G1

Congonhas estende operação e caos aéreo persiste após vendaval em São Paulo

ANUNCIO COTIA/LATERAL

O Aeroporto de Congonhas, um dos mais movimentados do Brasil, localizado na Zona Sul da capital paulista, teve sua operação estendida até 0h30 desta sexta-feira (12) em resposta aos severos impactos de um vendaval histórico que atingiu a cidade. A medida emergencial visa mitigar o caos gerado por centenas de voos cancelados e atrasados nos principais terminais aéreos de São Paulo, que operavam em regime de contingência desde a última quarta-feira (10). Passageiros enfrentam longas filas, remarcações e a escassez de passagens, enquanto as companhias aéreas ajustam suas malhas em meio a um cenário de recuperação gradual. A situação reflete a magnitude do evento climático sem precedentes, que não apenas afetou o transporte aéreo, mas também deixou milhões de imóveis sem energia elétrica e causou destruição generalizada.

Impacto na malha aérea e companhias

Centenas de voos cancelados em Congonhas e Guarulhos

A infraestrutura aérea de São Paulo foi severamente comprometida pelo vendaval, resultando no cancelamento de 408 voos entre a quarta-feira (10) e a tarde de quinta-feira (11) nos aeroportos de Congonhas e no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Somente na quinta-feira, cem voos foram afetados. Em Congonhas, 66 chegadas e 51 partidas foram canceladas até as 18h30 de quinta-feira. Pela manhã do mesmo dia, 63 chegadas e 47 partidas já haviam sido suspensas. A quarta-feira registrou um número ainda maior no terminal da capital, com 88 chegadas e 93 partidas suspensas. No total, Congonhas acumulou 291 voos cancelados nos dois dias.

O Aeroporto de Guarulhos também enfrentou dificuldades consideráveis, com 15 partidas e 39 chegadas canceladas na quinta-feira, além de 61 chegadas e 56 partidas suspensas desde a quarta-feira. Os terminais amanheceram em um cenário de completo caos, com filas intermináveis nos balcões das companhias aéreas e numerosos passageiros que, sem alternativas de hospedagem ou voos, foram obrigados a dormir nos bancos, aguardando informações sobre seus destinos. Os reflexos dos cancelamentos se estenderam para outros grandes aeroportos do país, como os do Rio de Janeiro e de Brasília, que também registraram atrasos e cancelamentos devido à desorganização da malha aérea nacional.

Companhias aéreas ajustam operações e passageiros enfrentam dificuldades

Diante da interrupção massiva das operações, as companhias aéreas implementaram medidas de contingência. A Gol, por exemplo, suspendeu temporariamente a venda de passagens na quinta-feira (11), devido aos impactos gerados por mais de 400 voos cancelados em Congonhas e Guarulhos. A empresa informou que a suspensão era uma medida temporária, com a expectativa de normalização dos processos nesta sexta-feira (12).

A situação foi igualmente desafiadora para outras empresas. Não havia passagens disponíveis para voos da Azul saindo de Congonhas com destino ao Rio de Janeiro nesta sexta-feira (12), com todas as opções aparecendo como esgotadas. Pela Latam, apenas duas alternativas de voos para o Rio partindo de Congonhas estavam disponíveis para a sexta-feira, com horários às 20h25 e 21h20, ambos com um valor elevado de R$ 3,5 mil. A dificuldade em realocar passageiros foi evidente: uma viajante relatou tentar embarcar para o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, desde a quarta-feira, tendo seu voo remarcado para 10h10 de quinta-feira cancelado novamente, sem previsão de novo horário. Outra passageira, vinda de Fortaleza com destino a Florianópolis, viu seu voo cancelado e a nova previsão de embarque somente entre os dias 14 e 15.

O vendaval histórico e suas consequências

Fenômeno meteorológico sem precedentes

A Grande São Paulo foi palco de um evento meteorológico considerado inédito pelos especialistas. Pela primeira vez, rajadas de vento de tamanha intensidade atingiram a região sem a presença de chuvas ou temporais associados. Na quarta-feira, o Aeroporto de Congonhas chegou a registrar ventos de 96,3 km/h. O vendaval, com rajadas que alcançaram até 98,1 km/h em alguns pontos da Grande São Paulo, deixou um rastro de destruição por toda a metrópole.

O impacto foi generalizado: mais de 2 milhões de imóveis ficaram sem energia elétrica, dezenas de árvores caíram, parques foram fechados e até mesmo consultas agendadas em hospitais precisaram ser canceladas. A força dos ventos não só desorganizou a vida urbana, mas também impôs uma corrida contra o tempo para restabelecer os serviços essenciais e garantir a segurança da população. O cenário de devastação se estendeu por mais de 12 horas, transformando paisagens urbanas e expondo a vulnerabilidade da infraestrutura da cidade a eventos climáticos extremos.

Crise energética e hídrica na Grande São Paulo

Arlindo vendas de Apartamento

A falta de energia elétrica se tornou uma das consequências mais dramáticas e duradouras do vendaval. A Grande São Paulo amanheceu a quinta-feira com mais de 1,5 milhão de imóveis sem luz, sendo pouco mais de um milhão apenas na capital paulista. A Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia para a capital e outras 23 cidades da região metropolitana, enfrentou um desafio monumental. Até as 21h44 de quinta-feira, ainda havia 1.276.302 imóveis às escuras, evidenciando a complexidade e a extensão dos danos à rede elétrica.

A crise energética teve um efeito cascata, impactando diretamente o abastecimento de água em diversos pontos da região metropolitana. Cidades como Itapecerica da Serra, Guarulhos, Cajamar, Mauá e Santa Isabel registraram problemas no fornecimento de água, agravando a situação das comunidades já afetadas pela falta de luz. Equipes de manutenção trabalharam intensamente para restaurar os serviços, mas a dimensão dos estragos e a complexidade das intervenções necessárias prolongaram o período de desassistência para uma parcela significativa da população.

Perspectivas e esforços de recuperação

A prorrogação da operação do Aeroporto de Congonhas e os esforços contínuos das companhias aéreas e da concessionária Aena demonstram a urgência em normalizar a situação do transporte aéreo em São Paulo. O cenário de recuperação é gradual e complexo, dada a escala dos cancelamentos e a necessidade de reajustar toda a malha aérea nacional. Passageiros permanecem em estado de alerta, buscando informações atualizadas e alternativas para suas viagens. A atenção se volta para a capacidade de resposta das infraestruturas e serviços essenciais, com a expectativa de que o fluxo nos terminais e o fornecimento de energia sejam plenamente restabelecidos nos próximos dias. A gestão dos desdobramentos deste vendaval histórico continuará a ser um foco central para as autoridades e prestadores de serviço.

Perguntas frequentes

1. Qual a situação atual do Aeroporto de Congonhas?
O Aeroporto de Congonhas teve sua operação estendida até 0h30 desta sexta-feira (12) para tentar aliviar o acúmulo de voos e passageiros. Embora esteja aberto para pousos e decolagens, ainda opera sob os efeitos de ajustes na malha aérea, com um número significativo de voos cancelados desde a quarta-feira devido ao vendaval.

2. Por que tantos voos foram cancelados em São Paulo?
Centenas de voos foram cancelados nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos devido a um vendaval histórico e sem precedentes que atingiu a Grande São Paulo. As fortes rajadas de vento, que chegaram a quase 100 km/h, causaram danos estruturais, afetaram a segurança das operações aéreas e resultaram em uma completa desorganização da malha aérea.

3. As companhias aéreas suspenderam a venda de passagens?
Sim, a companhia aérea Gol suspendeu temporariamente a venda de passagens na quinta-feira (11) como uma medida de contingência. Outras companhias também registraram alta demanda e esgotamento de voos, especialmente em rotas populares como Congonhas para o Rio de Janeiro, com poucas opções remanescentes e preços elevados.

4. Quais foram os outros impactos do vendaval além dos voos?
O vendaval causou uma série de impactos severos na Grande São Paulo, incluindo a queda de dezenas de árvores, o fechamento de parques, o cancelamento de consultas médicas e, principalmente, a interrupção do fornecimento de energia elétrica para mais de 1,5 milhão de imóveis. A falta de luz também comprometeu o abastecimento de água em várias cidades da região metropolitana.

Para informações em tempo real sobre seu voo e atualizações sobre a situação dos aeroportos, acesse os canais oficiais das companhias aéreas e concessionárias.

Fonte: https://g1.globo.com

Deixe uma resposta

Seu endereço de e-mail não será publicado.Os campos obrigatórios são marcados *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.