O Discord é uma plataforma de comunicação online que permite que os usuários conversem por meio de mensagens de texto, voz e vídeo. Embora seja popular entre os jogadores de games, o Discord também é usado por crianças e adolescentes para se comunicar com amigos e participar de comunidades online.
Desafios perversos: como o aplicativo Discord virou ferramenta para envolver adolescentes em um submundo de violência extrema
No entanto, existem riscos de segurança associados ao uso do Discord pela falta de regulamentação. Um dos principais é o contato com predadores sexuais e/ou grupos extremistas para recrutar jovens e promover ideologias que fomentem ódio e atos violentos. O Fantástico conversou com especialistas, que dão algumas dicas para os pais que estão preocupados com o uso da plataforma.
Gustavo Estanislau, psiquiatra infantil
➡ É importante que os pais tenham um pouco mais de contato com o adolescente, estejam um pouco mais por perto e participem das atividades que estão acontecendo dentro do quarto do jovem.
“Hoje em dia eu tenho a impressão de que a gente fica mais satisfeito quando os filhos começam a sair um pouco mais de casa e a gente consegue ter uma noção de com quem eles estão andando e o que eles estão fazendo. Isso vai depender muito de como as redes sociais são gerenciadas dentro de casa. E se a gente não tem muito contato com adolescente e não sabe como isso está acontecendo dentro do quarto, eu tenho que dizer que pode se tornar um potencial risco, sim”.
Vera Iaconelli, psicanalista
➡ A supervisão do uso dos smartphones é muito importante.
“Os smartphones são perigosos para os adolescentes especificamente, pois dão acesso ao mundo sem mediação. Então, tudo que você evitou que seu filho visse, todas as relações que você evitou que ele tivesse, todas as informações que você não acha que eram apropriadas, de repente ele tem na palma da mão”.
➡ Sair do ambiente virtual e voltar a ocupar o espaço público é necessário.
“As pessoas têm que estar umas com as outras fora do ambiente privado, estabelecer relações civilizadas no espaço público. Não tem que ter medo de levar o filho para o espaço. Tem que levar e ensinar como está nesse lugar junto aos outros. Quer dizer, reatar esses laços comunitários é muito importante. Lembrando que o adolescente sempre vai precisar de um certo espaço de privacidade”.
➡Escutar as crianças e saber responder para poder ajudá-los e orientá-los
“Ajudar as crianças a não sentirem culpa e medo de contar pros pais o que elas estão vendo, o que elas estão fazendo é superimportante. Os pais querem conversar com as crianças, mas conversar é escutar, não é ficar falando. Porque isso ela já tem. Os pais devem escutar o que essas crianças estão vivendo pra elas não ficarem inibidas de às vezes denunciar um crime”.
Telma Vinha, pedagoga
➡ Estar muito atento enquanto sociedade. Unir forças não só como família, mas de segurança de política pública e de escola também.
“É preciso estar atento, porque a gente diz inclusive que desradicalizar é enxugar gelo. Desradicaliza dois, aparecem dez. Então, a atuação tem que ser muito mais preventiva”.
Ana Frazão, advogada
➡ Ter atenção com a proteção de dados dessas crianças e jovens na internet.
“O mundo digital tem colocado as pessoas numa situação de muita vulnerabilidade e de assimetria informacional. Então, não dá para dizer que aquele consentimento do pai na plataforma realmente foi um consentimento informado, um consentimento qualificado. É muito importante a gente deixar claro que os pais têm responsabilidade, precisam exercer o seu poder parental com muito cuidado, mas isso não afasta também a responsabilidade das plataformas” .
Thiago Tavares, presidente da Safernet
➡ Usar as redes sociais apropriadas para cada idade; é necessária a supervisão dos pais
“A maioria das crianças e adolescentes hoje no Brasil acabam usando redes sociais mesmo que não sejam apropriadas para a sua idade. São espaços eminentemente adultos, tanto que os termos de uso proíbem a utilização por crianças. Nenhuma rede social permite um cadastro de um usuário com menos de 13 anos de idade. Acontece que a fiscalização ou o controle disso é muito precário. Então, a maioria hoje das crianças e adolescentes no Brasil acabam usando as redes sociais mesmo que não sejam apropriadas pra sua idade e muitas vezes acabam usando sem a supervisão dos pais também”.
📌 O Ministério da Justiça possui um canal oficial para denúncias: https://www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura. Contudo, reforçamos que sempre que possível, procure a delegacia mais próxima. Ou, Disque 100.
Em nota ao Fantástico, o Discord disse: “Estamos colaborando ativamente com o governo e agências de aplicação da lei no Brasil e nos Estados Unidos, enquanto trabalhamos para o objetivo comum de prevenir danos”.
Fonte: Por Fantástico
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