Um grave incidente abalou a cidade de Campos do Jordão na última semana, quando um deslizamento de terra resultou na morte de um homem e deixou várias famílias desabrigadas. A Defesa Civil do município, em resposta à tragédia, anunciou nesta quinta-feira (11) que solicitará a demolição da residência onde Cláudio Cândido Soares, de 51 anos, perdeu a vida. O deslizamento em Campos do Jordão, ocorrido na Vila Britânia, expôs a vulnerabilidade de construções em áreas de risco, especialmente aquelas consideradas irregulares e com histórico de instabilidade. A medida visa prevenir novos acidentes e garantir a segurança dos moradores vizinhos, enquanto a comunidade lida com as consequências das intensas chuvas e ventos que atingiram a região.
A tragédia e as ações imediatas
O desabamento fatal e a vítima
O deslizamento de terra, que atingiu uma residência na Vila Britânia, em Campos do Jordão, ceifou a vida de Cláudio Cândido Soares, de 51 anos. O homem, que trabalhava como catador de lixo reciclável e morava de aluguel no imóvel, foi encontrado soterrado pelos escombros após o desabamento parcial de sua casa. Equipes de resgate da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros trabalharam intensamente para localizar a vítima, que, segundo vizinhos, estaria na residência na noite anterior ao incidente. O corpo de Cláudio foi posteriormente encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Taubaté. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Campos do Jordão está prestando auxílio funeral, embora, até o momento, nenhum parente do falecido tenha sido localizado.
Interdições e acolhimento dos desabrigados
Diante do cenário de risco, duas casas vizinhas à residência atingida pelo deslizamento foram preventivamente interditadas. A medida, tomada para evitar a ocorrência de novos acidentes devido à instabilidade do terreno e ao risco de colapso estrutural, deixou oito pessoas desabrigadas. Essas famílias foram imediatamente acolhidas pela prefeitura municipal. Dentre os desabrigados, duas pessoas optaram por buscar abrigo na casa de parentes ou conhecidos. As outras seis foram encaminhadas para a Casa de Passagem, o abrigo municipal, onde recebem assistência completa, incluindo alimentação, banho, atendimento médico e suporte psicológico. A prefeitura reafirmou seu compromisso em oferecer auxílio para a busca de novas moradias, caso seja necessária a mudança definitiva dessas pessoas afetadas.
A atuação das equipes de resgate
A complexidade da ocorrência exigiu uma ação coordenada e cautelosa das equipes de resgate. O Corpo de Bombeiros, acionado por volta das 11h da quarta-feira (10) para atender ao desabamento, enfrentou um cenário desafiador. A área de buscas, que se estendia por cerca de 10 metros quadrados, era considerada instável, com o risco iminente de novos deslizamentos. Apesar das condições adversas, os bombeiros atuaram com rigorosos procedimentos de segurança, incluindo planos de evacuação rápida, caso houvesse qualquer movimentação de terra. A Defesa Civil Municipal e a equipe da Prefeitura de Campos do Jordão também estiveram presentes no local, monitorando a área e prestando assistência aos desabrigados, demonstrando a mobilização conjunta para mitigar os impactos da tragédia.
As causas e as consequências amplas
Análise da Defesa Civil: irregularidade e risco
A Defesa Civil de Campos do Jordão revelou que o terreno onde o imóvel desabou situa-se em uma encosta que já apresentava inúmeras rachaduras. Essas fissuras são, possivelmente, decorrentes do encharcamento do solo provocado pelas fortes chuvas que caíram na região. Mais alarmante, a construção era considerada irregular e possuía um histórico de riscos, tendo sido objeto de notificações anteriores pelos agentes municipais. José Carlos Antunes, coordenador da Defesa Civil, explicou que o risco potencial havia sido constatado em julho, e um pedido para o fornecimento da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) – o registro da construção – foi feito ao proprietário, mas não foi atendido. Diante da comprovação de irregularidade e do trágico desfecho, a demolição do imóvel será solicitada.
Impactos das chuvas e ventos na cidade
O deslizamento na Vila Britânia foi uma das muitas manifestações dos recentes eventos climáticos extremos que assolaram Campos do Jordão. A força do vento e da chuva causou a queda de mais de 50 árvores em diversas regiões do município. Desse total, 15 árvores atingiram residências, causando apenas danos materiais, felizmente sem vítimas. Os temporais também provocaram severas interrupções no fornecimento de energia elétrica. A concessionária Elektro, responsável pela distribuição de energia na cidade, recebeu mais de 350 chamados de emergência. Cerca de 10 mil pessoas permaneceram sem luz em áreas como Horto Florestal, Alto da Boa Vista, Vila Inglesa e outras regiões mais afastadas do centro, as mais afetadas. A Defesa Civil informou que a ventania persiste na cidade, embora com menor intensidade, e a previsão é que continue até o próximo sábado.
Alerta e prevenção
A recorrência de eventos climáticos extremos e a vulnerabilidade de áreas como encostas ressaltam a importância da vigilância e da prevenção. A Defesa Civil de Campos do Jordão enfatiza a necessidade de moradores e turistas estarem atentos às condições meteorológicas e às orientações das autoridades. Em situações de urgência e emergência, os canais de comunicação devem ser acionados imediatamente. Para contato com a Defesa Civil, o número é 199, e para o Corpo de Bombeiros, o número é 193. A pronta comunicação pode ser crucial para evitar novas tragédias e garantir a segurança da população em momentos de crise, promovendo uma resposta eficiente e coordenada.
Considerações finais
A tragédia do deslizamento em Campos do Jordão, que culminou na perda de uma vida e no desabrigo de famílias, evidencia os desafios da gestão urbana em áreas de risco. A decisão da Defesa Civil de solicitar a demolição do imóvel, construído irregularmente em terreno instável, sublinha a urgência de fiscalização e conformidade com as normas de segurança. Enquanto a cidade se recupera dos estragos causados pelas intempéries, a ocorrência serve como um alerta contundente sobre a necessidade contínua de planejamento territorial rigoroso e de conscientização sobre os perigos associados a construções em locais vulneráveis.
Perguntas frequentes
O que motivou o pedido de demolição da casa em Campos do Jordão?
O pedido de demolição foi motivado pela constatação de que o imóvel era uma construção irregular, localizada em uma encosta instável com histórico de riscos e rachaduras, exacerbados pelo encharcamento do solo devido às chuvas. A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) também não havia sido apresentada.
Quantas pessoas foram afetadas e onde estão sendo abrigadas?
Oito pessoas ficaram desabrigadas após a interdição de duas casas próximas ao local do deslizamento. Seis delas foram acolhidas na Casa de Passagem, o abrigo municipal, onde recebem assistência. As outras duas buscaram refúgio na casa de parentes ou conhecidos.
Quais foram os outros impactos das chuvas e ventos na cidade?
Além do deslizamento fatal, as chuvas e ventos derrubaram mais de 50 árvores, 15 das quais atingiram residências. Cerca de 10 mil pessoas em regiões como Horto Florestal, Alto da Boa Vista e Vila Inglesa ficaram sem energia elétrica.
Qual o número de emergência para acionar a Defesa Civil ou Bombeiros em Campos do Jordão?
Em casos de urgência e emergência, os moradores e turistas podem acionar a Defesa Civil pelo número 199 e o Corpo de Bombeiros pelo número 193.
Mantenha-se informado sobre a situação climática em sua região e saiba como agir em casos de emergência. A segurança começa com a informação.
Fonte: https://g1.globo.com
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