Arlindo Cruz, o homenageado do desfile do Império Serrano, saiu como destaque no último carro da escola, que abriu a primeira noite de apresentações das escolas do Grupo Especial.
A participação do sambista estava condicionada a suas condições de saúde — Arlindo sofreu um AVC em 2017 e ficou com graves sequelas. Uma equipe médica o acompanha na Sapucaí.
Arlindo desfilou no último carro da escola, junto com a mulher, a ex-porta bandeira Babi, e demais parentes.
A alegoria que representa um bar traz uma imensa escultura do sambista, tocando banjo e ostentando a coroa imperiana.
O filho do artista, o também sambista Arlindinho, desfilou na comissão de frente, coreografada por Júnior Scapin.
“Vai ser muita emoção. A gente ensaiou muito. Minha participação é simples, mas a emoção é intensa”, disse cantor que vai usar uma moto pra chegar a tempo de desfilar junto ao carro de som da Grande Rio, que desfila depois do Império.
Como vem o Império
Para homenagear Arlindo Cruz, o Império Serrano vai botar na Avenida o seu maior carnaval. Pelo menos é o que promete o carnavalesco Alex Souza, em sua estreia na Verde e Branca de Madureira. Ele quer conquistar o público pela emoção, numa homenagem de mão dupla: Arlindo cantando o Império e a escola da Serrinha aplaudindo um ilustre imperiano de fé.
O Império, que retorna este ano ao Grupo Especial, será a primeira a desfilar no Domingo de Carnaval (19), com o enredo “Lugares de Arlindo”, que não se restringe somente a Madureira, como diz a letra de seu samba “O meu lugar”, de 2007.
Superação é a palavra que norteia o trabalho da escola. O Império que retorna ao Grupo Especial quer mostrar seu potencial e recuperar o brilho de outros carnavais, da escola que já nasceu campeã em 1948. Superação também de seu próprio homenageado.
“É um trabalho de recuperação em conjunto. É uma grande homenagem a um baluarte do Império, do compositor que assina 11 sambas-enredo da escola e tem outros sete vencedores, em outras escolas. Diante da grandeza de um homenageado como esse, a gente tem de fazer um carnaval grandioso”, disse o carnavalesco.
Império Serrano vai cantar a vida e obra de Arlindo Cruz e sua ligação com o Cacique de Ramos — Foto: Alba Valéria Mendonça/g1 Rio
O Império vai desfilar tão grandioso na altura dos carros, quanto no volume não só das alegorias quanto nas fantasias. Só coroas — símbolo da escola —, serão nove no abre-alas. Alegoria aliás, que vai ter três chassis e 50 metros de extensão. O maior abre-alas da história imperiana, que terá também 11 dragões articulados sendo combatidos por um gigantesco São Jorge.
“A gente quer emocionar pela riqueza que é o universo de Arlindo Cruz, mas também causar impacto no público, trazer de volta a glória dos grandes carnavais, quando a escola estava sempre bem posicionada, como na década de 1980, com o trabalho do Renato Lage”, explicou Alex.
O carro 3, que vai destacar a religiosidade do compositor, traz uma escultura de Xangô — orixá de cabeça de Arlindo —, com 15 metros de altura, cujas costas são uma pedreira. E o carro ainda tem uma cachoeira.
“Não tem como não ser grandioso com uma pessoa múltipla como o Arlindo. E vamos destacar todos os aspectos dele: cantor, compositor, pagodeiro, batuqueiro do amor (do pagode romântico), autor de samba-enredo que se casou com uma porta-bandeira. A Babi nunca foi do Império, mas desfilava numa coirmã, a Mocidade, que também é verde e branca. Através da vida e obra do Arlindo, o Império também vai prestar uma homenagem ao carnaval carioca”, contou Alex.
Império Serrano vai desfilar com as maiores alegorias de sua história no carnaval — Foto: Alba Valéria Mendonça/g1 Rio
A intenção, segundo o carnavalesco, e fazer com que público e principalmente os componentes sintam e entendam a grandiosidade do enredo, que a escola está de fato competindo para ganhar o carnaval de 2023.
Como o Império é a primeira a entrar na Avenida, Alex espera que escola já comece embalada.
Brilho e riqueza de detalhes para reviver momentos de glória do Império Serrano e contar a história de um imperiano de fé — Foto: Alba Valéria Mendonça/g1 Rio
Amigos e parceiros de Arlindo vão pontuar todo o desfile, desde o início de sua trajetória no bloco Cacique de Ramos até os dias de hoje. A família vai estar na última alegoria, assim como o homenageado.
“É um enredo simpático a todo mundo. Arlindo é uma grande figura, admirado no Império, na música, na nossa cultura, merece todas as homenagens, que vão trazer de volta a dignidade e o orgulho dos componentes. Os imperianos vão desfilar embalados pela emoção e por um grande samba”, disse Alex, empolgado com sua estreia no Império Serrano.
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