo controle total sobre suas finanças e preparando o cenário para o prejuízo milionário. A vítima, inocente, sequer teve tempo de reagir antes que suas informações pessoais e financeiras estivessem comprometidas.

O rastro do prejuízo e a ação policial

Uma vez com acesso às contas bancárias do marceneiro, os golpistas agiram com celeridade e voracidade. O registro policial detalha uma série de transações fraudulentas que esvaziaram os recursos da vítima. Primeiramente, foram realizadas diversas compras utilizando o cartão de crédito, totalizando um valor de R$ 8,9 mil. Em seguida, os criminosos efetuaram transferências via PIX, modalidade de pagamento instantâneo que facilita a movimentação rápida de grandes somas de dinheiro. Estas transferências, divididas em duas operações distintas, somaram a impressionante quantia de R$ 50 mil. Com o valor inicial do golpe e o prejuízo subsequente, o montante total estimado da fraude alcança a cifra de cerca de R$ 75 mil, representando um impacto devastador para a vida financeira do marceneiro e seu negócio.

Imediatamente ao perceber as movimentações indevidas em suas contas, o marceneiro agiu prontamente, registrando reclamações junto à sua instituição bancária na tentativa de reverter ou bloquear as transações. Adicionalmente, o caso foi formalmente registrado na Central de Flagrantes da Polícia Civil de São José do Rio Preto como estelionato, uma tipificação penal para crimes de fraude. A Polícia Civil iniciou as investigações para identificar e rastrear os responsáveis por este golpe. A apuração de crimes cibernéticos como este é complexa, exigindo perícia técnica e colaboração entre instituições financeiras e forças policiais, especialmente quando os criminosos utilizam supostas empresas ou agem de localidades distintas, como o Paraná no caso citado.

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Aumento dos golpes digitais e lições de segurança

O caso do marceneiro de São José do Rio Preto é um reflexo preocupante do aumento exponencial de golpes digitais e fraudes online. A cada dia, criminosos aprimoram suas táticas, utilizando-se de engenharia social, aplicativos maliciosos e vulnerabilidades em sistemas para enganar e lesar vítimas. A facilidade e a rapidez das transações digitais, como o PIX, embora tragam benefícios, também oferecem um terreno fértil para a ação desses estelionatários. É fundamental que usuários da internet e de serviços bancários digitais redobrem a atenção, desconfiando de ofertas excessivamente vantajosas, links e aplicativos desconhecidos, e sempre verificando a autenticidade de empresas e contatos antes de realizar qualquer transação ou fornecer dados pessoais. A vigilância é a primeira linha de defesa contra esses crimes.

Perguntas frequentes

1. Quais são os principais sinais de um golpe online na compra de produtos?
Os principais sinais incluem preços muito abaixo do mercado, pressão para fechar o negócio rapidamente, solicitações de download de aplicativos desconhecidos para “rastreamento” ou “confirmação”, e pedidos de dados pessoais ou bancários fora do ambiente seguro de pagamento. Empresas legítimas geralmente têm reputação verificável e canais de comunicação claros.

2. O que devo fazer imediatamente se suspeitar que caí em um golpe online?
Se você suspeitar que foi vítima de um golpe, a primeira medida é entrar em contato imediatamente com seu banco para tentar bloquear transações e contestar pagamentos. Em seguida, registre um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil, fornecendo todos os detalhes, prints de conversas e dados dos criminosos, se houver.

3. Como posso proteger meus aplicativos bancários de acesso indevido?
Para proteger seus aplicativos bancários, utilize senhas fortes e autenticação de dois fatores (2FA). Evite clicar em links suspeitos ou baixar aplicativos de fontes desconhecidas. Mantenha seu sistema operacional e aplicativos atualizados. Prefira redes Wi-Fi seguras e evite acessar o banco em redes públicas desprotegidas.

4. O que é engenharia social e como ela se relaciona com golpes como este?
Engenharia social é um conjunto de técnicas utilizadas por golpistas para manipular pessoas a fornecer informações confidenciais ou realizar ações que comprometam sua segurança. Neste caso, os criminosos usaram a necessidade da máquina e a promessa de rastreamento para induzir o marceneiro a baixar um aplicativo e participar de uma chamada de vídeo, etapas cruciais para a invasão.

Mantenha-se informado sobre as últimas táticas de golpes online e proteja-se. Para mais informações e dicas de segurança digital, consulte fontes oficiais e especialistas no assunto.

Fonte: https://g1.globo.com

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