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Bonecas reborn: criadora de Campinas fatura R$ 300 mil e vende por

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As bonecas reborn, conhecidas por seu realismo impressionante, emergiram como um fenômeno cultural e comercial no Brasil, conquistando o público e gerando um mercado lucrativo. Em 2025, a febre dos bebês hiper-realistas atingiu um novo patamar, ganhando destaque até mesmo no roteiro do aguardado remake da novela “Vale Tudo”. No epicentro desse sucesso está Alana Nascimento, uma artista de 46 anos de Campinas, São Paulo, que há 22 anos se dedica à confecção dessas peças. Com vendas que podem atingir R$ 10 mil por unidade e um faturamento mensal que já alcançou R$ 300 mil em períodos de alta demanda, a trajetória de Alana ilustra a paixão e a maestria por trás desse universo singular.

A ascensão das bonecas reborn no Brasil

O fenômeno das bonecas reborn transcendeu o nicho de colecionadores e entusiastas, invadindo as redes sociais e o imaginário popular. Em 2025, essas bonecas hiper-realistas, que replicam com fidelidade a aparência e até algumas funcionalidades de bebês recém-nascidos, tornaram-se um tópico de conversas, atraindo milhões de visualizações em vídeos e conteúdos dedicados à sua criação e ao cotidiano de seus “cuidadores”. A inclusão dos bebês reborn em produções televisivas de grande alcance, como o remake da novela “Vale Tudo”, apenas solidificou seu status como um item cultural relevante, demonstrando a ampla aceitação e curiosidade do público.

O sucesso de Alana Nascimento em Campinas

Em Campinas, Alana Nascimento personifica o sucesso e a dedicação a esse ofício. Há mais de duas décadas, Alana transformou um hobby em uma carreira altamente lucrativa. Sua habilidade em criar bonecas com características tão vívidas – capazes de fazer xixi, mamar e até tomar banho – conquistou uma clientela fiel e expandiu seu reconhecimento para além das fronteiras da cidade. O impressionante faturamento mensal de R$ 300 mil em meses como maio (Dia das Mães) e dezembro (Natal) reflete a demanda por suas criações, que variam de R$ 750 a R$ 10 mil. Sua jornada, marcada pelo abandono de uma faculdade de enfermagem no último semestre para se dedicar integralmente à arte reborn, é um testemunho de sua paixão e visão empreendedora.

Da paixão ao império das bonecas hiper-realistas

A trajetória de Alana Nascimento com as bonecas reborn começou de forma modesta, como um hobby. Sem qualquer formação técnica inicial, ela experimentava customizando bonecas comuns com maquiagem e cabelo sintético. Essa curiosidade inicial rapidamente evoluiu para um compromisso sério com a arte, levando-a a investir todo o seu rendimento como babá em materiais de melhor qualidade e cursos de pintura especializada. Essa dedicação a aprimorar suas técnicas e a qualidade de suas criações foi o alicerce para a transformação de um passatempo em um negócio próspero. A virada para a profissionalização e o sucesso nas redes sociais, onde seus vídeos acumulam milhões de visualizações e curtidas, foram etapas naturais de uma jornada construída com paixão e investimento contínuo.

Arte, técnica e o conceito de “maternidade de bonecas”

O processo de criação de uma boneca reborn é um trabalho artesanal minucioso. Alana e sua equipe utilizam uma variedade de materiais, do vinil ao silicone, este último preferido por sua capacidade de conferir um realismo ainda maior às peças. Cada parte do corpo passa por um processo detalhado de pintura, que envolve a aplicação de 10 a 20 camadas finas de tinta, com cada uma sendo levada ao forno para fixação, garantindo a profundidade e a textura da pele de um bebê. A etapa da implantação do cabelo é igualmente laboriosa, exigindo que fios finíssimos sejam inseridos um a um com ferramentas específicas, simulando a delicadeza dos cabelos infantis. Uma única boneca pode levar até três semanas para ser finalizada, e o custo de produção de um exemplar mais elaborado pode chegar a R$ 6 mil. A artista, com o auxílio de sua equipe, produz entre 10 e 20 bonecas por mês.

A singularidade do estabelecimento de Alana reside em seu conceito de “maternidade de bonecas”. Após a pandemia, que forçou o fechamento temporário de sua loja física aberta em 2009, o espaço foi reaberto com uma proposta inovadora. As bonecas são expostas em incubadoras reais, cuidadosamente restauradas após serem descartadas por hospitais, e o ato da compra é transformado em um “parto” simbólico. As funcionárias, carinhosamente chamadas de “enfermeiras”, auxiliam na encenação do nascimento, onde a boneca emerge de uma estrutura que representa a bolsa amniótica, completa com um cordão umbilical. Essa experiência imersiva e teatral atraiu ainda mais atenção e impulsionou as vendas, tornando a visita à loja de Alana uma experiência única.

Impacto terapêutico e desafios da aceitação

Além de colecionadores e crianças, a clientela de Alana inclui indivíduos que buscam nas bonecas reborn um propósito terapêutico. A artista relata histórias tocantes, como a de uma mulher que, ao cuidar de uma boneca reborn por dois anos, conseguiu engravidar, canalizando seus sentimentos maternos para a peça. Outro exemplo da versatilidade terapêutica das bonecas é a produção de exemplares com feridas simuladas para uma ONG que atende crianças com doenças raras de pele, auxiliando mães no aprendizado de curativos domiciliares.

No entanto, o universo das bonecas reborn não está isento de críticas. Alana relata ter recebido comentários negativos e sido chamada de “louca” ou acusada de “tentar substituir Deus” por alguns usuários nas redes sociais. Ela, no entanto, defende o caráter artístico e terapêutico de seu trabalho, reiterando que cada um tem sua própria percepção sobre o tema. “O reborn é 8 ou 80. Ou a pessoa ama, ou odeia. Mas o importante é respeitar”, afirma. Alana, que é mãe de trigêmeos, equilibra a intensa rotina do ateliê e da loja com as demandas da maternidade, contando com o apoio de familiares e babás.

Conclusão

A jornada de Alana Nascimento com as bonecas reborn é um exemplo notável de como a paixão, a inovação e o empreendedorismo podem transformar um hobby em um negócio de sucesso e impacto. Suas criações hiper-realistas não apenas geram um faturamento expressivo, mas também oferecem conforto e uma ferramenta terapêutica para diversas pessoas. Apesar das críticas e preconceitos, o universo reborn continua a crescer, consolidando-se como uma manifestação artística e um fenômeno cultural com múltiplas facetas, desde o entretenimento digital até o apoio emocional. O legado de Alana é o de uma pioneira que soube inovar, criando um império a partir da delicadeza e da arte de reproduzir a vida.

Perguntas frequentes (FAQ)

O que são bonecas reborn?
Bonecas reborn são criações artesanais hiper-realistas que buscam replicar com extrema fidelidade a aparência, peso, textura da pele e até mesmo algumas funcionalidades de bebês recém-nascidos, utilizando técnicas avançadas de pintura e montagem.

Qual o custo de uma boneca reborn?
Os preços das bonecas reborn variam significativamente de acordo com o artista, os materiais utilizados e o nível de realismo e personalização. Exemplares como os de Alana Nascimento podem custar de R$ 750 a R$ 10 mil, com o custo de produção dos modelos mais complexos chegando a R$ 6 mil.

Qual é o propósito terapêutico das bonecas reborn?
As bonecas reborn são utilizadas com fins terapêuticos por diversas razões, como auxiliar no luto, proporcionar conforto e companhia a idosos, ajudar mulheres que buscam engravidar a expressar sentimentos maternos ou, em contextos específicos, para ensinar cuidados a familiares de crianças com necessidades especiais.

Quanto tempo leva para criar uma boneca reborn?
O processo de criação de uma boneca reborn é minucioso e pode levar um tempo considerável. Geralmente, uma boneca pode levar até três semanas para ser finalizada, dependendo da complexidade dos detalhes, como as múltiplas camadas de pintura e a implantação fio a fio do cabelo.

Descubra mais sobre o fascinante mundo das bonecas reborn e as histórias inspiradoras por trás dessa arte que cativa e transforma vidas.

Fonte: https://g1.globo.com

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