A cidade de São Paulo foi palco de um evento climático notável nesta semana, registrando uma onda de calor sem precedentes para o mês de dezembro. Pelo segundo dia consecutivo, a capital paulista superou suas próprias marcas históricas, consolidando um novo recorde de calor oficial. As medições, realizadas pela estação meteorológica do Mirante de Santana, na Zona Norte, indicaram 36,2ºC na tarde desta sexta-feira (26), configurando a temperatura mais alta já registrada para o mês desde 1961, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) iniciou a consolidação de seus dados. Essa marca não apenas estabelece um novo patamar para dezembro, mas também representa a maior temperatura do ano na metrópole.
Onda de calor histórica atinge a capital paulista
A onda de calor que assola a capital paulista tem reescrito a história climática da cidade, impondo novos recordes para o mês de dezembro em dias seguidos. Este cenário de temperaturas elevadas tem desafiado os padrões sazonais e gerado discussões sobre as tendências climáticas na região.
Dois dias de marcas inéditas para dezembro
Nesta sexta-feira, 26 de dezembro, os termômetros oficiais da estação do Mirante de Santana, gerida pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), cravaram 36,2ºC por volta das 15h. Essa temperatura não só estabeleceu um novo recorde absoluto para o mês de dezembro, como também superou a marca anterior registrada na véspera. Na quinta-feira, dia 25 de dezembro, o Natal na capital paulista foi celebrado sob um calor intenso, com a estação registrando 35,9ºC às 16h e 35,7ºC às 15h. Ambas as leituras já haviam ultrapassado o recorde prévio de 35,6ºC, que persistia desde 3 de dezembro de 1998.
É importante ressaltar que os registros do Inmet, apesar de suas medições existirem desde 1943, são oficialmente consolidados a partir de 1961 para fins de comparação histórica. A marca de 36,2ºC, portanto, é a mais alta para dezembro em 64 anos de dados consistentes. Além de ser um recorde para o mês, essa temperatura também se tornou a maior do ano corrente. Anteriormente, o dia mais quente de 2025 havia sido 6 de outubro, com 35,1ºC. Embora termômetros de rua na região central da capital tenham chegado a marcar 43ºC na tarde de sexta-feira, essas leituras são consideradas percepções de temperatura de superfície, influenciadas pela incidência direta do sol no asfalto e pelas características do ambiente urbano, e não correspondem aos dados oficiais das estações meteorológicas, que seguem padrões rigorosos para medições atmosféricas.
Perspectiva histórica e comparação com outros recordes
O fenômeno atual de calor extremo em São Paulo convida a uma análise mais profunda dos registros históricos, colocando as recentes marcas em um contexto mais amplo de variações climáticas. Entender os picos anteriores ajuda a dimensionar a relevância dos recordes atuais.
Os dias mais quentes na cidade e no estado
Para uma perspectiva completa, é crucial diferenciar entre recordes específicos para o mês e recordes absolutos. A maior temperatura já registrada no estado de São Paulo, no período entre 1961 e 23 de dezembro de 2025, foi de impressionantes 42,5ºC. Essa marca histórica foi alcançada na estação meteorológica de Catanduva, no interior do estado, em 7 de outubro de 2020. Em relação à capital, a estação convencional do Mirante de Santana, responsável pelas medições atuais, registrou sua temperatura mais elevada de todos os tempos em 17 de outubro de 2014, atingindo 37,8ºC no período compreendido entre 1961 e 23 de dezembro de 2025.
Comparado a esses picos históricos, o atual recorde de 36,2ºC em dezembro se destaca pela sua ocorrência atípica para o período. Embora não seja a maior temperatura já registrada na cidade em termos absolutos, a relevância reside no fato de que está acontecendo especificamente em dezembro, um mês que historicamente não apresentava tais extremos. A recorrência de recordes em dias consecutivos sinaliza uma tendência preocupante, indicando que eventos de calor intenso podem se tornar mais frequentes e severos, demandando atenção para as adaptações urbanas e a saúde pública.
Previsão do tempo: calor e chuvas isoladas persistem
Com o calor intenso persistindo na capital, as previsões meteorológicas indicam que os paulistanos continuarão a sentir os efeitos das altas temperaturas nos próximos dias, acompanhados da possibilidade de chuvas.
Detalhes para o fim de semana
Para esta sexta-feira (26), a previsão do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura de São Paulo apontava para uma madrugada quente e sensação de abafamento, com o amanhecer apresentando sol entre poucas nuvens. Os índices de umidade do ar deveriam declinar, atingindo valores mínimos em torno de 32%, o que eleva a sensação de desconforto. A partir do meio da tarde, a chegada da brisa marítima, associada ao calor acumulado, era esperada para provocar a formação de pancadas isoladas de chuva, oferecendo um breve alívio. A Climatempo complementava essa previsão com uma mínima de 23°C e máxima de 32°C, prevendo sol com aumento de nuvens e pancadas de chuva à tarde e à noite, com umidade variando entre 46% e 86%.
O cenário para o sábado (27) permanece inalterado em sua essência. A madrugada continuará quente, seguida por sol entre poucas nuvens ao longo do dia. A expectativa é de chuva isolada de curta duração no período da tarde, conforme o CGE, com as taxas de umidade do ar oscilando entre 40% e 95%. A previsão da Climatempo para o sábado sugere uma mínima de 21°C e máxima de 33°C. No entanto, há uma diferença notável na intensidade das chuvas esperadas: a Climatempo projeta uma manhã com sol entre nuvens, mas com “chuva forte à tarde e pancadas à noite”, o que difere da “chuva isolada de curta duração” do CGE, indicando que a intensidade e abrangência dos eventos pluviométricos podem variar localmente e de acordo com a fonte de previsão. Essa dualidade ressalta a complexidade de prever fenômenos meteorológicos em um ambiente urbano e quente.
Cenário climático em destaque
A série de recordes de calor em São Paulo, particularmente em dezembro, ressalta a dinâmica climática atual e a crescente frequência de eventos extremos. As temperaturas de 36,2ºC e 35,9ºC, registradas em dias consecutivos, não são apenas números, mas indicadores de uma condição que demanda atenção e adaptação por parte da população e das autoridades. A persistência do calor, mesmo com a previsão de chuvas isoladas, sublinha a necessidade de monitoramento contínuo e de medidas preventivas para mitigar os impactos na vida urbana. Os dados do Inmet, consolidados ao longo de décadas, servem como um alerta para a importância de compreender e se preparar para as transformações no regime térmico da metrópole, mantendo a vigilância sobre as próximas tendências meteorológicas.
Perguntas frequentes
1. Qual foi o novo recorde de temperatura em São Paulo para o mês de dezembro?
O novo recorde oficial de temperatura para o mês de dezembro em São Paulo é de 36,2ºC, registrado às 15h da sexta-feira, 26 de dezembro, pela estação meteorológica do Mirante de Santana.
2. Desde quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) consolida os registros climáticos em São Paulo?
O Inmet começou a consolidar os registros climáticos para fins de comparação histórica em São Paulo a partir de 1961, embora suas medições existam desde 1943.
3. Qual é a previsão do tempo para os próximos dias na capital paulista?
A previsão indica que o calor persistirá no sábado, 27 de dezembro, com madrugadas quentes e sol entre poucas nuvens. Há expectativa de pancadas isoladas de chuva à tarde, com alguma variação na intensidade dependendo da fonte da previsão (CGE prevê chuvas isoladas de curta duração, enquanto Climatempo indica chuvas fortes à tarde e pancadas à noite).
4. A temperatura de 36,2ºC é a maior já registrada na cidade de São Paulo em toda a história?
Não, 36,2ºC é a maior temperatura já registrada especificamente para o mês de dezembro. A maior temperatura absoluta já registrada na cidade de São Paulo, pela estação do Mirante de Santana, foi de 37,8ºC em 17 de outubro de 2014.
Para se manter atualizado sobre as condições climáticas e receber alertas, acompanhe as previsões oficiais e tome as precauções necessárias para enfrentar o calor e as possíveis chuvas.
Fonte: https://g1.globo.com
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