Uma investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e pelo Ministério Público na área de improbidade administrativa coloca o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, e a primeira dama Sirlange Frate Maganhato sob os holofotes. Eles são alvos de apuração em um caso de suposta compra superfaturada do prédio que abriga a Secretaria de Educação municipal. A desapropriação do imóvel, localizado no bairro Portal da Colina, região do Campolim, ocorreu em 2021, durante o primeiro ano do mandato de Manga. As autoridades apuram a participação dos dois e de outros envolvidos em um esquema que teria gerado um sobrepreço de R$ 10 milhões na aquisição. A seriedade das acusações sublinha a necessidade de transparência na gestão pública.
Investigação em Sorocaba: prefeito e primeira dama sob suspeita
O epicentro da denúncia: aquisição do prédio da Educação
A aquisição do imóvel destinado à Secretaria de Educação, em 2021, tornou-se o centro de uma complexa investigação. O GAECO e o Ministério Público de Improbidade Administrativa apontam indícios de que o processo de compra foi fraudulento, culminando em um superfaturamento estimado em R$ 10 milhões. A desapropriação ocorreu em um momento crítico da gestão municipal, e os valores envolvidos levantaram questionamentos que agora são aprofundados pelas autoridades. A investigação busca esclarecer os detalhes dessa transação e a extensão da participação de diversos agentes públicos e privados.
Além do prefeito Rodrigo Manga e da primeira dama Sirlange Frate Maganhato, também estão sob investigação o empresário Marco Mott, descrito como amigo do prefeito, e o ex-secretário de Educação da época da aquisição do prédio, Márcio Carrara. Embora este caso já tenha resultado em condenações judiciais contra ex-secretários municipais, um servidor aposentado e dois empresários, é a primeira vez que Manga, Sirlange, Carrara e Mott são formalmente incluídos como investigados. É importante ressaltar que esta apuração específica não tem qualquer relação com a Operação Copia e Cola, que levou ao afastamento do prefeito em outro contexto.
Evidências, diálogos e as condenações prévias
Conversas telefônicas revelam ligações com esquema
A inclusão do prefeito e da primeira dama na lista de investigados fundamenta-se, em grande parte, em conversas encontradas em telefones celulares. Os diálogos foram estabelecidos com Fausto Bossolo, que era secretário de Administração na época dos fatos e já foi condenado a 23 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de peculato e corrupção na mesma compra do prédio.
Em uma das conversas analisadas, o prefeito Rodrigo Manga teria questionado Bossolo se ele havia conseguido obter a avaliação correta do imóvel. Em outro diálogo, a primeira dama Sirlange Frate Maganhato teria perguntado a Bossolo se “PH” (apelido de Paulo Henrique Marcelo, ex-secretário já condenado no caso) conseguiria o laudo de avaliação do prédio. A participação de Sirlange não se limitaria aos diálogos; ela e o empresário Marco Mott, outro investigado, teriam participado da escolha dos imóveis que seriam utilizados como sede da Secretaria de Educação, conforme informações divulgadas em 2023 por veículos de imprensa. Essas conversas e a suposta participação na escolha dos imóveis indicam uma possível coordenação e conhecimento sobre os trâmites da aquisição, adicionando camadas de complexidade à investigação.
Detalhes do superfaturamento e o papel dos condenados
A trama do superfaturamento envolveu a manipulação de avaliações do imóvel. O primeiro documento, elaborado pela própria Prefeitura de Sorocaba, sugeria que o valor do prédio seria de R$ 19 milhões. No entanto, a aquisição foi efetivada por R$ 29,8 milhões, representando um acréscimo de R$ 10,8 milhões sobre a avaliação inicial.
Nesse contexto, Fausto Bossolo e Paulo Henrique Marcelo foram condenados por serem os responsáveis por conseguir um segundo laudo, com o valor inflacionado. A Justiça também condenou o engenheiro aposentado Areobaldo Negretti, que, embora não fizesse parte do setor responsável por esse tipo de documento na prefeitura, aceitou realizar o laudo com o valor superfaturado. Negretti admitiu ter recebido R$ 20 mil de Bossolo e Paulo pelo documento, que incluía informações falsas sobre o prédio, como a existência de elevadores de alta velocidade, heliponto e um amplo estacionamento – características inexistentes no local. O dinheiro da propina foi posteriormente devolvido aos promotores do GAECO em um envelope lacrado, reforçando a materialidade do ilícito. Além deles, os empresários Arthur Fonseca Filho e Renato Machado de Araujo Fonseca também foram condenados no mesmo processo. Todos os condenados recorreram da decisão judicial e aguardam o desenrolar do processo em liberdade.
O posicionamento oficial e a busca por esclarecimentos
Diante das graves acusações e do avanço das investigações, os envolvidos foram procurados para se manifestar. Rodrigo Manga e Sirlange Frate Maganhato, por meio de sua assessoria, informaram que as respostas seriam fornecidas pela Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Sorocaba. Contudo, a Secom não se manifestou sobre o caso até o momento. O mesmo silêncio foi observado por parte de Marco Mott e Márcio Carrara, que também não emitiram declarações. A falta de posicionamento oficial dos investigados e da Secom adiciona mais um elemento de suspense à apuração, enquanto a sociedade aguarda por transparência e esclarecimentos sobre a gestão dos recursos públicos.
Perguntas frequentes
Quem está sendo investigado na compra do prédio da Educação em Sorocaba?
O prefeito Rodrigo Manga, a primeira dama Sirlange Frate Maganhato, o empresário Marco Mott e o ex-secretário de Educação Márcio Carrara estão sob investigação do GAECO e do Ministério Público.
Qual é a acusação central contra os investigados?
A acusação central é de participação em um esquema de compra superfaturada do prédio da Secretaria de Educação, com um sobrepreço estimado em R$ 10 milhões, ocorrida em 2021.
Este caso tem relação com a Operação Copia e Cola?
Não, as autoridades confirmaram que esta investigação é distinta e não possui relação com a Operação Copia e Cola, que levou ao afastamento temporário do prefeito.
Quais foram as provas que levaram à investigação do prefeito e da primeira dama?
A investigação se baseia em conversas de celular entre eles e o ex-secretário de Administração Fausto Bossolo (já condenado), além de evidências da participação da primeira dama e do empresário na escolha dos imóveis.
Houve alguma condenação prévia relacionada a este caso?
Sim, Fausto Bossolo, Paulo Henrique Marcelo, Areobaldo Negretti, Arthur Fonseca Filho e Renato Machado de Araujo Fonseca já foram condenados por crimes de peculato e corrupção na mesma compra, mas recorrem em liberdade.
Perspectivas futuras e o desenrolar do caso
A investigação sobre a compra do prédio da Secretaria de Educação em Sorocaba, que agora inclui o prefeito e a primeira dama, representa um momento crucial para a administração pública e a confiança da população. A atuação do GAECO e do Ministério Público sinaliza a seriedade com que as denúncias estão sendo tratadas, buscando desvendar as responsabilidades por trás de um suposto superfaturamento que lesou os cofres públicos em milhões de reais. O caso, já marcado por condenações de outros envolvidos, entra em uma nova fase com a análise das evidências que conectam os atuais investigados ao esquema. A expectativa é que o processo avance, trazendo à tona todos os fatos e garantindo que a justiça seja aplicada de forma rigorosa e imparcial. A transparência e a elucidação completa dos eventos são essenciais para reafirmar a integridade das instituições e proteger o patrimônio da cidade.
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Fonte: https://g1.globo.com
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