© Alexandre Loureiro/Riotur

Desfiles das escolas de samba do Rio: Patrimônio cultural do Estado

ANUNCIO COTIA/LATERAL

Os emblemáticos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro foram oficialmente declarados Patrimônio Cultural do Estado. O decreto, assinado pelo governador Cláudio Castro, confere ao espetáculo um status de proteção cultural sem precedentes, integrando-o ao conjunto de bens culturais salvaguardados pelo governo fluminense. Esta iniciativa sublinha a relevância da manifestação cultural, não apenas como um pilar da identidade carioca, mas também como um motor econômico e social. A medida não só celebra a tradição, mas também valoriza os milhares de profissionais envolvidos e toda a complexa cadeia produtiva que sustenta a grandiosidade do Carnaval, ampliando a base legal para futuros investimentos e parcerias.

Um marco para a cultura carioca e nacional

A declaração dos desfiles das escolas de samba do Rio como Patrimônio Cultural do Estado representa um reconhecimento formal e de grande peso para uma das maiores expressões culturais do Brasil. O ato de oficialização, por meio de decreto governamental, eleva o espetáculo a um patamar de proteção e valorização, garantindo que suas características únicas e sua rica história sejam preservadas para as futuras gerações. Esta medida é vista como crucial para fortalecer a identidade cultural do Rio de Janeiro e do país, dada a projeção global do Carnaval carioca.

Reconhecimento e valorização da cadeia produtiva

A iniciativa vai além da mera formalidade, impactando diretamente a vasta cadeia produtiva que se move em torno dos desfiles. Com este novo status, o espetáculo ganha uma base legal mais robusta para atrair investimentos públicos significativos, estabelecer parcerias institucionais duradouras e implementar políticas de valorização profissional que beneficiem desde os mestres-salas e porta-bandeiras até os carnavalescos, costureiras, ferreiros e compositores. A proteção abrange não apenas a performance na avenida, mas todo o processo criativo e artesanal que a precede, reconhecendo a expertise e o talento de milhares de pessoas que, durante todo o ano, dedicam-se à construção dos sonhos carnavalescos. Este reconhecimento é vital para a sustentabilidade da festa, assegurando que o conhecimento técnico e artístico seja transmitido e aprimorado.

Do estigma à reverência: o legado dos sambistas

O percurso do samba e de seus praticantes é uma jornada de superação e transformação social. Historicamente marginalizados e frequentemente alvo de preconceito, os sambistas e o próprio Carnaval tiveram que lutar por seu espaço e reconhecimento na sociedade brasileira. A declaração de Patrimônio Cultural do Estado simboliza a culminância dessa luta, elevando o sambista de uma figura estigmatizada a um ícone cultural de respeito e admiração.

A voz da comunidade e o caminho para o patrimônio nacional

Paulinho Mocidade, renomado intérprete de samba e figura carimbada nos desfiles do Rio, vocalizou a importância da medida, destacando seu impacto na dignidade dos sambistas. “Muito acertada, mas muito bem colocada pelas autoridades do Rio de Janeiro, porque o Carnaval do Rio, todo mundo sabe que ele vai daqui para todo o Brasil e do Brasil para o mundo. E isso aí faz com que o sambista obtenha acima de tudo respeito. Que a história do samba lá atrás, no século passado, o sambista era marginalizado, o preconceito era gigantesco e hoje não, hoje o sambista é referência”, afirmou. Suas palavras ressoam com a história de muitos que, com seu talento e perseverança, construíram a grandiosidade do Carnaval.

Em um movimento paralelo, a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) formalizou, em agosto, um pedido ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para que os desfiles da Marquês de Sapucaí sejam registrados como Patrimônio Cultural do Brasil. A passarela, um projeto arquitetônico icônico de Oscar Niemeyer, já é tombada pelo instituto desde 2021, e elementos musicais como o partido alto, o samba de terreiro e o samba-enredo já são Patrimônio Cultural do Brasil desde 2007. Em nota, o IPHAN confirmou que o pedido da Liesa está alinhado com a reconhecida importância histórica e cultural do Carnaval carioca, e que o processo de registro seguirá seu trâmite próprio, independentemente das ações de estados e municípios.

Impulso econômico e social

Além de seu valor cultural intrínseco, o Carnaval do Rio de Janeiro é uma força econômica colossal. A celebração não apenas atrai milhões de turistas, mas também movimenta diversos setores da economia, gerando empregos e renda para milhares de famílias. Os números do último Carnaval são prova irrefutável de seu impacto financeiro.

O carnaval como motor de desenvolvimento

Arlindo vendas de Apartamento

O Estado do Rio de Janeiro registrou um impacto positivo de R$ 6,5 bilhões na economia durante o período do Carnaval do ano passado. Essa cifra expressiva reflete o intenso movimento no turismo, hotelaria, alimentação, transportes, comércio de produtos temáticos e, claro, em toda a cadeia de produção das escolas de samba. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontou um crescimento de 8,6% nas vagas temporárias durante a folia no estado, evidenciando a capacidade do evento de impulsionar o mercado de trabalho.

A vitalidade econômica do Carnaval também se estende ao empreendedorismo. Entre janeiro e o início de fevereiro deste ano, foram criados mais de 2 mil novos empreendimentos diretamente ligados ao Carnaval no Rio de Janeiro. Essas novas empresas, que vão desde ateliês de fantasias a serviços de eventos e blocos, demonstram como a festa estimula a inovação e o surgimento de novos negócios, fortalecendo a economia local e diversificando as oportunidades de renda para a população fluminense.

Preservação e futuro do espetáculo

A declaração dos desfiles como Patrimônio Cultural do Estado é um passo monumental na proteção e promoção do Carnaval do Rio de Janeiro. Ao garantir o reconhecimento oficial, o governo não apenas valoriza a tradição e os profissionais envolvidos, mas também estabelece um alicerce sólido para a continuidade e a evolução deste espetáculo global. Com a atenção voltada agora para o reconhecimento em nível federal pelo IPHAN, o futuro promete ainda mais brilho e proteção para o samba carioca, assegurando que sua magia e sua capacidade de impulsionar a economia e a cultura permaneçam vivas e vibrantes por muitas gerações. É um compromisso com a história, com a arte e com o povo que faz do Carnaval a maior festa do planeta.

Perguntas frequentes (FAQ)

O que significa a declaração dos desfiles como Patrimônio Cultural do Estado?
Significa que os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro foram oficialmente reconhecidos e incluídos no conjunto de bens culturais protegidos pelo governo estadual, garantindo a valorização, preservação e fomento da tradição, dos profissionais e da cadeia produtiva envolvida.

Qual o impacto econômico do carnaval no Rio de Janeiro?
O Carnaval do ano passado gerou um impacto positivo de R$ 6,5 bilhões na economia do estado, resultando em um crescimento de 8,6% nas vagas temporárias e na criação de mais de 2 mil novos empreendimentos ligados à festa.

Há esforços para que os desfiles se tornem Patrimônio Cultural do Brasil?
Sim, a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) fez um pedido formal ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para que os desfiles da Marquês de Sapucaí sejam registrados como Patrimônio Cultural do Brasil, um processo que segue em análise pelo instituto.

Participe ativamente e celebre a cultura que move o Brasil: acompanhe as iniciativas de preservação e envolva-se nas manifestações que mantêm o Carnaval do Rio vivo e pulsante!

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br

Deixe uma resposta

Seu endereço de e-mail não será publicado.Os campos obrigatórios são marcados *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.