Durante entrevista à TV Mirante, do Maranhão, nesta segunda-feira, 6 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva relatou o telefonema que recebeu pela manhã do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo Lula, a conversa de cerca de 30 minutos ocorreu em tom amistoso e foi marcada por uma disposição mútua de restabelecer relações construtivas entre os dois países.
“Foi uma conversa extraordinariamente boa”, afirmou o presidente. “Às vezes, você pensa que as coisas vão acontecer de um jeito, que não vai ter uma boa conversa, e ela acaba sendo muito amigável, de dois presidentes de dois países importantes, das duas maiores democracias do Ocidente”, afirmou.
Lula destacou na entrevista que Brasil e Estados Unidos mantêm relações diplomáticas há mais de 200 anos e que o diálogo é fundamental para ampliar a cooperação bilateral. “Era preciso que a gente conversasse, colocasse os nossos problemas em torno de uma mesa. Depois dessa conversa, em que as coisas ficaram mais claras, eu disse para ele o que pensava, ele me disse o que pensava, e ficamos de marcar um encontro presencial”.
NEGOCIAÇÕES – Os dois presidentes concordaram em prosseguir as negociações sobre temas comerciais e políticos por meio de suas equipes. Do lado norte-americano, Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar sequência às tratativas com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Lula reiterou o pedido de retirada da sobretaxa de 40% aplicada a produtos brasileiros e das restrições impostas a autoridades nacionais, ressaltando que “não há sentido na taxação que foi feita ao Brasil”.
DIÁLOGO — Durante a entrevista à TV Mirante, o presidente defendeu que as duas nações devem servir de exemplo de diálogo e cooperação internacional, num contexto global de tensões e desconfianças. “Brasil e Estados Unidos têm que ser exemplo ao mundo das duas maiores democracias ocidentais. A gente sabe que o mundo está de olho. Portanto, acho que ele entendeu. Fiquei bastante surpreso com a cordialidade dele”, afirmou. “Quase 600 milhões de habitantes que representamos esperam de nós que sejamos muito responsáveis e cuidadosos com os interesses dos povos que representamos”.
COMUNICAÇÃO DIRETA — Ao fim da ligação, Lula e Trump trocaram números de telefone pessoal, com o compromisso de manter contato direto sempre que necessário. “Ele me deu o telefone pessoal dele, eu dei o meu para ele, para que a gente não precise de intermediários para fazer as coisas boas para Estados Unidos e Brasil”, pontuou, ressaltando que a intenção é evitar a burocracia em questões urgentes. “Quando eu tiver um assunto político grave para tratar com o presidente Trump, ou ele comigo, não precisamos esperar que a liturgia marque data. Pega o telefone, liga um para o outro e coloca o assunto na mesa. É assim que a gente vai resolver”, disse.
CONFIANÇA — Ao comentar o cenário internacional, Lula avaliou que o mundo vive um momento de conflitos, desavenças e descrédito, e que cabe às lideranças políticas mostrar resultados e restaurar a confiança entre os povos. “O mundo está esperando que as lideranças políticas resolvam os problemas por que ele está passando. Nós estamos conversando como dois seres humanos civilizados, responsáveis pelos interesses dos nossos países”, completou.
Fonte: GOV.BR – PLANALTO
Foto: Ricardo Stuckert / PR
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