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Grupo Galpão apresenta (Um) Ensaio sobre a Cegueira no Sesc 24 de

ANUNCIO COTIA/LATERAL

O Grupo Galpão, uma das companhias teatrais mais emblemáticas do Brasil, fundada em Minas Gerais em 1982, está em cartaz em São Paulo com a aclamada peça “(Um) Ensaio sobre a Cegueira”. A montagem, que adapta a renomada obra do escritor português e vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, José Saramago, oferece uma profunda reflexão sobre a sociedade contemporânea. Em exibição no Sesc 24 de maio, o espetáculo convida o público a mergulhar em uma narrativa distópica, mas surpreendentemente atual, onde a perda da visão física se torna uma poderosa metáfora para cegueiras sociais e morais. A peça tem despertado grande interesse e forte reação nas plateias, consolidando a relevância do Grupo Galpão na cena cultural brasileira. A temporada se estende até o dia 14 de maio, oferecendo uma oportunidade imperdível de presenciar este trabalho.

A releitura de Saramago para os palcos

A adaptação teatral de “(Um) Ensaio sobre a Cegueira” pelo Grupo Galpão é um encontro potente entre duas forças culturais de grande impacto. De um lado, o romance distópico de José Saramago, publicado em 1995, que chocou e provocou leitores ao redor do mundo com sua trama inquietante. De outro, a maestria do Grupo Galpão em traduzir narrativas complexas em experiências cênicas vibrantes e acessíveis. A escolha da obra não foi aleatória; ela ressoa com questões urgentes do nosso tempo, amplificando a discussão sobre moralidade, ética e a fragilidade das estruturas sociais diante de uma crise.

A trama e sua pertinência contemporânea

A história central de “(Um) Ensaio sobre a Cegueira” desenrola-se em uma cidade assolada por uma misteriosa epidemia que priva seus habitantes da visão, transformando o cotidiano em um caos progressivo. À medida que a sociedade se desintegra, as convenções morais e éticas são postas à prova, revelando o que há de mais primitivo e humano na luta pela sobrevivência e pela dignidade.

Um dos fundadores do Grupo Galpão, Eduardo Moreira, destaca a perene relevância da obra de Saramago. Segundo ele, o romance, escrito há cerca de 30 anos, mantém uma atualidade impressionante, especialmente no contexto contemporâneo marcado pelo advento das redes sociais, a proliferação de notícias falsas e a ascensão de líderes autocráticos. Moreira ressalta que, com o uso massivo das redes, a sociedade experimenta uma espécie de “apagamento do debate público”, tornando a metáfora da cegueira coletiva ainda mais incisiva e pertinente para os desafios atuais. A peça convida a uma reflexão profunda sobre a capacidade de “ver” além do óbvio e de questionar as narrativas impostas.

O processo de adaptação teatral

A transposição de um romance tão denso e aclamado como o de Saramago para a linguagem teatral é um desafio monumental. O projeto de adaptação foi proposto por Rodrigo Portela, diretor convidado para este trabalho, que desenvolveu um exercício dramatúrgico considerado fundamental para a montagem. Sua visão e expertise foram cruciais para condensar a complexidade da obra em um formato que mantivesse sua essência e impacto, ao mesmo tempo em que explorasse as possibilidades expressivas do teatro.

A adaptação não busca meramente ilustrar o livro, mas reinventá-lo poeticamente no palco, utilizando os recursos próprios da cena para criar uma experiência sensorial e intelectual única. A equipe dedicou-se a encontrar soluções criativas para representar o universo da cegueira e suas consequências, sem cair em obviedade, mas potencializando a imaginação do espectador. O resultado é uma peça que dialoga diretamente com o público, convidando-o a preencher as lacunas e a refletir sobre as profundezas da condição humana.

A experiência cênica e o impacto no público

A abordagem do Grupo Galpão em “(Um) Ensaio sobre a Cegueira” é distintiva, enfatizando a interatividade e a participação ativa dos atores na construção do ambiente cênico. Longe de uma cenografia estática, o espetáculo transforma os elementos do palco em parte integrante da narrativa, manipulados em tempo real pela própria equipe. Essa dinâmica cria uma atmosfera de envolvimento contínuo, onde o público é testemunha e, de certa forma, cúmplice da criação artística.

Interatividade e elementos audiovisuais

Um dos aspectos mais marcantes da montagem é a maneira como os atores manipulam diretamente a iluminação, os cenários e os figurinos durante a performance. Essa interatividade sublinha a natureza performática do teatro, revelando o “jogo teatral” e a subjetividade inerente à relação entre ator e espectador. Além disso, a música é executada ao vivo pelos próprios atores, adicionando uma camada extra de imersão e emoção à experiência. Essa escolha artística faz com que o teatro se torne um espaço de evocação e de questionamento, onde o que é narrado ganha vida através da ação e da presença dos artistas. A plateia é levada a perceber a construção da cena, tornando-se mais consciente do poder transformador do espetáculo.

Reações da plateia e atividades complementares

Arlindo vendas de Apartamento

A peça tem provocado uma curiosidade significativa e reações muito fortes por parte do público, em todas as cidades por onde passou. A metáfora da cegueira coletiva, tão central na obra de Saramago, é acentuada pela linguagem teatral do Grupo Galpão, gerando um impacto emocional e intelectual profundo. As plateias têm demonstrado grande engajamento, refletindo sobre os temas abordados e a forma inovadora como são apresentados.

Durante a temporada em São Paulo, o Grupo Galpão estende sua contribuição cultural com a promoção de quatro oficinas gratuitas. Essas atividades abordam diferentes dimensões do fazer teatral, oferecendo uma oportunidade para os interessados explorarem os processos criativos da companhia e se aprofundarem na arte cênica. As oficinas complementam a experiência da peça, criando um espaço de aprendizado e troca para a comunidade.

Conclusão

“(Um) Ensaio sobre a Cegueira”, do Grupo Galpão, representa um marco na cena teatral brasileira, unindo a força de uma obra literária icônica à originalidade e profundidade de uma das companhias mais respeitadas do país. A peça transcende a mera encenação, propondo uma experiência imersiva e interativa que questiona os valores e as percepções da sociedade contemporânea. A relevância da obra de Saramago, amplificada pela direção e pela performance do Grupo Galpão, convida a uma reflexão urgente sobre a cegueira em suas diversas manifestações – seja ela física, social ou moral.

FAQ

Quando e onde “(Um) Ensaio sobre a Cegueira” está em cartaz em São Paulo?
A peça está em cartaz no Sesc 24 de maio, em São Paulo, até o dia 14 de maio.

Qual a trama principal da peça?
A peça narra a história de uma cidade misteriosamente assolada por uma epidemia de cegueira, que expõe as fragilidades humanas e sociais, e questiona a moral e a ética em tempos de crise.

O que diferencia a adaptação do Grupo Galpão?
A montagem do Grupo Galpão se destaca pela interatividade, onde os próprios atores manipulam elementos cênicos como iluminação, cenários e figurinos, além de executarem a música ao vivo, criando uma experiência teatral dinâmica e participativa.

Existem atividades extras oferecidas pelo Grupo Galpão durante a temporada?
Sim, o Grupo Galpão promove quatro oficinas gratuitas em São Paulo, abordando diferentes aspectos do fazer teatral.

Não perca a chance de vivenciar esta poderosa experiência teatral! Garanta já seus ingressos, disponíveis a partir de R$ 21, e participe das oficinas gratuitas. Visite o site do Sesc 24 de maio para mais informações e compra de entradas.

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br

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