Uma moto aquática utilizada por dois criminosos para assaltar um casal que passeava de caiaque no mar de São Vicente, no litoral de São Paulo, foi localizada e apreendida pelas autoridades. A ação representa um avanço significativo nas investigações de um crime que chocou a população e levantou questões sobre a segurança em áreas de lazer marítimo. A moto aquática foi encontrada em uma marina da cidade, na última quinta-feira (25), após uma intensa troca de informações e trabalho conjunto entre a Polícia Civil e a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP). Enquanto um dos suspeitos, Rael Fabiano Veiga Ungaretti, de 19 anos, é procurado como foragido da Justiça, a polícia segue trabalhando na identificação do segundo envolvido no assalto.
Apreensão da embarcação e esforços investigativos
A localização da moto aquática
A embarcação envolvida no roubo foi identificada e apreendida em uma marina localizada em São Vicente. A operação de busca e localização foi resultado de uma articulação estratégica entre a Capitania dos Portos de São Paulo e a Polícia Civil, que uniram esforços para desvendar o caso. A moto aquática foi confiscada não apenas por sua participação direta no assalto ao casal, mas também por ter sido utilizada em uma área restrita a banhistas, a cerca de 100 metros da faixa de areia da Praia dos Milionários.
Conforme as normas de navegação marítima, motos aquáticas só podem trafegar a partir de 200 metros da linha de base, que é a arrebentação das ondas nas praias. O descumprimento dessa regra, somado ao envolvimento em um crime de tamanha gravidade, levou à imediata apreensão do veículo. Questionada sobre a titularidade da embarcação, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que, até o momento, não há registros atualizados sobre o proprietário. A Capitania dos Portos, por sua vez, optou por não divulgar o nome da marina onde a apreensão ocorreu, visando preservar a investigação em andamento.
Força-tarefa e fiscalização ampliada
A apreensão da moto aquática é fruto de um esforço conjunto que começou dias antes de sua localização. A Capitania dos Portos de São Paulo destacou que, na terça-feira (23), realizou uma ação coordenada com a Guarda Civil Municipal (GCM) de São Vicente e a Polícia Militar (PM). Essa força-tarefa tinha como objetivo vistoriar marinas e garagens náuticas suspeitas de abrigar a embarcação utilizada no assalto, demonstrando a celeridade e a integração das forças de segurança na região.
Além da resposta direta ao crime, a Capitania dos Portos informou que intensificou a fiscalização de embarcações em todo o litoral paulista, por meio da Operação Navegue Seguro. Essa iniciativa, que se estende até o mês de março, visa reforçar a segurança da navegação, garantir a salvaguarda da vida humana no mar e prevenir a poluição hídrica. A medida é crucial, especialmente durante a alta temporada, quando o fluxo de embarcações e de banhistas é significativamente maior, aumentando a necessidade de monitoramento e controle.
O brutal assalto em águas vicentinas
O flagrante e a identificação de um suspeito
O assalto, que aconteceu no domingo, 21 de janeiro, a cerca de 100 metros da faixa de areia da Praia dos Milionários, foi registrado em vídeo por uma testemunha. As imagens, que rapidamente circularam, foram cruciais para a identificação de um dos suspeitos. Rael Fabiano Veiga Ungaretti, de 19 anos, foi apontado como um dos criminosos por meio do vídeo e, desde então, é considerado foragido da Justiça, sendo alvo de buscas pela Polícia Civil.
A gravação do crime é um testemunho da audácia dos assaltantes e da vulnerabilidade das vítimas. As imagens mostram crianças brincando tranquilamente à beira-mar, enquanto, um pouco mais adiante, o casal é abordado por dois indivíduos em uma moto aquática. Os criminosos permaneceram alguns segundos em contato com as vítimas, tomando os remos do caiaque. Em um momento de extrema violência, um dos ladrões chegou a golpear a cabeça de uma das vítimas com um dos remos. Após a agressão, a dupla se afastou do casal, levando os objetos, que foram posteriormente abandonados no mar antes que os assaltantes acelerassem para fugir.
Relato da vítima e a violência do ataque
O relato da mulher de 47 anos, uma das vítimas, oferece um panorama ainda mais detalhado e angustiante do ocorrido. Ela descreveu que os criminosos se aproximaram com a moto aquática, realizando uma manobra brusca para jogar água no caiaque. Inicialmente, pediram desculpas, o que a princípio poderia parecer um incidente casual. Contudo, em seguida, um deles gritou para uma suposta segunda moto aquática a frase: “É casal”, sinalizando o alvo. Logo depois, os suspeitos anunciaram o assalto, exigindo as alianças do casal.
A situação rapidamente escalou para um cenário de terror. “Começou a andar em círculo em volta da gente apavorando. Aí deu aquela desestabilizada”, relembrou a mulher, descrevendo a tática dos criminosos para intimidá-los. O marido, de 53 anos, tentou argumentar com os assaltantes, informando que eram moradores da cidade, na esperança de demovê-los. No entanto, a dupla não apenas ignorou os apelos, como também começou a perder a paciência. “Eles aproveitaram que o nosso remo caiu no mar e começaram a bater no meu marido”, afirmou a vítima. O marido sofreu ferimentos na perna e na cabeça, além de ter sido golpeado nas costas e na nuca. A mulher expressou seu pânico e temor: “Eu fiquei em pânico porque eu falei assim: ‘Se ele desmaia aqui, morre afogado'”. Após as agressões, as alianças foram entregues, e os ladrões fugiram rapidamente, deixando o casal em estado de choque e com traumas físicos e psicológicos.
Repercussão e as respostas das autoridades
A busca por segurança e a frustração pós-crime
Após o crime, o casal recebeu o apoio e a assistência de testemunhas que estavam no local. A mulher relatou que seu marido saiu do mar tonto devido às agressões sofridas, e ela imediatamente procurou um policial que estava na base da Operação Verão para pedir ajuda. Contudo, para a sua frustração, o agente teria informado que não havia o que fazer no momento. “Foi uma sensação horrível, de impunidade”, desabafou a vítima, expressando o sentimento de desamparo diante da situação.
Posteriormente, a mulher dirigiu-se a uma delegacia, onde recebeu orientação para registrar um boletim de ocorrência online, um procedimento essencial para formalizar a denúncia e iniciar as investigações. Apesar dos esforços, a vítima fez um apelo contundente por mais proatividade e ação por parte dos órgãos de segurança e dos políticos da região. Ela enfatizou a necessidade de uma presença policial mais efetiva no mar, argumentando que a falta de fiscalização e patrulhamento nas águas contribui para a ocorrência de crimes como o que ela e seu marido vivenciaram.
Posições da polícia e do poder público municipal
Em resposta ao incidente e às preocupações levantadas pela população, a Polícia Militar emitiu uma nota esclarecendo que, em casos de infrações penais já consumadas e que não se enquadram em situação de flagrante delito, a medida adequada é o registro do respectivo boletim de ocorrência junto ao Distrito Policial competente. A PM ressaltou que tal providência visa subsidiar o planejamento de suas ações preventivas, bem como apoiar as atividades de polícia judiciária e investigativas conduzidas pela Polícia Civil, evidenciando a interligação entre as forças na gestão da segurança pública.
A Prefeitura de São Vicente, por sua vez, informou que a ocorrência foi atendida pela Polícia Militar. O poder municipal tem apoiado ativamente as investigações realizadas pela Polícia Civil, além de promover fiscalizações em marinas por meio de forças-tarefa e blitz surpresa em conjunto com a PM. O objetivo dessas ações é inibir irregularidades, como o aluguel de motos náuticas sem o devido registro, que podem ser utilizadas para fins ilícitos, como o assalto em questão. A administração municipal também declarou que está estudando novas formas de regulamentar, com maior rigor, o trânsito de qualquer tipo de embarcação em sua orla. A prefeitura reiterou que a Marinha do Brasil é a principal responsável pela segurança no mar e que já oficiou os órgãos competentes, solicitando fiscalizações e monitoramento com maior intensidade, especialmente durante a alta temporada, para garantir a tranquilidade e a segurança dos frequentadores das praias vicentinas.
Perguntas frequentes (FAQ)
1. Onde e quando ocorreu o assalto ao casal?
O assalto ocorreu no domingo, 21 de janeiro, na Praia dos Milionários, em São Vicente, litoral de São Paulo. O crime aconteceu a cerca de 100 metros da faixa de areia.
2. Como a moto aquática usada no crime foi localizada e apreendida?
A moto aquática foi identificada e encontrada em uma marina de São Vicente na quinta-feira, 25 de janeiro, após uma troca de informações entre a Polícia Civil e a Capitania dos Portos de São Paulo. Foi apreendida por envolvimento no crime e por trafegar em área restrita a banhistas.
3. Quais as principais regras para a navegação de motos aquáticas?
De acordo com as normas, motos aquáticas só podem navegar a partir de 200 metros da linha de base, que é a arrebentação das ondas nas praias. A Capitania dos Portos intensificou a fiscalização para garantir a segurança da navegação e a vida humana no mar.
4. Qual o status dos criminosos envolvidos no assalto?
Um dos suspeitos, Rael Fabiano Veiga Ungaretti, de 19 anos, foi identificado por meio de vídeos e é considerado foragido da Justiça. A Polícia Civil continua as buscas por ele e trabalha na identificação do segundo autor do roubo.
Para garantir a segurança em nossas águas, é fundamental que cidadãos e autoridades colaborem. Reporte qualquer atividade suspeita e esteja atento às normas de segurança marítima.
Fonte: https://g1.globo.com
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